Blog

Regime Semiaberto: Impactos e Mudanças da Lei 14.843/2024

Regime semiaberto, quais mudanças Lei 14.843/2024, incluindo a extinção das saídas temporárias, novas exigências progressão de pena e os direitos dos detentos.

regime semiaberto

O regime semiaberto no Brasil sempre foi uma opção de cumprimento de pena para detentos com sentenças menores ou que já cumpriram parte de sua pena em regime fechado. Em 2024, a Lei 14.843 trouxe mudanças significativas nesse regime, alterando direitos, condições para progressão de pena e até mesmo extinguindo as saídas temporárias. Neste artigo, exploramos todas as novidades e seus impactos para os detentos, advogados e o sistema prisional como um todo.

Como Funciona o Regime Semiaberto para Presos no Brasil?

O regime semiaberto é destinado a condenados a penas superiores a quatro e inferiores a oito anos, ou para aqueles que, após o cumprimento de parte da pena em regime fechado, progridem para uma forma menos rigorosa de cumprimento. Nesse regime, os detentos podem sair para trabalhar ou estudar durante o dia, desde que retornem para o estabelecimento penal no final do expediente.

Com a Lei 14.843/2024, algumas normas foram modificadas, visando um controle mais rigoroso das saídas e permissões. A legislação trouxe novas diretrizes para o cumprimento das penas, estabelecendo condições mais rígidas para a progressão e impondo maior controle sobre os benefícios concedidos aos presos.

 

O que Muda com a Extinção do Regime Semiaberto em 2024?

A extinção do regime semiaberto, como era conhecido, gerou muita polêmica. A principal mudança é o fim das saídas temporárias, que permitiam ao detento passar alguns dias fora da prisão em ocasiões específicas, como Natal ou Dia das Mães. A justificativa para essa alteração é a redução de riscos de fuga e reincidência criminal durante essas saídas.

Além disso, o sistema agora se volta para formas de cumprimento de pena mais controladas, como o uso de monitoramento eletrônico. A extinção das saídas temporárias é vista por muitos como uma resposta aos problemas de segurança pública, embora críticos apontem que a medida pode dificultar a reintegração social dos presos.

 Quais Impactos da Lei 14.843/2024 na Execução Penal?

A Lei 14.843/2024 trouxe uma nova perspectiva para a execução penal no Brasil. As mudanças impactam diretamente os direitos e benefícios dos presos, além de alterar a forma como os regimes prisionais são estruturados. Os principais impactos incluem:

  • Extinção das saídas temporárias: Medida visa aumentar a segurança, mas é criticada por dificultar a ressocialização.
  • Novas exigências para progressão de pena: Para avançar ao regime aberto ou ao monitoramento eletrônico, o detento precisa cumprir requisitos mais rigorosos.
  • Reforço no uso de monitoramento eletrônico: Com o fim das saídas temporárias, o uso de tornozeleiras eletrônicas se torna uma alternativa mais comum para controlar os presos.

Essas mudanças exigem que advogados e profissionais do direito estejam atentos às novas regras para oferecer uma defesa adequada aos seus clientes.

 Regime Semiaberto: entenda por que acabar com as saídas temporárias?

A decisão de extinguir as saídas temporárias foi justificada com base em estatísticas que mostravam índices de fuga e reincidência criminal durante esses períodos. A nova legislação pretende mitigar esses riscos ao eliminar essa possibilidade. No entanto, a medida enfrenta críticas por sua potencial ineficiência em promover a ressocialização dos presos, um dos principais objetivos da execução penal.

O debate sobre o fim das saídas temporárias gira em torno do equilíbrio entre segurança pública e os direitos dos presos. Argumenta-se que, ao retirar a oportunidade de saídas temporárias, o sistema priva os detentos de uma etapa importante para a reintegração social e para o fortalecimento de laços familiares.

