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Licença-paternidade: mudanças previstas para 2025

Licença-paternidade pode ser ampliada em 2025, com aumento de dias e garantia de estabilidade no emprego.

Licença-paternidade mudanças previstas para 2025
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O que está em jogo com a licença-paternidade em 2025

Na primeira semana de agosto de 2025, um tema ganhou destaque nas rodas de conversa, nas redes sociais e nos noticiários: a proposta de ampliação da licença-paternidade. O Congresso Nacional está avaliando projetos de lei que podem ampliar significativamente o tempo de afastamento garantido aos pais após o nascimento dos filhos. Atualmente, a legislação prevê cinco dias de licença-paternidade. A nova proposta pode elevar esse período para até 15 dias, além de incluir uma estabilidade de 30 dias no emprego após o retorno.

Essa mudança pode representar um marco histórico no Direito do Trabalho e na equidade de gênero nas responsabilidades parentais. O Supremo Tribunal Federal (STF) também se movimenta sobre o tema, indicando que a ausência de regulamentação adequada é uma omissão constitucional.

Neste artigo, vamos explorar as propostas em tramitação, os fundamentos jurídicos envolvidos, as repercussões sociais e os caminhos que você pode seguir caso deseje exercer plenamente seus direitos.

Tiago EC

Licença-paternidade: Explicação aprofundada do caso

A discussão sobre a licença-paternidade não é nova, mas ganhou força em 2025 após uma conjunção de fatores: o fortalecimento das pautas de igualdade de gênero, a presença mais ativa de pais na criação dos filhos e a pressão de entidades civis sobre o Legislativo.

Hoje, a legislação garante 5 dias de licença-paternidade para empregados celetistas, conforme o artigo 7º, XIX, da Constituição Federal e artigo 10 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT). Empresas participantes do Programa Empresa Cidadã podem estender esse período para 20 dias, mas não há obrigatoriedade.

Em julho de 2025, o STF voltou a se manifestar: o Ministro Edson Fachin afirmou que a licença-paternidade atual é insuficiente para garantir a participação ativa do pai e a igualdade parental. Ele citou: “É manifesta a omissão legislativa ao não regulamentar adequadamente a licença-paternidade, violando preceitos fundamentais.”

O Projeto de Lei em destaque prevê três grandes mudanças:

  1. A ampliação da licença-paternidade para até 15 dias;
  2. A possibilidade de fracionamento da licença em períodos diferentes;
  3. A garantia de estabilidade provisória de 30 dias após o retorno.

Essas medidas visam não apenas o bem-estar da família, mas também promover a responsabilidade compartilhada nos primeiros dias de vida da criança.

Contexto jurídico da licença-paternidade no Brasil

Historicamente, a licença-paternidade sempre ocupou papel secundário nas normas trabalhistas. Sua origem está no artigo 7º da Constituição Federal de 1988, que estabelece como direito dos trabalhadores urbanos e rurais a licença-paternidade, nos termos fixados em lei.

Contudo, mais de 30 anos depois, essa regulamentação segue precária. Veja as principais normas e princípios aplicáveis:

  • Constituição Federal, art. 7º, XIX: prevê o direito à licença-paternidade;
  • ADCT, art. 10, §1º: fixa a duração da licença-paternidade em 5 dias;
  • Convenção nº 156 da OIT: trata da igualdade de oportunidades e de tratamento entre homens e mulheres;
  • Princípio da paternidade responsável: previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA);
  • Princípio da dignidade da pessoa humana e proteção à família: base constitucional para ampliação de direitos parentais.

As teses jurídicas que sustentam a ampliação da licença-paternidade envolvem a busca por equidade entre gêneros, proteção à infância e cumprimento dos tratados internacionais dos quais o Brasil é signatário.

Do lado das opiniões, empresas manifestam preocupação com os impactos financeiros, enquanto entidades civis, sindicatos e especialistas em direito constitucional defendem a medida como um passo necessário à modernização do Direito do Trabalho.

Repercussões legais e soluções jurídicas

A ampliação da licença-paternidade tem impacto direto na vida de milhões de trabalhadores brasileiros e suas famílias. As repercussões são múltiplas:

Para a sociedade:

  • Incentiva a divisão igualitária de tarefas domésticas e parentais;
  • Melhora o vínculo entre pais e filhos nos primeiros dias de vida;
  • Reduz a sobrecarga emocional e física sobre as mães.

Para empresas:

  • Pode exigir adaptações na gestão de equipes;
  • Alinha-se com boas práticas de responsabilidade social.

Para o trabalhador:

  • Garante mais tempo de qualidade com a família;
  • Evita pressões e prejuízos profissionais;
  • Confere estabilidade no retorno ao trabalho.

