Falecimento no exterior: saiba o que fazer e como agir
O falecimento de um parente no exterior é uma situação devastadora que, além da dor emocional, impõe uma série de desafios legais, logísticos e financeiros à família. Muitas vezes, os familiares não sabem por onde começar, quais documentos são exigidos, o que mudou nas regras do translado internacional ou se há necessidade de contratação de um advogado.
Se você está passando por isso ou deseja se informar previamente, este artigo é para você. Aqui, você vai encontrar:
O que fazer quando um parente falece no exterior;
Quais as obrigações da família perante os consulados e autoridades;
Quanto custa o translado internacional de corpo;
Como é investigada a causa da morte;
Quais os procedimentos legais necessários;
Se é preciso advogado e como ele pode ajudar;
Teses jurídicas envolvidas e como proteger seus direitos.
Leia até o final e tenha em mãos um verdadeiro guia jurídico e prático sobre esse tema tão delicado. Informação é o primeiro passo para lidar com esse momento com dignidade, segurança e amparo legal.
Falecimento no exterior: O que acontece com o parente?
Quando ocorre o falecimento de um cidadão brasileiro fora do país, o primeiro passo é a notificação às autoridades locais, que conduzirão a constatação oficial do óbito. Em seguida, o caso é encaminhado ao Consulado-Geral ou Embaixada do Brasil no país onde ocorreu o falecimento.
O Consulado atuará para:
Confirmar a identidade do falecido;
Emitir o Atestado Consular de Óbito;
Auxiliar a família com os trâmites legais locais;
Orientar sobre o translado do corpo ao Brasil ou sepultamento no exterior.
Esse atestado consular substitui a certidão brasileira e deve posteriormente ser transcrito no cartório de registro civil do 1º Ofício do domicílio do falecido ou da família no Brasil.
Falecimento no exterior: Qual o valor para trazer um parente?
O translado internacional de um corpo é um dos procedimentos mais onerosos em casos de falecimento no exterior. Os custos variam conforme:
País de origem;
Distância até o Brasil;
Tarifas aeroportuárias e documentações sanitárias;
Exigências legais do país estrangeiro (ex: embalsamamento);
Tipo de urna funerária e transporte até o aeroporto.
Em média, os custos podem variar entre R$ 25 mil a R$ 70 mil, podendo ultrapassar esse valor em locais de difícil acesso ou com exigências burocráticas rigorosas.
É possível solicitar auxílio ao Consulado, mas o governo brasileiro não cobre o custo do translado, salvo casos humanitários extremos ou repatriações diplomáticas.
Por isso, é fundamental verificar se o falecido possuía seguro viagem com cobertura de repatriação funerária, o que pode reduzir significativamente os gastos e agilizar os trâmites.
Falecimento no exterior: Quais obrigações da família?
A família do falecido deve cumprir uma série de obrigações legais e documentais para garantir tanto o repatriamento quanto o sepultamento no exterior ou o reconhecimento do óbito no Brasil.
Veja o que é necessário providenciar:
Informar o falecimento ao Consulado do Brasil no exterior;
Obter a certidão de óbito estrangeira e o atestado consular de óbito;
Traduzir oficialmente os documentos (tradução juramentada);
Transcrever o óbito no Cartório do 1º Ofício do domicílio no Brasil;
Providenciar a legalização do translado (autorização sanitária e do Itamaraty);
Em caso de seguro, acionar a seguradora e apresentar os documentos requeridos;
Verificar eventuais procedimentos investigativos, principalmente em casos de morte violenta ou suspeita.
Esses passos devem ser realizados com máxima atenção, pois erros ou atrasos podem dificultar o repatriamento e prejudicar a tramitação de herança ou pensão no Brasil.
Falecimento no exterior: O que mudou no translado do parente?
Nos últimos anos, especialmente após o impacto da pandemia de COVID-19, as regras para translado de corpos passaram por atualizações importantes. As principais mudanças envolvem:
Novas exigências sanitárias internacionais: como certificados de embalsamamento e laudos sobre doenças infecciosas;
Maior controle da ANVISA e do Ministério da Saúde, que agora exigem documentação sanitária rigorosa para a entrada de restos mortais;
Obrigatoriedade de funeral home credenciada no exterior para emissão dos documentos exigidos pela autoridade brasileira;
Documentação adicional como “laudo de não contágio” e relatórios médicos em caso de falecimento por doenças infecciosas;
Digitalização de processos consulares, facilitando alguns trâmites mas exigindo mais atenção documental.