Regime Semiaberto: Quais as Novas Exigências para Progressão de Pena

A progressão de pena, que permite ao detento passar para um regime mais brando, sofreu mudanças. Agora, o preso deve cumprir um percentual maior da pena para ter direito à progressão, além de apresentar bom comportamento comprovado.

As novas regras aumentam as exigências, como a necessidade de cumprimento de ao menos metade da pena para crimes comuns, e dois terços para crimes hediondos. Essas alterações visam tornar o processo de progressão mais criterioso, garantindo que apenas aqueles que realmente mereçam sejam beneficiados.

Quais os Direitos dos Presos após a Extinção do Semiaberto

Mesmo com a extinção do regime semiaberto tradicional, os presos continuam a ter direitos garantidos por lei. A execução penal deve assegurar o respeito à integridade física e moral dos detentos, além de garantir o acesso a assistência médica, educacional e jurídica.

Os advogados especializados em direito penal devem estar cientes das novas normas para defender os interesses dos seus clientes e garantir que seus direitos sejam plenamente respeitados.

Regime semiaberto: Uso de tornozeleira é necessário?

Com a extinção das saídas temporárias, o monitoramento eletrônico ganha relevância como ferramenta para permitir ao preso certa liberdade de locomoção. A tornozeleira eletrônica se torna um dispositivo essencial para controlar os detentos que estão em transição para regimes mais brandos, garantindo maior segurança para a sociedade.

No entanto, existem questões sobre a eficácia e os custos envolvidos na implementação em larga escala desse tipo de monitoramento. Enquanto alguns veem como uma solução para o controle de presos, outros consideram que o uso excessivo pode ferir a dignidade do detento.

Semiaberto: Qual a  diferença de Outros Regimes Prisionais?

Os regimes prisionais no Brasil são divididos em fechado, semiaberto e aberto. Enquanto o regime fechado exige o cumprimento da pena em penitenciária de segurança máxima ou média, o semiaberto permitia saídas para trabalho e estudo. Com as novas alterações, a distinção entre os regimes se torna menos clara, já que as saídas temporárias foram abolidas.

O regime aberto, por outro lado, é voltado para detentos que já cumpriram a maior parte da pena e podem trabalhar ou se recolher em casa de albergado. Com a Lei 14.843/2024, a tendência é que mais presos sejam encaminhados diretamente ao regime aberto ou ao uso de tornozeleira eletrônica.

Competência para Executar a Pena Não é Alterada por Mudança de Domicílio decisão STJ

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu que a mudança de domicílio do condenado não altera a competência para a execução penal. Isso significa que, independentemente de onde o preso resida, a execução da pena seguirá sendo conduzida pela vara de execuções penais do local onde a condenação foi proferida. Essa decisão busca evitar a manipulação jurisdicional e assegurar a eficiência do sistema de execução penal.

A Importância do Advogado Criminal em Casos de Regimes Semiabertos

O papel do advogado criminalista é crucial na defesa dos direitos dos presos, especialmente com as mudanças trazidas pela Lei 14.843/2024. Advogados especializados podem orientar sobre os novos requisitos para progressão de pena, questionar a aplicação de sanções e monitoramento eletrônico, e assegurar que o processo penal respeite os direitos dos condenados.

A Lei 14.843/2024 trouxe significativas alterações para o regime semiaberto no Brasil, impactando os direitos dos detentos e as condições para progressão de pena. Com a extinção das saídas temporárias e o reforço no uso de monitoramento eletrônico, o sistema prisional se torna mais rígido. Para os advogados, essas mudanças exigem atenção redobrada para assegurar a proteção dos direitos dos seus clientes.

Se você precisa de orientação jurídica sobre o regime semiaberto, entre em contato  com um de nossos advogados especialistas. Para mais informações, explore nossos artigos no site da Reis Advocacia.

Gostou? Avalie nosso Artigo!
reis advocacia
Reis Advocacia

Escreva seu comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *