- Em quais casos é possível recorrer após a sentença;
- Qual recurso utilizar para anular uma sentença;
- Quando é o momento certo de entrar com recurso;
- Quais os prazos e procedimentos legais;
- As principais teses jurídicas aplicáveis;
- Como a atuação de um advogado especialista pode fazer toda a diferença.
Milhares de pessoas todos os anos têm suas causas injustamente encerradas por não conhecerem as possibilidades legais disponíveis. E, muitas vezes, o arrependimento vem tarde demais. Recorrer após a sentença é um direito que pode ser decisivo para proteger seu patrimônio, sua liberdade ou seus direitos pessoais. Continue lendo e entenda como agir nessa etapa crítica do processo.
É possível recorrer após a sentença?
Sim, é possível recorrer após a sentença em diversos casos previstos pela legislação brasileira. A sentença é uma das decisões mais importantes dentro do processo judicial, pois representa o julgamento do mérito da causa. No entanto, ela não é imutável. A parte que se sente prejudicada pode interpor recursos visando reformar, anular ou até mesmo suspender os efeitos da sentença.
O direito de recorrer está fundamentado no princípio do duplo grau de jurisdição, previsto implicitamente no art. 5º, inciso LV, da Constituição Federal, que assegura o contraditório, ampla defesa e os meios a ela inerentes. Isso significa que ninguém pode ser condenado sem a possibilidade de contestar a decisão.
Recorrer após a sentença, portanto, é um instrumento de justiça e equilíbrio processual. E o melhor: não se trata de um único recurso. Há uma gama de alternativas, desde apelações até embargos, dependendo da fase, do tipo de processo e da natureza da decisão.
Se você foi condenado ou teve seu pedido negado em uma sentença, continue a leitura. Nos próximos tópicos, vamos detalhar os tipos de recursos disponíveis, os prazos legais e como agir de forma estratégica para defender seus direitos.
Qual o recurso para anular uma sentença?
Recorrer após a sentença com o objetivo de anulá-la é possível quando há vícios no processo que comprometeram o direito de defesa, o contraditório ou os princípios processuais. Nestes casos, o recurso adequado será determinado pelo tipo de falha e pela fase em que o processo se encontra.
As principais opções para anular uma sentença são:
- Apelação – É o recurso mais comum contra sentença. Serve tanto para reformar quanto para anular uma decisão, desde que haja ilegalidade, omissão, obscuridade ou contradição nos fundamentos.
- Embargos de Declaração – Quando a sentença apresenta omissões, contradições ou obscuridades, esse recurso pode ser usado como etapa preliminar para anulação ou esclarecimento da decisão.
- Ação Rescisória – Quando já não cabe mais recurso, essa ação pode ser usada para anular uma sentença transitada em julgado, em casos de vício grave, dolo, simulação ou documento novo.
- Correição Parcial – Quando o juiz pratica ato teratológico, ou seja, absurdo e ilegal, podendo ser corrigido por tribunais superiores.
- Recurso Especial e Extraordinário – Utilizados para corrigir decisões que contrariem lei federal ou a Constituição, respectivamente.
Recorrer após a sentença com o intuito de anular exige habilidade técnica e análise minuciosa do processo. Um erro de estratégia ou de prazo pode inviabilizar o direito ao recurso. Por isso, contar com um advogado especialista é fundamental.
Quando recorrer no processo?
O momento certo de recorrer após a sentença é um dos pontos mais importantes para garantir o sucesso da estratégia jurídica. O Código de Processo Civil estabelece prazos específicos que variam de acordo com o tipo de processo e recurso cabível.
De forma geral, o recurso deve ser interposto após a publicação da sentença no Diário da Justiça, iniciando-se a contagem do prazo legal. Perder esse prazo pode significar o fim da possibilidade de recorrer após a sentença.
Veja os momentos ideais para interpor recurso:
- Logo após a sentença de primeiro grau;
- Durante a execução da sentença;
- Após decisão em segundo grau.
Além disso, é essencial avaliar se houve cerceamento de defesa, violação a princípios constitucionais ou nulidade processual. Esses são elementos que tornam legítima a tentativa de recorrer após a sentença.
Qual é o prazo para recurso após sentença?
