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Homologação de Acordos Pré-Nupciais Estrangeiros no Brasil

Saiba como homologar acordos pré-nupciais estrangeiros e garantir sua validade no Brasil.

Pré-Nupciais
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Homologação de Acordos Pré-Nupciais no Brasil

Os acordos pré-nupciais são instrumentos amplamente utilizados para estabelecer regras sobre a divisão de bens e outros aspectos patrimoniais em caso de separação ou divórcio. No entanto, quando esses acordos são celebrados fora do Brasil, surge a necessidade de sua homologação para que tenham validade no território nacional.

Neste artigo, explicamos como funciona a homologação de acordos pré-nupciais estrangeiros no Brasil, os requisitos legais e os passos necessários para garantir que o documento seja reconhecido e aplicado de forma eficaz.

O Que É Um Acordo Pré-Nupcial?

O acordo pré-nupcial é um contrato firmado entre os futuros cônjuges antes do casamento. Ele regula questões patrimoniais e define o regime de bens que será aplicado durante o casamento e, eventualmente, em caso de separação ou morte.

No Brasil, os regimes de bens estão previstos no Código Civil (arts. 1.639 a 1.688), sendo os principais:

  • Comunhão parcial de bens;
  • Comunhão universal de bens;
  • Separação de bens;
  • Participação final nos aquestos.

O acordo pré-nupcial permite personalizar essas regras conforme a vontade dos cônjuges, respeitando os limites da lei.

Quando é Necessária a Homologação de Acordos Pré-Nupciais Estrangeiros?

Se o acordo pré-nupcial foi celebrado em outro país e os cônjuges desejam que ele tenha efeitos no Brasil, é necessário realizar sua homologação pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). Isso ocorre porque o Brasil adota o princípio da soberania e só reconhece decisões ou contratos estrangeiros após sua validação pelas autoridades brasileiras.

Requisitos para Homologação de Acordos Pré-Nupciais no Brasil

A homologação de um acordo pré-nupcial estrangeiro exige o cumprimento de certos requisitos legais:

1. Tradução Juramentada

O documento deve ser traduzido para o português por um tradutor juramentado. Essa tradução garante que o conteúdo seja compreendido pelas autoridades brasileiras.

2. Autenticação Consular

O acordo pré-nupcial deve ser autenticado em uma embaixada ou consulado brasileiro no país onde foi firmado. Caso o país seja signatário da Convenção da Apostila de Haia, é possível substituir a autenticação pelo apostilamento.

5 passos para realizar a rescisão por falecimento do empregado

  1. Obtenção da certidão de óbito: a empresa deve solicitar o documento à família para formalizar o encerramento do contrato;
  2. Cálculo das verbas rescisórias: inclui saldo de salário, férias vencidas e proporcionais com 1/3, 13º proporcional, FGTS e outros valores devidos até a data do óbito;
  3. Preenchimento do TRCT: o Termo de Rescisão do Contrato de Trabalho deve indicar como motivo o falecimento do empregado;
  4. Pagamento aos dependentes ou sucessores: os valores devem ser pagos em até 10 dias úteis aos dependentes habilitados no INSS ou, na ausência, aos sucessores com alvará judicial;
  5. Comunicação ao eSocial e emissão de guias: a empresa deve informar o desligamento e emitir as guias para saque do FGTS e demais benefícios.

Verbas rescisórias devidas em caso de falecimento

VerbaDescrição
Saldo de salárioRemuneração proporcional aos dias trabalhados no mês do falecimento
Férias vencidas e proporcionaisCom acréscimo de 1/3 constitucional
13º salário proporcionalCalculado com base nos meses trabalhados no ano
FGTSDepósitos mensais e da rescisão, com emissão de guia para saque
Salário-família (se aplicável)Valor proporcional ao período trabalhado

FAQ – Perguntas Frequentes

❓ Quem tem direito a receber as verbas rescisórias?
Os dependentes habilitados perante o INSS ou, na ausência, os sucessores indicados por alvará judicial.
❓ A empresa deve pagar multa por atraso na rescisão?
Não, desde que haja dúvida sobre os beneficiários e o valor seja depositado judicialmente no prazo legal.
❓ É necessário fazer inventário para receber os valores?
Não. Basta apresentar a certidão de dependentes do INSS ou alvará judicial autorizando o saque.
❓ O aviso prévio é devido?
Não. O falecimento extingue automaticamente o contrato, sem necessidade de aviso prévio.
❓ A empresa precisa atualizar a carteira de trabalho?
Sim. A CTPS deve ser atualizada com a data do falecimento e o motivo da rescisão.

