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Trabalhador de Startup: Quais são os direitos?

Você é trabalhador de startup? Saiba quais são seus direitos trabalhistas, mesmo como PJ ou em home office, e evite prejuízos legais em 2025.

Trabalhador de startup
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O Que São Startups e Como Isso Afeta o Trabalhador de Startup?

Você é trabalhador em startup? Mesmo sob contrato de PJ ou home office, se houver subordinação, habitualidade, pessoalidade e onerosidade, você tem direitos garantidos pela CLT, como FGTS, férias + 1/3, 13º, INSS e eventual adicional.

Startups são empresas inovadoras, geralmente com operação digital, que buscam escalar rapidamente seus serviços ou produtos com uso de tecnologia. Para alcançar esses objetivos, é comum adotarem estruturas flexíveis, trabalho remoto e formas de contratação diferenciadas.

Mas a modernidade do modelo não afasta a aplicação da legislação. Ou seja, o trabalhador de startup tem direito à proteção da CLT, sempre que sua atuação apresentar subordinação, habitualidade, pessoalidade e onerosidade.

Quais São os Direitos do Trabalhador de Startup?

Sempre que houver vínculo empregatício, o trabalhador de startup tem direito aos mesmos benefícios previstos na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), tais como:

  • Registro em carteira (CTPS);

  • Férias + 1/3;

  • 13º salário;

  • FGTS;

  • INSS;

  • Vale-transporte (se aplicável);

  • Adicional de horas extras e adicional noturno;

  • Licença maternidade/paternidade.

Infelizmente, muitas startups contratam de forma informal ou sob modelos de pejotização indevida, o que pode violar esses direitos e gerar passivo trabalhista futuro.

Tiago FA

Contratação Como PJ: Como Afeta o Trabalhador de Startup?

É comum o trabalhador de startups ser contratado como pessoa jurídica (PJ). A promessa costuma vir acompanhada de maior liberdade, menos burocracia e pagamento direto.

Contudo, se na prática há:

  • Subordinação direta;

  • Controle de horários;

  • Exclusividade;

  • Atividade-fim da empresa;

  • Regras rígidas impostas pela startup…

… então a relação pode ser considerada de emprego disfarçado, passível de reconhecimento na Justiça do Trabalho. A essa prática se dá o nome de pejotização irregular — e o trabalhador de startup tem o direito de reivindicar todos os direitos CLT.

O Que Muda Para o Trabalhador de Startup?

Grande parte dos trabalhadores de startups atua em home office. A Reforma Trabalhista de 2017 regulamentou esse modelo, mas o fato de trabalhar remotamente não afasta os direitos da CLT.

Se o trabalhador de startup cumpre horários, responde a gestores, participa de reuniões e é cobrado com metas rígidas, ele deve ser reconhecido como empregado regular. Além disso, a empresa deve prever no contrato:

  • Reembolso de despesas com energia e internet;

  • Fornecimento ou manutenção de equipamentos;

  • Controle de jornada (quando aplicável);

  • Orientações sobre segurança do trabalho.

Tiago EC

Salário por Fora: Quais os Riscos Para o Trabalhador de Startup?

Uma prática infelizmente comum nas startups é o pagamento de parte do salário “por fora”, ou seja, sem constar no contracheque oficial. Isso prejudica o trabalhador em vários aspectos:

  • Redução no FGTS;

  • Menor valor de contribuição ao INSS;

  • Prejuízos no cálculo do 13º e férias;

  • Problemas na aposentadoria e seguro-desemprego.

Caso você, trabalhador de startup, esteja nessa situação, é recomendável reunir provas (extratos, mensagens, e-mails) e buscar um advogado trabalhista para exigir a regularização dos valores e direitos prejudicados.

5 passos para reconhecer seus direitos trabalhistas em startups

  1. Identifique vínculo empregatício – Verifique subordinação, controle e exclusividade.

  2. Exija registro em carteira – Caso haja relação típica de emprego, há direito a CTPS.

  3. Apure benefícios previstos – FGTS, férias, 13º, adicional e vale‑transporte.

  4. Fiscalize salários “por fora” – Denuncie se houver omissão de valores na CTPS.

  5. Busque assessoria jurídica – Reclame direitos não observados via Justiça do Trabalho.

Qual o Papel do Advogado para o Trabalhador de Startup?

