Jogador de futebol Payet vira réu por violência psicológica
A denúncia contra o jogador de futebol Dimitri Payet, ex-Vasco, por violência psicológica contra a advogada Larissa Ferrari, virou destaque na imprensa e provocou reações em todo o país. O caso, que tramita na 35ª Vara Criminal do Rio de Janeiro, aponta uma série de abusos emocionais e manipulações praticadas por Payet durante o relacionamento com Larissa. A Justiça aceitou a denúncia do Ministério Público com base na Lei Maria da Penha, reconhecendo os danos emocionais causados à vítima. A decisão, inédita para uma figura pública de destaque no esporte, lança luz sobre a violência psicológica — uma forma de agressão silenciosa, mas devastadora.
No processo, foram anexadas mensagens, áudios e outros documentos que demonstram episódios de humilhação, chantagem emocional e isolamento sofridos por Larissa Ferrari. Segundo o MP, Payet a fazia se sentir culpada, inferior e instável emocionalmente. Um trecho da decisão judicial afirma ipsis litteris: “Há indícios suficientes de autoria e materialidade que demonstram, neste momento, a configuração da violência psicológica, nos moldes do art. 7º, II, da Lei 11.340/06”.
A denúncia contra Payet foi recebida em julho de 2025. Desde então, ele se tornou réu e terá que responder às acusações perante o Judiciário brasileiro. O caso reacende discussões sobre a responsabilidade de figuras públicas e os limites do comportamento íntimo, mesmo para celebridades.
O que diz a lei sobre violência psicológica contra mulher
A violência psicológica, prevista no artigo 7º, inciso II, da Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/2006), é caracterizada por comportamentos que causem dano emocional, diminuição da autoestima, controle das ações ou isolamento da mulher. Esses atos, embora não deixem marcas físicas, podem ser tão ou mais prejudiciais quanto a violência física.
No caso de Payet, os elementos reunidos apontam para diversas condutas que se enquadram nessa definição. Entre os fundamentos jurídicos que sustentam a ação, destacam-se:
- Princípio da dignidade da pessoa humana;
- Princípio da proteção integral à mulher;
- Lei Maria da Penha (especialmente os artigos 5º e 7º);
- Jurisprudência consolidada que admite provas como mensagens de texto e áudios como elementos válidos de demonstração de violência psicológica;
- Interpretação extensiva do STF e STJ quanto à abrangência da violência doméstica e familiar.
A defesa de Payet alega que não houve intenção de causar danos e que o relacionamento era consensual. No entanto, o Ministério Público enfatizou o padrão reiterado de comportamentos tóxicos e manipuladores. A aceitação da denúncia pelo juiz representa um importante avanço na proteção da saúde mental e emocional das mulheres.
Quais as consequências legais e como agir nesses casos
O caso Payet é emblemático e levanta um alerta sobre como lidar com situações semelhantes. A violência psicológica pode resultar em medidas protetivas, ações penais e até indenizações por danos morais. Veja os principais caminhos jurídicos disponíveis:
- Registro de boletim de ocorrência – essencial para iniciar o processo;
- Medidas protetivas de urgência – para afastar o agressor e garantir a integridade da vítima;
- Ação penal pública – o Ministério Público pode denunciar independentemente da vontade da vítima;
- Ação cível por danos morais – para reparação dos prejuízos emocionais;
- Acompanhamento psicológico e jurídico – fundamental para fortalecimento da vítima e preparo para a audiência.
Muitas mulheres, como Larissa Ferrari, enfrentam resistência e medo de denunciar. Por isso, o papel do advogado especializado é oferecer acolhimento, escuta e estratégia jurídica eficaz. O caso Payet serve como exemplo da importância de uma abordagem legal comprometida com a dignidade da vítima.
Na Reis Advocacia, contamos com um time experiente em Direito de Família e Violência Doméstica, pronto para orientar e proteger quem enfrenta esse tipo de situação.
Advogado Violência Doméstica e Direito de Família
O caso envolvendo o jogador de futebol Payet ilustra a urgência de debater a violência psicológica como uma questão de saúde pública e de justiça. A situação traz à tona um problema muitas vezes negligenciado, mas que afeta profundamente a vida de inúmeras pessoas.