A rescisão por falecimento do empregado exige sensibilidade e atenção aos trâmites legais. Cumprir corretamente os procedimentos garante os direitos dos dependentes e evita complicações jurídicas para a empresa.

Em caso de dúvidas, é recomendável consultar um advogado trabalhista ou contador especializado para orientar o processo com segurança.

3. Conformidade com a Ordem Pública Brasileira

O acordo não pode conter cláusulas que violem os princípios da ordem pública brasileira, como disposições que prejudiquem direitos fundamentais ou sejam contrárias à moral e aos bons costumes.

4. Processo de Homologação no STJ

O pedido de homologação deve ser apresentado ao Superior Tribunal de Justiça, acompanhado de toda a documentação necessária.

Passo a Passo para Homologar um Acordo Pré-Nupcial
  1. Reúna a Documentação
    Certifique-se de que o acordo pré-nupcial original, sua tradução juramentada e a autenticação consular estejam em conformidade.
  2. Contrate um Advogado Especializado
    A homologação de documentos estrangeiros requer a atuação de um advogado habilitado no Brasil para protocolar o pedido no STJ.
  3. Protocole o Pedido no STJ
    O advogado apresentará o requerimento de homologação, anexando todos os documentos exigidos.
  4. Acompanhe o Processo
    O STJ analisará o pedido, verificando se o acordo atende aos requisitos legais e se está em conformidade com a ordem pública brasileira.
  5. Homologação e Registro no Brasil
    Após a decisão favorável do STJ, o acordo deve ser registrado em cartório no Brasil para produzir efeitos jurídicos no país.
Benefícios da Homologação de Acordos Pré-Nupciais

A homologação de acordos pré-nupciais estrangeiros é essencial para:

  1. Assegurar Segurança Jurídica
    O reconhecimento do acordo no Brasil garante que as disposições patrimoniais sejam aplicadas conforme previsto.
  2. Evitar Conflitos Judiciais
    Com o acordo validado, reduzem-se as chances de disputas sobre divisão de bens em caso de separação ou falecimento.
  3. Proteger o Patrimônio
    O acordo permite que os cônjuges estabeleçam regras específicas sobre bens adquiridos no exterior ou no Brasil, protegendo seus interesses financeiros.

Desafios e Cuidados no Processo de Homologação

Embora a homologação seja um processo acessível, alguns desafios podem surgir:

  • Incompatibilidade com a Legislação Brasileira: Certifique-se de que o acordo não contenha cláusulas proibidas pela lei brasileira.
  • Falta de Documentos ou Irregularidades: A ausência de autenticação ou tradução adequada pode atrasar ou impedir a homologação.
  • Prazo e Burocracia: O processo no STJ pode ser demorado, exigindo paciência e acompanhamento próximo.

A homologação de acordos pré-nupciais estrangeiros no Brasil é um passo crucial para garantir a validade desses documentos no território nacional. Seguir os procedimentos legais e contar com o suporte de um advogado especializado é fundamental para evitar problemas e assegurar seus direitos.

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Referências externas:


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DRA MARCELA NOVO

Advogada – OAB/PE 48.169

Advogada há mais de 7 anos, pós-graduação em Direito de Família e Sucessões, com destacada atuação na área. Possui especialização em prática de família e sucessões, em Gestão de Escritórios e Departamentos Jurídicos e em Controladoria Jurídica.

Atuou no Ministério Público do Estado de Pernambuco, nas áreas criminal e de família e sucessões, consolidando experiência prática e estratégica. Membro da Comissão de Direito de Família da OAB/PE (2021).
Autora de publicações acadêmicas relevantes sobre unidades familiares e direitos decorrentes de núcleos familiares ilícitos.

Atuou em mais de 789 processos, com foco em agilidade processual e qualidade, com uma expressiva taxa de êxito superior a 92,38%, especialmente em ações de alimentos, pensões, guarda e divórcio.

Atualmente, também é autora de artigos jurídicos no Blog da Reis Advocacia, onde compartilha conteúdos jurídicos atualizados na área de Direito de Família e Sucessões, com foco em auxiliar famílias na resolução de conflitos e em orientar sobre direitos relacionados a alimentos, guarda, pensão e divórcio.

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