Por isso, a atuação de um advogado especialista em Direito Internacional ou Sucessório torna-se essencial para evitar falhas e acelerar o processo, com segurança jurídica.
Falecimento no exterior: Qual país investiga a morte do parente?
A investigação do falecimento é responsabilidade do país onde a morte ocorreu. Portanto, se o parente faleceu em circunstâncias suspeitas, violentas ou sem causa aparente, a autoridade policial local será a responsável pela apuração dos fatos.
No entanto:
O Consulado pode solicitar informações e relatar irregularidades;
A família pode contratar um advogado local ou no Brasil com atuação internacional para acompanhar a investigação;
Em certos casos, a Polícia Federal brasileira pode intervir, principalmente quando houver indícios de crimes transnacionais.
Se a família deseja investigar paralelamente ou exigir o envio de documentos oficiais, um advogado brasileiro com conhecimento internacional poderá atuar por meio de cooperação jurídica internacional (Decreto nº 9.199/2017 e tratados bilaterais).
Preciso de advogado no caso de falecimento de parente no exterior?
Sim, a atuação de um advogado é fundamental, especialmente quando há necessidade de:
Repatriar o corpo;
Regularizar o óbito no Brasil;
Acompanhar investigação criminal no país estrangeiro;
Solicitar pensão, seguro, herança ou direitos sucessórios;
Garantir tradução e validação documental conforme exigências brasileiras;
Evitar fraudes ou erros que prejudiquem a família.
Advogados especializados em Direito Internacional, Direito Sucessório e Direitos Humanos são os mais indicados para conduzir o caso com técnica e sensibilidade.
Na Reis Advocacia, já auxiliamos famílias em situações como essa, oferecendo assessoria completa, desde o primeiro contato com o consulado até a liberação do corpo ou trâmite da herança.
Procedimentos e soluções jurídicas: como podemos ajudar?
A Reis Advocacia dispõe de uma equipe preparada para lidar com casos de falecimento de brasileiros no exterior, com atuação estratégica que inclui:
Orientação completa sobre os documentos e trâmites consulares;
Acompanhamento do processo de translado do corpo;
Representação junto ao Itamaraty e cartórios brasileiros;
Assessoria em pedidos de pensão, seguro de vida e inventário;
Atuação internacional em cooperação com escritórios no exterior.
Sabemos que este é um momento de extrema dor e queremos garantir que nenhuma preocupação jurídica adicional recaia sobre a sua família.
Conclusão
O falecimento de um ente querido no exterior traz não apenas dor emocional, mas também uma carga de obrigações legais que precisam ser bem orientadas. Como vimos neste artigo, é preciso atenção com os documentos, o translado, os custos envolvidos, a investigação da morte e a regularização no Brasil.
Na Reis Advocacia, temos experiência e preparo para atuar nesses casos com empatia, precisão e agilidade. Eu, Dr. Tiago Oliveira Reis, junto com nossa equipe, já auxiliamos diversas famílias brasileiras a lidar com o falecimento de entes queridos no exterior, proporcionando segurança jurídica e tranquilidade nesse momento difícil.
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Dr. Tiago O. Reis, OAB/PE 34.925, OAB/SP 532.058, OAB/RN 22.557
Advogado há mais de 12 anos e sócio-fundador da Reis Advocacia. Pós-graduado em Direito Constitucional (2013) e Direito Processual (2017), com MBA em Gestão Empresarial e Financeira (2022). Ex-servidor público, fez a escolha consciente de deixar a carreira estatal para se dedicar integralmente à advocacia.
Com ampla experiência prática jurídica, atuou diretamente em mais de 5.242 processos, consolidando expertise em diversas áreas do Direito e oferecendo soluções jurídicas eficazes e personalizadas.
Atualmente, também atua como Autor de Artigos e Editor-Chefe no Blog da Reis Advocacia, onde compartilha conteúdos jurídicos atualizados, orientações práticas e informações confiáveis para auxiliar quem busca justiça e segurança na defesa de seus direitos.


