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Golpe do PIX: Como funciona e como se proteger?

Golpe do PIX, descubra como evitar fraudes financeiras, conheça os mecanismos usados pelos golpistas e saiba o que fazer em caso de suspeita.

IMAGEM Golpe do PIX: Como funciona?
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Entenda o PIX: Uma Revolução nos Pagamentos

O PIX é um sistema de pagamentos instantâneos que permite transferir dinheiro entre contas bancárias em segundos, a qualquer hora e dia, sem custo para pessoas físicas. Criado pelo Banco Central, o PIX entrou em operação em novembro de 2020 e logo se tornou um sucesso entre os brasileiros, que passaram a usar o serviço para realizar compras, pagar contas, impostos e boletos, enviar e receber dinheiro, entre outras funcionalidades.

Segundo dados do BC, até dezembro de 2023, mais de 300 milhões de chaves PIX foram cadastradas, e mais de 4 bilhões de transações foram realizadas, movimentando mais de 3 trilhões de reais.

Golpes do Pix são fraudes que exploram a rapidez das transferências instantâneas. Para se proteger, verifique sempre o comprovante de pagamento, evite clicar em links suspeitos e mantenha seus dados bancários seguros.

No entanto, junto com as vantagens do PIX, surgiram também os riscos. O sistema tem sido alvo de criminosos que se aproveitam da rapidez, da facilidade e da popularidade do serviço para aplicar golpes financeiros. Esses golpes podem causar prejuízos financeiros e emocionais às vítimas, além de comprometer a confiança e a segurança do sistema.

Por isso, é importante entender como o PIX funciona, quais são os tipos de golpes mais comuns, quem são as principais vítimas, como se proteger e como denunciar os casos de fraude. Neste artigo, vamos abordar todos esses aspectos e oferecer dicas práticas para você usar o PIX com segurança e tranquilidade.

 

 

O Golpe do PIX: Uma Ameaça Crescente

Nos últimos anos, o uso do PIX se expandiu rapidamente, tornando-o um alvo atrativo para criminosos financeiros. Segundo o Banco Central, foram registradas mais de 40 mil reclamações relacionadas ao PIX em 2023, um aumento de 300% em relação ao ano anterior. Vamos examinar como esses golpes ocorrem e como você pode se proteger contra eles.

O crescimento dos golpes do PIX está relacionado a vários fatores, como a falta de conhecimento dos usuários sobre o funcionamento do sistema, a ausência de mecanismos de segurança eficientes por parte dos bancos e das plataformas digitais, e a facilidade de acesso e de disseminação das informações pessoais e bancárias das vítimas pelos golpistas.

Além disso, a pandemia da Covid-19 contribuiu para o aumento das transações online e para a vulnerabilidade financeira e emocional de muitas pessoas, que se tornaram mais suscetíveis a cair em golpes.

 

INFOGRAFICO GOLPE DO PIX
Golpe do PIX: Como funciona e como se proteger? 6

 

Mecanismos do Golpe: Como Funciona?

Os golpes do PIX podem causar danos irreparáveis às vítimas, que podem perder todo o seu dinheiro, ter sua identidade roubada, ter seu nome negativado, ou até mesmo sofrer ameaças e extorsões.

Além disso, os golpes podem afetar a credibilidade e a confiança do sistema de pagamentos, que é fundamental para a economia e para a sociedade. Por isso, é importante que os usuários, os bancos, as autoridades e a mídia se unam para combater os golpes e para educar a população sobre os riscos e as formas de prevenção.

Os golpistas do PIX normalmente usam uma variedade de táticas para enganar as vítimas. Vamos detalhar os métodos mais comuns que eles empregam para cometer seus crimes. Alguns exemplos são:

 

    • Envio de links falsos por e-mail, SMS ou WhatsApp, que levam a sites clonados que solicitam os dados bancários das vítimas.
    • Envio de mensagens ou ligações se passando por funcionários do banco, da Receita Federal ou de outras instituições, pedindo que as vítimas façam um PIX para confirmar sua identidade ou regularizar sua situação.
    • Envio de QR codes falsos ou alterados, que direcionam o pagamento para uma conta diferente da esperada. Envio de solicitações de PIX indevidas, aproveitando-se da distração ou da confiança das vítimas.

Um exemplo de golpe que envolve o envio de solicitações de PIX indevidas é o seguinte: o golpista tem acesso aos dados pessoais ou bancários da vítima, ou de alguém próximo a ela, e usa essas informações para se passar por ela ou por essa pessoa.

O golpista envia uma mensagem para a vítima, dizendo que precisa de um PIX urgente, por algum motivo plausível, como uma emergência médica, um problema no carro, ou uma dívida a pagar. A vítima, confiando na mensagem, faz o PIX sem verificar a veracidade da situação ou a identidade do solicitante.

Um sinal de alerta desse tipo de golpe é a urgência ou a pressão para fazer o PIX, ou a falta de outros meios de contato com a pessoa que supostamente pede o PIX.

5 passos para se proteger dos golpes do Pix:

  1. Verifique o comprovante de pagamento
    Confirme se o valor foi realmente creditado na sua conta antes de liberar produtos ou serviços.