O advogado trabalhista é o profissional ideal para defender os direitos do trabalhador de startups. Isso porque ele atua de forma estratégica em situações como:

  • Análise de contratos PJ para verificar se há vínculo empregatício disfarçado;

  • Reivindicação de salários não pagos ou pagos por fora;

  • Reconhecimento de vínculo com base na realidade da prestação de serviços;

  • Ações judiciais ou extrajudiciais para garantir verbas rescisórias, INSS e FGTS.

Muitas startups, mesmo de boa-fé, cometem erros por desconhecimento da lei. Por isso, contar com a orientação de um advogado trabalhista é essencial para garantir a proteção do trabalhador sem afetar a saúde da empresa.

Precisa de Ajuda Para Entender Seus Direitos Como Trabalhador de Startup?

Se você trabalha em uma startup e tem dúvidas sobre sua condição contratual, salário, férias ou se está atuando como PJ sem autonomia real, é hora de buscar esclarecimentos jurídicos.

O trabalhador de startup tem direitos — e a informalidade do ambiente de inovação não é justificativa para burlar a lei.

O crescimento das startups no Brasil representa uma revolução nos negócios, mas também exige responsabilidade.

O trabalhador de startup precisa estar atento às condições reais de trabalho e buscar apoio jurídico quando perceber abusos ou informalidade.

Na Reis Advocacia, atuamos com firmeza na defesa de colaboradores contratados por startups, garantindo segurança, respeito à lei e justiça nas relações de trabalho.

Você trabalha em uma startup e tem dúvidas sobre seus direitos? Entre em contato com os especialistas da Reis Advocacia e receba orientação segura e personalizada para o seu caso. Acesse também outros artigos do nosso blog e fique por dentro das atualizações da legislação trabalhista.

Perguntas frequentes sobre o tema

PJ em startup pode ter direitos da CLT?
Sim — se a relação for de emprego disfarçado, há reconhecimento de vínculo e aplicação da CLT.

Trabalhador remoto perde direitos?
Não — mesmo em home office, se há controle e metas, os direitos da CLT se aplicam.

O que fazer se pagar parte do salário “por fora”?
Pode requerer retificação do salário, diferenças no FGTS, INSS, 13º e férias.

Como comprovar vínculo empregatício?
Demonstre habitualidade, subordinação, pessoalidade e onerosidade, e solicite auxílio jurídico.

Leia também:

 

Referências:

  1. Lei Complementar nº 182/2021 (Marco Legal das Startups)
    Institui o marco legal das startups e do empreendedorismo inovador, permitindo aportes societários sem descaracterizar vínculo trabalhista.

  2. Decreto‑Lei nº 5.452/1943 (CLT), art. 3º
    Define “empregado” e estabelece os critérios clássicos – subordinação, pessoalidade, habitualidade e salário – usados para identificar vínculo empregatício.

  3. Decreto‑Lei nº 5.452/1943 (CLT), art. 58
    Determina que a jornada normal de trabalho não deve exceder 8 horas diárias.

  4. Lei nº 13.429/2017 (Lei da Terceirização)
    Regula o trabalho temporário e terceirização de atividades-fim, mas ressalta que terceirização com vínculo oculto é fraudulenta.

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Dr tiago Reis

Dr. Tiago O. Reis, OAB/PE 34.925, OAB/SP 532.058, OAB/RN 22.557

Advogado há mais de 12 anos e sócio-fundador da Reis Advocacia. Pós-graduado em Direito Constitucional (2013) e Direito Processual (2017), com MBA em Gestão Empresarial e Financeira (2022). Ex-servidor público, fez a escolha consciente de deixar a carreira estatal para se dedicar integralmente à advocacia.

Com ampla experiência prática jurídica, atuou diretamente em mais de 5.242 processos, consolidando expertise em diversas áreas do Direito e oferecendo soluções jurídicas eficazes e personalizadas.

Atualmente, também atua como Autor de Artigos e Editor-Chefe no Blog da Reis Advocacia, onde compartilha conteúdos jurídicos atualizados, orientações práticas e informações confiáveis para auxiliar quem busca justiça e segurança na defesa de seus direitos.

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