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Cláusula de não concorrência em contratos de trabalho e de sociedade.

A cláusula de não concorrência é válida se tiver indenização, limite de tempo e território. Saiba como a Justiça se posiciona e como ela protege o funcionário ou ex-sócio.

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Cláusula de Não Concorrência: A Validade Legal em Contratos de Trabalho e de Sociedade

A cláusula de não concorrência é uma ferramenta jurídica que visa proteger a empresa e o seu negócio. Ela impede que um funcionário ou um sócio, após o término do vínculo, trabalhe para um concorrente ou abra um negócio no mesmo ramo. A cláusula é usada para proteger segredos comerciais, lista de clientes, know-how e outras informações confidenciais que podem ser usadas em benefício de um concorrente. No entanto, a cláusula não é uma garantia de proteção. A Justiça brasileira, para garantir que ela não seja abusiva, exige o cumprimento de uma série de requisitos para que ela seja considerada válida. Sem esses requisitos, a cláusula é nula e não tem valor.

Neste artigo, vamos desvendar a cláusula de não concorrência em contratos de trabalho e de sociedade, explicando os requisitos de validade, as consequências do descumprimento e a importância de um advogado para garantir que a cláusula seja justa e legal. A sua proteção é a nossa prioridade.

O Que É e Para Que Serve a Cláusula de Não Concorrência?

A cláusula de não concorrência é uma cláusula contratual que restringe o direito de um profissional de atuar no mesmo ramo de atividade de seu ex-empregador ou ex-sócio. Ela é usada para proteger o negócio, a propriedade intelectual e a clientela da empresa. A cláusula pode ser aplicada em contratos de trabalho, de sociedade, de prestação de serviço, entre outros. Ela tem a função de garantir que o profissional que teve acesso a informações confidenciais não as use em benefício de um concorrente. A cláusula é uma forma de proteger o investimento da empresa em pesquisa, desenvolvimento e marketing.

O Cenário nos Contratos de Trabalho

Nos contratos de trabalho, a cláusula de não concorrência é usada para impedir que o funcionário, após o término do contrato, trabalhe para um concorrente. A cláusula é mais comum para profissionais que têm acesso a informações estratégicas, como executivos, gerentes, desenvolvedores e engenheiros. A cláusula não pode ser usada de forma indiscriminada. A Justiça, para garantir que ela seja justa, exige o cumprimento de uma série de requisitos para que ela seja válida. Sem esses requisitos, a cláusula é considerada abusiva e não tem valor.

A cláusula de não concorrência é uma cláusula contratual que restringe o direito de um profissional de atuar no mesmo ramo de atividade de seu ex-empregador ou ex-sócio. Para ser válida, ela deve ter indenização, limite de tempo e de território, e ser feita por escrito.

  1. Ter um limite de tempo razoável.
  2. Ter um limite de território razoável.
  3. Ter uma indenização justa.
  4. Ser feita por escrito.
Tipo de ContratoRequisitoExemplo de Cláusula
Contrato de TrabalhoIndenização, limite de tempo e território.Não trabalhar em empresa concorrente por 1 ano na cidade.
Contrato de SociedadeIndenização, limite de tempo e território.Sócio não pode abrir negócio similar por 2 anos.

Perguntas Frequentes (FAQ)

  • A cláusula de não concorrência pode ser feita verbalmente?
    Não. A cláusula de não concorrência deve ser feita por escrito, e deve ser assinada por ambas as partes. A cláusula verbal não tem valor e não pode ser cobrada na Justiça.
  • O que acontece se eu descumprir a cláusula?
    Se você descumprir a cláusula de não concorrência, a empresa pode entrar com uma ação judicial para te obrigar a parar de trabalhar para o concorrente e para pedir uma indenização por danos materiais e morais. A indenização é calculada com base no prejuízo que a empresa teve.
  • A cláusula de não concorrência vale para o Brasil inteiro?
    Não. A cláusula de não concorrência deve ter um limite de território. O limite de território deve ser razoável e proporcional ao negócio da empresa. A cláusula que vale para o Brasil inteiro é considerada abusiva e não tem valor.