Soluções jurídicas disponíveis:

  1. Acionar a justiça do trabalho em caso de recusa à licença ampliada;
  2. Exigir cumprimento de acordos coletivos mais favoráveis;
  3. Solicitar a inclusão da empresa no Programa Empresa Cidadã;
  4. Denunciar violações junto ao Ministério Público do Trabalho;
  5. Ingressar com ações individuais com base em tratados internacionais ratificados.

Na Reis Advocacia, atuamos assessorando pais que enfrentam dificuldades para exercer plenamente seus direitos. Com experiência em Direito Trabalhista e causas de impacto social, oferecemos orientação personalizada e estratégias para cada caso.

Advogado Direito Trabalhista

A discussão sobre a licença-paternidade em 2025 simboliza muito mais do que uma simples mudança de prazo. Ela representa uma transformação cultural, legal e social que pode redefinir as relações familiares e trabalhistas no país.

Como advogado trabalhista, observo com entusiasmo e senso de responsabilidade o avanço dessa pauta no Congresso e no STF. A possibilidade de ampliar a licença-paternidade e garantir estabilidade ao trabalhador pós-nascimento de seu filho é um passo urgente para um Direito do Trabalho mais justo e humano.

Ainda que o texto não tenha sido aprovado em definitivo, o debate é inevitável e irreversível. Caberá aos profissionais do Direito, à sociedade civil e aos empregadores garantirem que esse direito seja respeitado, aplicado e ampliado.

Tiago CA

Nosso papel na defesa da licença-paternidade

Na Reis Advocacia, temos orgulho em acompanhar de perto as mudanças legislativas que impactam diretamente o cotidiano das famílias brasileiras. Nosso compromisso é com a proteção dos direitos sociais, com uma advocacia estratégica, humanizada e atualizada.

Se você é pai, está esperando um filho ou teve seu direito à licença-paternidade negado, entre em contato conosco. Já ajudamos centenas de trabalhadores a conquistarem seus direitos e podemos ajudar você também.

Acesse nosso site, leia outros artigos e fale agora com um dos nossos advogados especialistas. Vamos lutar juntos pelos seus direitos.

Perguntas frequentes sobre o tema

A licença-paternidade vai mesmo mudar em 2025?
Ainda está em tramitação, mas há forte apoio no Congresso e no STF.

Quantos dias serão garantidos?
A proposta prevê 15 dias de licença obrigatória, com possibilidade de fracionamento.

O que muda para o trabalhador?
Mais tempo com o filho e estabilidade no emprego por 30 dias após o retorno.

A empresa é obrigada a conceder?
Se a lei for aprovada, a concessão se tornará obrigatória, exceto benefícios extras do Programa Empresa Cidadã.

Leia também:

  1. Licença paternidade: Como funciona e quem tem direito? – Publicado em 16/04/2025, explica o que é a licença‑paternidade, quem tem direito, sua duração (5 dias por lei, até 20 com o Programa Empresa Cidadã) e como garantir esse benefício no trabalho.

  2. Licença‑Paternidade Ampliada e Sindicatos Fortalecidos – Publicado em 20/04/2025 e atualizado em 29/06/2025, discute perspectivas de ampliação da licença‑paternidade, sua integração a diretrizes sindicais e os ganhos coletivos e culturais.

  3. Licença‑paternidade: mudanças previstas para 2025 – O artigo principal publicado em 05/08/2025, foca nas propostas legislativas para ampliar a licença para 15 dias, com estabilidade de 30 dias após o retorno e possibilidade de parcelamento.

  4. Gestantes: Entenda todos os direitos trabalhistas – Publicado em 14/10/2024, aborda os direitos das gestantes, incluindo estabilidade no emprego, o que complementa a discussão sobre benefícios trabalhistas no contexto familiar.

  5. Presunção de paternidade: O que é e como funciona – Publicado em 02/04/2025, esclarece conceitos jurídicos relevantes sobre paternidade e sua presunção, que contribuem para o entendimento do apoio legal à família.

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Dr tiago Reis

Dr. Tiago O. Reis, OAB/PE 34.925, OAB/SP 532.058, OAB/RN 22.557

Advogado há mais de 12 anos e sócio-fundador da Reis Advocacia. Pós-graduado em Direito Constitucional (2013) e Direito Processual (2017), com MBA em Gestão Empresarial e Financeira (2022). Ex-servidor público, fez a escolha consciente de deixar a carreira estatal para se dedicar integralmente à advocacia.

Com ampla experiência prática jurídica, atuou diretamente em mais de 5.242 processos, consolidando expertise em diversas áreas do Direito e oferecendo soluções jurídicas eficazes e personalizadas.

Atualmente, também atua como Autor de Artigos e Editor-Chefe no Blog da Reis Advocacia, onde compartilha conteúdos jurídicos atualizados, orientações práticas e informações confiáveis para auxiliar quem busca justiça e segurança na defesa de seus direitos.

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