Recorrer após a sentença exige atenção absoluta aos prazos legais. O prazo depende do tipo de processo (cível, penal, trabalhista, etc.) e do recurso que será interposto.
Veja os prazos mais comuns:
- Apelação (Cível) – 15 dias úteis após a intimação da sentença;
- Embargos de Declaração – 5 dias úteis;
- Recurso Especial / Extraordinário – 15 dias úteis;
- Agravo de Instrumento – 15 dias úteis;
- Revisão Criminal (Penal) – sem prazo fixo.
Esses prazos devem ser rigorosamente seguidos. O não cumprimento impede a parte de recorrer após a sentença, o que pode resultar em graves prejuízos.
É possível reverter uma sentença judicial?
Sim, recorrer após a sentença permite, em muitos casos, a reversão da decisão judicial. A reversão pode ocorrer integralmente (quando todos os pedidos são acolhidos) ou parcialmente (quando apenas parte da sentença é modificada).
A reversão dependerá da fundamentação jurídica, da existência de provas suficientes e da atuação do advogado. Entre as situações que mais possibilitam reversão, estão:
- Erro de fato ou direito por parte do juiz;
- Sentença baseada em provas frágeis ou equivocadas;
- Nulidade processual;
- Omissão ou contradição na fundamentação.
Ao recorrer após a sentença, é possível solicitar ao tribunal a reavaliação de todos esses elementos. Em processos cíveis, trabalhistas e até criminais, decisões são revertidas todos os dias por meio de recursos adequados.
A sentença encerra o processo?
Apesar de a sentença representar o julgamento do mérito, ela não encerra automaticamente o processo. Recorrer após a sentença ainda é possível e previsto pela lei processual. Somente após o trânsito em julgado (quando não cabe mais nenhum recurso) é que o processo é oficialmente encerrado.
Mesmo após a sentença, podem ocorrer as seguintes etapas:
- Apelação;
- Julgamento em segundo grau;
- Recursos para tribunais superiores;
- Fase de cumprimento de sentença;
- Execução da decisão judicial.
Portanto, a sentença é uma etapa crucial, mas não definitiva. O direito de recorrer após a sentença deve ser considerado uma ferramenta indispensável de defesa e busca pela justiça.
Quem perde na segunda instância pode recorrer?
Sim, quem perde na segunda instância ainda pode recorrer após a sentença ou acórdão. A depender do caso, são possíveis os seguintes recursos:
- Recurso Especial (STJ) – quando a decisão contrariar lei federal;
- Recurso Extraordinário (STF) – quando violar a Constituição;
- Embargos de Declaração – para esclarecer contradições ou omissões no acórdão;
- Embargos Infringentes – em certos tribunais, quando há decisão não unânime desfavorável.
É fundamental avaliar, com o advogado, se há repercussão geral ou relevância jurídica, critérios exigidos pelos tribunais superiores. Embora mais complexa, essa fase ainda oferece possibilidades reais para recorrer após a sentença em segunda instância.
Qual recurso ataca sentença?
Recorrer após a sentença requer o conhecimento do recurso adequado para cada situação. Os principais recursos que atacam diretamente uma sentença são:
- Apelação – recurso mais comum, cabível contra qualquer sentença de mérito;
- Embargos de Declaração – para corrigir obscuridade, contradição ou omissão;
- Ação Rescisória – quando a sentença já transitou em julgado e há vícios graves;
- Agravo de Instrumento – usado quando a decisão do juiz não é sentença, mas prejudica o andamento processual.
Cada um desses recursos possui requisitos próprios. É essencial que o advogado analise cuidadosamente o conteúdo da sentença, o momento processual e os fundamentos legais antes de decidir a melhor forma de recorrer após a sentença.
Como um advogado especialista pode ajudar nesse processo?
Recorrer após a sentença é um procedimento técnico, cheio de detalhes e prazos rigorosos. Um advogado especialista é indispensável para:
- Identificar o recurso cabível;
- Cumprir prazos corretamente;
- Formular argumentos jurídicos sólidos;
- Reunir e apresentar provas com estratégia;
- Evitar erros que possam extinguir o direito de recorrer.