  2. Desconfie de mensagens urgentes
    Golpistas costumam criar senso de urgência para induzir erros.

  3. Não compartilhe dados sensíveis
    Evite fornecer informações pessoais ou bancárias por telefone ou mensagens.

  4. Utilize autenticação em dois fatores
    Adicione uma camada extra de segurança às suas contas bancárias.

  5. Mantenha seus dispositivos atualizados
    Atualizações frequentes corrigem vulnerabilidades exploradas por criminosos.

 

Tiago CA

Principais Vítimas: Quem Está em Risco?

 

    • Pessoas que usam o PIX com frequência, especialmente para transações de alto valor ou para pagar contas e impostos, são mais visadas pelos golpistas porque eles sabem que essas pessoas têm mais dinheiro em suas contas e que estão mais habituadas a fazer PIX sem desconfiar.

Para se proteger, essas pessoas devem verificar sempre os dados da transação antes de confirmar o PIX, como o valor, a conta e a chave. Elas também devem evitar fazer PIX para pessoas ou empresas desconhecidas, ou que não tenham uma reputação confiável. Além disso, elas devem limitar o valor máximo que podem transferir por PIX, de acordo com as suas necessidades, e ativar as notificações do seu banco para acompanhar as movimentações da sua conta.

 

    • Pessoas que não têm muita familiaridade com tecnologia ou que não verificam a autenticidade dos sites e das mensagens que recebem, são mais vulneráveis aos golpes do PIX porque eles podem ser facilmente enganados por links falsos, sites clonados, mensagens fraudulentas ou QR codes adulterados.

Para se proteger, essas pessoas devem aprender mais sobre o funcionamento do PIX e sobre os cuidados que devem ter ao usá-lo. Elas também devem desconfiar de qualquer oferta, solicitação ou informação que chegue por e-mail, SMS ou WhatsApp, e não clicar em links ou fornecer dados sem verificar a fonte. Elas devem usar um antivírus atualizado no seu computador ou celular, e consultar o site oficial do Banco Central ou do seu banco para tirar dúvidas sobre o PIX.

 

    • Pessoas que estão em situação de vulnerabilidade financeira, que podem ser atraídas por ofertas falsas de empréstimos, doações ou prêmios, são mais expostas aos golpes do PIX porque eles podem ser seduzidos por promessas de dinheiro fácil, rápido ou sem juros.

Para se proteger, essas pessoas devem ter cautela com qualquer proposta que pareça boa demais para ser verdade, e que exija um pagamento prévio ou o fornecimento de dados pessoais ou bancários. Elas devem pesquisar sobre a credibilidade e a legalidade da empresa ou da pessoa que oferece o empréstimo, a doação ou o prêmio, e não fazer PIX sem ter certeza da origem e da finalidade do dinheiro. Elas devem buscar alternativas seguras e confiáveis para resolver seus problemas financeiros, como programas sociais, cooperativas de crédito ou organizações sem fins lucrativos.

 

    • Pessoas que têm dados pessoais ou bancários expostos na internet, que podem ser usados pelos golpistas para se passar por elas ou por pessoas conhecidas, são mais suscetíveis aos golpes do PIX porque eles podem ser vítimas de roubo de identidade, clonagem de cartão, extorsão ou chantagem.

Para se proteger, essas pessoas devem proteger seus dados com senhas fortes e diferentes para cada serviço, e não compartilhá-los com ninguém. Elas também devem evitar acessar sites ou redes sociais em computadores ou celulares públicos ou compartilhados, e não usar redes wi-fi abertas ou desconhecidas. Elas devem monitorar seus extratos bancários e seus cadastros em sites e aplicativos, e alterar ou cancelar suas chaves PIX se suspeitarem de alguma fraude. Elas devem denunciar imediatamente qualquer uso indevido dos seus dados ou qualquer tentativa de extorsão ou chantagem.

 

Tiago NT

Denunciando Golpes do PIX:

Caso você seja vítima de um golpe do PIX ou suspeite de atividade criminosa, é essencial saber como denunciar.

Explicaremos como reportar golpes e contribuir para a segurança de todos. Os canais oficiais para fazer a denúncia são:

 

    • Entrar em contato com o seu banco é o primeiro passo para tentar reaver o seu dinheiro e evitar que o golpista faça mais transações com a sua conta. O banco pode cancelar ou estornar o PIX, se ele ainda não tiver sido concluído, ou bloquear a sua conta, se ela tiver sido invadida. No entanto, nem sempre o banco é ágil ou cooperativo para resolver esses casos, e pode alegar que a responsabilidade é do usuário, que autorizou o PIX. Por isso, é importante guardar os comprovantes e as evidências do golpe, e exigir seus direitos como consumidor.

 

    • Registrar um boletim de ocorrência é essencial para formalizar a denúncia e dar início à investigação policial. O boletim de ocorrência pode ser feito na delegacia mais próxima ou pela internet, no site da Polícia Civil do seu estado. Para fazer o boletim, você precisa informar os seus dados pessoais, os dados da transação, os dados do golpista (se souber), e os detalhes do golpe. O boletim de ocorrência pode ajudar a identificar e prender os criminosos, e a recuperar o seu dinheiro. No entanto, o processo pode ser demorado e burocrático, e nem sempre há recursos ou pessoal suficientes para investigar todos os casos.