Os Requisitos de Validade da Cláusula

Para que a cláusula de não concorrência seja considerada válida, ela deve cumprir com três requisitos: ter um limite de tempo, ter um limite de território e ter uma indenização. Sem esses requisitos, a cláusula é considerada abusiva e não tem valor. A Justiça, em suas decisões, tem o entendimento de que a cláusula de não concorrência não pode ser usada para impedir que o profissional trabalhe e se sustente. A cláusula deve ser justa e proporcional.

A Indispensável Previsão de Indenização

A indenização é o principal requisito para a validade da cláusula de não concorrência. A empresa, para ter o direito de restringir o trabalho de um profissional, tem que pagar uma indenização. A indenização é uma forma de compensar o profissional pela restrição de sua liberdade de trabalho. A indenização deve ser proporcional ao prejuízo que o profissional terá por não poder trabalhar. A indenização, em geral, é de 30% a 50% do último salário do profissional, durante o período de restrição. Sem indenização, a cláusula é nula.

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Referências

A Análise da Justiça

Se a empresa entrar com uma ação judicial para cobrar o cumprimento da cláusula de não concorrência, o juiz irá analisar se a cláusula cumpre com todos os requisitos de validade. Se a cláusula não tiver indenização, se o tempo for muito longo ou se o território for muito grande, o juiz pode declarar a nulidade da cláusula. A anulação da cláusula é um direito do profissional, e é uma forma de proteger a sua liberdade de trabalho. A Justiça tem o poder de intervir e de garantir que a cláusula seja justa e proporcional.

A Importância da Assistência Jurídica

A assistência de um advogado especialista em Direito do Trabalho ou em Direito Societário é fundamental para a elaboração ou para a contestação da cláusula de não concorrência. O advogado irá te orientar sobre os requisitos de validade, te ajudar a redigir o contrato de forma clara e objetiva, e te representar na Justiça, se for preciso. O advogado irá garantir que a sua liberdade de trabalho seja respeitada e que a cláusula seja justa e legal.

Um Equilíbrio Necessário

A cláusula de não concorrência é uma ferramenta legal e válida, mas o seu uso exige cuidado e atenção. A cláusula, para ser válida, deve ter indenização, limite de tempo e de território. A Justiça brasileira entende que a cláusula não pode ser usada para impedir que o profissional trabalhe e se sustente. Se a cláusula for abusiva, ela é nula e não tem valor. O conhecimento é a sua melhor ferramenta para lutar pelos seus direitos e para garantir que a sua liberdade de trabalho seja respeitada. A sua proteção é a nossa prioridade.

Dr. Tiago Oliveira Reis
OAB/PE 34.925, OAB/SP 532.058, OAB/RN 22.557

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Dr. Tiago O. Reis, OAB/PE 34.925, OAB/SP 532.058, OAB/RN 22.557

Advogado especializado em ações que envolvem militares há mais de 12 anos, ex-2º Sargento da Polícia Militar e Diretor do Centro de Apoio aos Policiais e Bombeiros Militares de Pernambuco. Atuou em mais de 3039 processos em defesa da categoria, obtendo absolvições em PADs, processos de licenciamento e conselhos de disciplina.

Criou teses relevantes, como o Ação do Soldo Mínimo, Auxílio-transporte, Promoção Decenal da Guarda e Fluxo Constante de Promoção por Antiguidade.
Foi professor de legislação policial e sindicante em diversos processos administrativos. Pós-graduado em Direito Constitucional e Processual, com MBA em Gestão Empresarial, é referência na luta por melhores condições jurídicas e de trabalho aos militares.

Atualmente, também é autor de artigos e e Editor-Chefe no Blog da Reis Advocacia, onde compartilha conteúdos jurídicos atualizados na área de Direito Criminal, Militar e Processo Administrativo Disciplinar, com foco em auxiliar militares e servidores públicos na defesa de seus direitos.

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