A fiança criminal é um direito garantido por lei que pode fazer toda a diferença entre esperar um julgamento preso ou em liberdade. Ela está presente em diversos processos penais e tem como principal objetivo permitir que o acusado responda ao processo fora da prisão, mediante o pagamento de um valor definido pela autoridade competente.
Neste artigo, você vai descobrir:
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O que é fiança e para que serve;
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Como ela funciona na prática;
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Quem define o valor;
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Em quais crimes ela pode ser aplicada;
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Como e para quem é feito o pagamento;
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E o que não se pode fazer quando se está em liberdade provisória.
Se você ou alguém próximo está passando por uma situação parecida, leia com atenção. A informação certa no momento certo pode evitar erros irreversíveis e prejuízos à liberdade.
Fiança criminal: O que é?
A fiança criminal é uma medida prevista no Código de Processo Penal (CPP), mais precisamente no artigo 321 e seguintes. Ela permite ao investigado ou acusado responder ao processo em liberdade mediante o pagamento de um valor fixado pela autoridade competente.
A função da fiança é substituir a prisão provisória, desde que o crime praticado não seja inafiançável. Com ela, busca-se garantir que o acusado compareça aos atos do processo, não atrapalhe as investigações e não fuja. Embora não signifique absolvição nem fim do processo, a fiança funciona como um mecanismo que condiciona a liberdade à obediência de certas regras processuais.
Fiança criminal: Como funciona?
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Pode ser concedida pela autoridade policial, nos casos de crimes com pena de até 4 anos, ou pelo juiz, nos demais casos;
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Ao ser preso, o acusado é informado sobre a possibilidade da fiança;
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A autoridade fixa o valor com base na gravidade do crime, nas condições econômicas do réu, antecedentes e risco de fuga;
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Após o pagamento, o acusado é colocado em liberdade provisória, devendo cumprir regras legais;
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Se descumprir essas condições, pode perder a fiança e voltar à prisão.
Fiança: Qual o valor?
O valor da fiança é calculado com base no artigo 325 do CPP e considera principalmente dois fatores: a natureza do crime e a capacidade econômica do acusado. Os valores variam entre 1 e 1000 salários mínimos e podem ser ajustados pelo juiz para mais ou para menos.
Em casos menos graves, o delegado pode arbitrar a fiança entre 1 e 100 salários mínimos. Já em crimes mais graves, o juiz pode estipular valores mais altos. Além disso, o valor pode ser parcelado ou até substituído por garantias reais, como cauções, hipotecas e bens móveis ou imóveis.
Quais os crimes em que cabe fiança?
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Em todos os crimes que não são considerados inafiançáveis;
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Os inafiançáveis são: tortura, tráfico de drogas, terrorismo, crimes hediondos, racismo e ações armadas contra o Estado de Direito;
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Nos demais casos, a fiança é possível, desde que o acusado não represente risco ao processo ou à sociedade;
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Mesmo que a fiança não seja concedida de imediato, ela pode ser requerida judicialmente e revista por um juiz.
Quais as autoridades competentes que definem a fiança criminal?
Duas autoridades podem estabelecer a fiança. O delegado de polícia é competente para fixá-la nos crimes de menor potencial ofensivo, com pena máxima de até quatro anos. Nessas situações, a fiança pode ser paga na própria delegacia.
Já nos casos mais graves, a definição da fiança cabe ao juiz, que decide com base em pedido do advogado e análise dos autos. O valor é então pago por meio de guia judicial, em banco autorizado, como a Caixa Econômica ou o Banco do Brasil. É importante frisar que outras autoridades, como policiais militares, não podem definir ou autorizar fiança.
Para quem vai o dinheiro da fiança criminal?
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O valor da fiança é depositado judicialmente e fica vinculado ao processo;
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Ele não é repassado à vítima, ao Estado diretamente ou à autoridade policial;
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Ao final do processo, se o réu cumprir todas as obrigações, o valor é devolvido com correção;
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Caso descumpra as regras, o dinheiro pode ser revertido ao fundo penitenciário como penalidade.
Como é feita a aplicação da fiança e seu pagamento
A forma de aplicação e pagamento da fiança varia conforme quem a concedeu. Quando fixada pelo delegado, o valor pode ser pago na própria delegacia, com emissão de guia e liberação imediata. Quando a concessão depende do juiz, o advogado deve peticionar requerendo a fiança.
Após deferimento, é emitida a guia de depósito e o pagamento é feito em instituição bancária. Após a comprovação do depósito, o juiz ordena a soltura do preso. O acompanhamento jurídico é essencial para garantir que o processo ocorra com rapidez e segurança.
Ações não autorizadas dentro do estado de liberdade provisória
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Ausentar-se da comarca sem autorização judicial;
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Deixar de comparecer em juízo quando intimado;
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Cometer novo crime durante o andamento do processo;
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Tentar interferir em testemunhos ou destruir provas;
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Desrespeitar determinações da Justiça ou da autoridade policial.
O descumprimento dessas condições pode levar à revogação da liberdade provisória, decretação de nova prisão e perda do valor pago como fiança
Qual a importância do advogado criminalista na concessão e pagamento da fiança
O advogado criminalista é peça-chave para garantir a correta aplicação da fiança. Ele analisa a legalidade da prisão, verifica se há possibilidade de concessão da fiança e atua para que o valor seja justo e proporcional à realidade do acusado.
Além disso, o advogado acompanha todo o processo de pagamento, liberação e cumprimento das regras legais, evitando riscos ao seu cliente. Em casos de prisão em flagrante, agilidade e precisão são cruciais — por isso, contar com um advogado experiente pode representar a diferença entre permanecer preso e recuperar a liberdade de forma imediata e legal.
Fiança é um direito, mas exige conhecimento para não ser um risco
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Fiança não é perdão, mas uma forma legal de responder ao processo em liberdade;
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Nem todos os crimes permitem fiança, mas muitos sim — e isso deve ser analisado com urgência;
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O valor da fiança varia e pode ser discutido com apoio jurídico;
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O não cumprimento das condições legais pode resultar em prejuízos e nova prisão.
Na Reis Advocacia, atuamos com agilidade e excelência em casos de prisão em flagrante, audiência de custódia, fiança criminal e defesa penal estratégica. Se você ou um familiar está enfrentando esse tipo de situação, entre em contato imediatamente. A rapidez pode fazer toda a diferença para proteger sua liberdade.
Reis Advocacia
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