 

    • Denunciar os golpes pelo site do Banco Central ou pelo telefone 145 é uma forma de alertar as autoridades sobre as fraudes e contribuir para a melhoria do sistema de pagamentos. Você também pode usar o aplicativo Fale Conosco do BC, disponível para Android e iOS. Para fazer a denúncia, você precisa informar o seu nome, o seu CPF, o seu e-mail, o seu telefone, o nome do seu banco, o tipo de problema, e a descrição do ocorrido. A denúncia pode ajudar o Banco Central a fiscalizar e punir os bancos que não cumprem as normas de segurança e de atendimento ao cliente, e a implementar medidas preventivas e educativas para evitar novos golpes. No entanto, a denúncia não garante que você receba o seu dinheiro de volta, nem que o golpista seja identificado ou preso.

Na Reis Advocacia, estamos comprometidos em fornecer informações e orientações jurídicas para proteger nossos clientes de golpes financeiros como o Golpe do PIX. Se você ou alguém que você conhece foi vítima de fraudes financeiras ou tem alguma dúvida sobre como se proteger contra esses golpes, não hesite em entrar em contato conosco. Nossos advogados especializados em direito financeiro e segurança cibernética estão prontos para oferecer assistência jurídica e orientação personalizada.

Se você foi vítima de um golpe do PIX ou outra fraude financeira, a equipe da Reis Advocacia está pronta para auxiliá-lo. Entre em contato conosco para uma consultoria especializada e confidencial.

Perguntas frequentes sobre o tema:

1. O que fazer se cair em um golpe do Pix?
Entre em contato imediatamente com seu banco para tentar bloquear a transação e registre um boletim de ocorrência.

2. O banco é responsável por golpes do Pix?
Depende do caso. Se houver falha na segurança do banco, ele pode ser responsabilizado.

3. Como evitar cair em golpes do Pix?
Verifique sempre os dados da transação, desconfie de ofertas muito vantajosas e mantenha seus dispositivos seguros.

4. É possível recuperar o dinheiro perdido em um golpe do Pix?
Em alguns casos, sim. A recuperação depende da rapidez da denúncia e das políticas do banco.

 

Leia também:

  1. Golpe do PIX: Como Recuperar Valores Perdidos?
    Este artigo orienta sobre os passos imediatos após ser vítima de um golpe via PIX, incluindo o registro de boletim de ocorrência, comunicação com o banco e possibilidades de recuperação dos valores por meio do Mecanismo Especial de Devolução (MED) e ações judiciais.

  2. Golpes Envolvendo Correios: Como Identificar e Evitar Fraudes com PIX
    Aborda fraudes que utilizam o nome dos Correios para enganar vítimas, solicitando pagamentos via PIX para liberação de encomendas supostamente retidas.

  3. Golpes Financeiros: Como Agir e Recuperar Seu Dinheiro
    Explora diversos tipos de golpes financeiros, incluindo os realizados via PIX, e fornece orientações legais para recuperar os valores perdidos e proteger seus dados.

  4. PIX Mais Seguro: Banco Central Anuncia Medidas Contra Golpes
    Apresenta as novas medidas anunciadas pelo Banco Central para 2026, visando reforçar a segurança do sistema PIX e combater fraudes.

  5. Pix Falso: Como Identificar, Evitar e Combater Golpes Financeiros
    Oferece dicas para reconhecer e se proteger contra golpes que utilizam o PIX de forma fraudulenta, como solicitações de pagamentos em nome de empresas ou pessoas conhecidas.

 

Referências:

  1. Jurisprudência do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP)
    Decisão que condenou banco a indenizar cliente vítima de golpe via PIX, reconhecendo a responsabilidade objetiva da instituição financeira.

  2. Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT)
    Decisão que reconheceu a responsabilidade objetiva do banco em caso de golpe da falsa central de atendimento, enfatizando o dever de segurança das instituições financeiras.

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Dr tiago Reis

Dr. Tiago O. Reis, OAB/PE 34.925, OAB/SP 532.058, OAB/RN 22.557

Advogado há mais de 12 anos e sócio-fundador da Reis Advocacia. Pós-graduado em Direito Constitucional (2013) e Direito Processual (2017), com MBA em Gestão Empresarial e Financeira (2022). Ex-servidor público, fez a escolha consciente de deixar a carreira estatal para se dedicar integralmente à advocacia.

Com ampla experiência prática jurídica, atuou diretamente em mais de 5.242 processos, consolidando expertise em diversas áreas do Direito e oferecendo soluções jurídicas eficazes e personalizadas.

Atualmente, também atua como Autor de Artigos e Editor-Chefe no Blog da Reis Advocacia, onde compartilha conteúdos jurídicos atualizados, orientações práticas e informações confiáveis para auxiliar quem busca justiça e segurança na defesa de seus direitos.

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