Na Reis Advocacia, nossos advogados atuam com excelência em recursos judiciais. Já ajudamos centenas de clientes a reverter decisões desfavoráveis, com fundamentações robustas e acompanhamento técnico em todas as fases do processo.
Como vimos, recorrer após a sentença é uma ferramenta fundamental para corrigir erros judiciais, garantir justiça e proteger direitos. A sentença não representa o fim, mas uma etapa do processo. Através dos recursos certos, com prazos corretos e argumentos sólidos, é possível reformar ou anular decisões desfavoráveis.
Se você recebeu uma sentença injusta ou quer saber se pode recorrer após a sentença, entre em contato conosco. Oferecemos análise personalizada e soluções jurídicas sob medida.
Perguntas frequentes sobre recorrer após a sentença
- Recorrer após a sentença é um direito garantido? Sim, é um direito garantido pela Constituição e pelo Código de Processo Civil.
- Posso recorrer sozinho, sem advogado? Em regra, não. Exceto em juizados especiais cíveis de até 20 salários mínimos.
- Quanto tempo demora para julgar um recurso? Depende da complexidade e do tribunal, mas geralmente leva de 3 a 18 meses.
- Posso recorrer de uma sentença penal condenatória? Sim, com apelação criminal, revisão criminal ou habeas corpus, conforme o caso.
- Recorrer suspende os efeitos da sentença? Nem sempre. Em alguns casos, é preciso pedir efeito suspensivo.
- Perdi o prazo, ainda posso recorrer? Geralmente não, mas em raras exceções é possível alegar nulidade ou pedir rescisória.
- Posso apresentar novas provas ao recorrer? Via de regra, não. Mas há exceções em casos de provas novas e relevantes.
- A sentença do juiz pode ser anulada? Sim, se houver erro grave ou vício processual.
- Qual o recurso mais usado? A apelação, prevista no art. 1.009 do Código de Processo Civil.
- Vale a pena recorrer sempre? Não necessariamente. Deve-se analisar o custo-benefício e a viabilidade com um advogado.
Leia também:
- Apelação Criminal: O Que É, Qual o Prazo e Como Solicitar — explica quando e como recorrer por apelação criminal logo após a sentença em primeira instância.
- Apelação Criminal: Revisão das Decisões Judiciais — detalha hipóteses de apelação, quem pode recorrer, prazos e possíveis efeitos do recurso
- Revisão Criminal: Como Funciona Mesmo Após a Condenação Definitiva — aborda a possibilidade de recorrer mesmo após o trânsito em julgado, via revisão criminal.
- Cumprimento de Sentença: Etapas, Direitos e Procedimentos — embora trate da execução da sentença, ajuda a entender quando já não cabe recurso, situando o momento correto de recorrer.
- Agravo de Petição: O Que É e Quais os Requisitos — aborda recurso utilizado na fase de execução de sentença, quando a parte discorda da forma de cumprimento.
Referências:
- Efeito devolutivo da apelação: revisão de sentença em recurso exclusivo da defesa (AgRg no HC 829.263‑RS) — STJ — jurisprudência recente sobre a amplitude da apelação e possibilidade de revisão de sentença.
Sócio e Advogado – OAB/PE 41.203
Advogado criminalista, militar e em processo administrativo disciplinar, especializado em Direito Penal Militar e Disciplinar Militar, com mais de uma década de atuação.
Graduado em Direito pela FDR-UFPE (2015), pós-graduado em Direito Civil e Processual Civil (ESA-OAB/PE) e em Tribunal do Júri e Execução Penal. Professor de Direito Penal Militar no CFOA (2017) e autor do artigo "Crise na Separação dos Três Poderes", publicado na Revista Acadêmica da FDR (2015).
Atuou em mais de 956 processos, sendo 293 processos administrativos disciplinares, com 95% de absolvições. Especialista em sessões do Tribunal do Júri, com mais de 10 sustentações orais e 100% de aproveitamento.
Atualmente, também é autor de artigos jurídicos no Blog da Reis Advocacia, onde compartilha conteúdos jurídicos atualizados na área de Direito Criminal, Militar e Processo Administrativo Disciplinar, com foco em auxiliar militares e servidores públicos na defesa de seus direitos.