Como advogado atuante na área, enxergo essa denúncia como um marco importante. Ela rompe com a invisibilidade da violência emocional, que, por vezes, é naturalizada, minimizada ou mesmo desacreditada pela sociedade e pelas instituições.
A decisão da Justiça do Rio de Janeiro demonstra que ninguém está acima da lei — nem mesmo figuras públicas internacionais como Payet. Esse posicionamento jurídico reforça que a lei deve alcançar a todos com equidade, independentemente de sua fama ou prestígio.
A repercussão do caso é significativa. Ela fortalece a voz das vítimas, encoraja novas denúncias e impõe um novo padrão de responsabilidade social e jurídica, especialmente em situações de violência que não deixam marcas físicas visíveis.
Caso a defesa de Payet opte por recorrer, terá que enfrentar um conjunto robusto de provas apresentadas. Isso mostra que o processo é conduzido com seriedade e fundamentação, respeitando os direitos de ambas as partes envolvidas.
Contudo, mais do que uma simples disputa judicial, esse processo representa um avanço rumo ao reconhecimento pleno da violência psicológica como um crime real, com consequências concretas e punições adequadas.
Do ponto de vista humano, é essencial que as vítimas que enfrentam esse tipo de agressão saibam que não estão sozinhas. O apoio psicológico, social e jurídico deve ser uma prioridade em qualquer situação de violência emocional.
Sob a perspectiva legal, existem caminhos seguros e eficazes para garantir justiça, proteção e reparação. A construção de um sistema que acolha e escute essas vítimas é fundamental para uma sociedade mais justa e saudável.
Como podemos ajudar
Na Reis Advocacia, temos orgulho de ser referência em casos como este. Atuamos com empatia, firmeza e conhecimento técnico. Sabemos que quem enfrenta violência psicológica precisa de muito mais do que uma ação judicial — precisa de cuidado, apoio e confiança.
Nosso site oferece conteúdos educativos, histórias reais e orientação jurídica gratuita. Convidamos você a conhecer mais, compartilhar informações e, se necessário, agendar uma consulta com um de nossos advogados especialistas.
A violência psicológica não pode mais ser ignorada. Casos como o de Payet mostram que a justiça está evoluindo — e nós estamos prontos para lutar por você.
Perguntas frequentes sobre o tema
O que é violência psicológica contra a mulher?
É qualquer conduta que cause dano emocional, diminuição da autoestima, controle da vida ou isolamento da vítima.
Payet pode ser condenado mesmo sem violência física?
Sim. A Lei Maria da Penha reconhece a violência psicológica como crime, independentemente de agressão física.
Quais provas foram usadas contra Payet?
Mensagens de texto, áudios e relatos da vítima demonstrando humilhações e manipulações emocionais.
O que acontece após a denúncia ser aceita?
O réu responde em processo penal, podendo haver condenação, medidas protetivas e obrigação de indenizar a vítima.
Onde buscar ajuda?
Advogados especializados, Defensoria Pública, Delegacias da Mulher e entidades de apoio são os canais principais.
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Dr. Tiago O. Reis, OAB/PE 34.925, OAB/SP 532.058, OAB/RN 22.557
Advogado há mais de 12 anos e sócio-fundador da Reis Advocacia. Pós-graduado em Direito Constitucional (2013) e Direito Processual (2017), com MBA em Gestão Empresarial e Financeira (2022). Ex-servidor público, fez a escolha consciente de deixar a carreira estatal para se dedicar integralmente à advocacia.
Com ampla experiência prática jurídica, atuou diretamente em mais de 5.242 processos, consolidando expertise em diversas áreas do Direito e oferecendo soluções jurídicas eficazes e personalizadas.
Atualmente, também atua como Autor de Artigos e Editor-Chefe no Blog da Reis Advocacia, onde compartilha conteúdos jurídicos atualizados, orientações práticas e informações confiáveis para auxiliar quem busca justiça e segurança na defesa de seus direitos.



