Cliente garante devolução de seguro bancário indevido
Imagine financiar um veículo, acreditar que está tudo certo com as parcelas e descobrir, depois de anos, que você pagou por um seguro de proteção financeira imposto sem alternativa de escolha. Foi assim com A.J.S.O., que, ao perceber a cobrança abusiva, buscou seus direitos com o apoio do Reis Advocacia.
Se o banco incluiu um seguro sem sua autorização ou escolha, isso caracteriza venda casada e é ilegal. Você pode exigir a devolução dos valores pagos indevidamente, mesmo após anos, com base no Código de Defesa do Consumidor.
O resultado? A Justiça reconheceu que houve venda casada, prática proibida pelo Código de Defesa do Consumidor (CDC), e determinou a devolução do valor pago — ainda que outras tarifas do contrato fossem consideradas válidas.
Neste artigo, você vai entender como a venda casada ainda acontece, quais são os principais abusos em contratos bancários, as teses jurídicas que garantem a devolução do indébito e como agir para recuperar seu dinheiro.
Venda casada: quando o banco obriga seguro no contrato
Você já deve ter ouvido falar que ninguém pode ser forçado a contratar um serviço para ter acesso a outro. Essa prática é ilegal e conhecida como venda casada, expressamente vedada pelo artigo 39, inciso I, do CDC.
No processo 0001918-67.2017.8.17.8223, A.J.S.O. comprovou que o contrato de financiamento de seu veículo incluía, sem opção de escolha, um seguro de proteção financeira com seguradora indicada pelo próprio banco. Para o consumidor, não havia possibilidade de contratar o seguro com outra empresa.
O juiz foi claro: “O valor cobrado a título de ‘Seguro Proteção Financeira’ não pode ser validado, pois a cláusula contratual impôs ao consumidor uma venda casada.”
Essa decisão está em sintonia com precedentes do STJ que reforçam: quando o contrato não permite ao cliente escolher livremente a seguradora, o banco fere a lei e deve devolver o valor pago.
5 passos para reaver seguro bancário cobrado indevidamente
Analise o contrato
Verifique se há cláusulas que impuseram o seguro sem opção de escolha.Reúna documentos
Guarde contratos, boletos e comprovantes dos pagamentos realizados.Verifique prazos
O prazo para pedir devolução é de 3 anos, contado do pagamento indevido.Consulte um advogado especialista
Um profissional pode identificar práticas abusivas e fundamentar a ação.Ajuíze a ação
Comprovada a venda casada, o Judiciário pode determinar a devolução do valor pago.
Teses jurídicas em casos de cobrança abusiva bancária
A luta contra cobranças abusivas em contratos de financiamento é uma realidade para muitos consumidores. E a jurisprudência tem evoluído para proteger quem busca ressarcimento. Veja as teses jurídicas que fundamentaram o êxito de A.J.S.O.:
- Venda casada (CDC, art. 39, I)
Exigir do consumidor a contratação de seguro, sem oferecer alternativas, configura prática abusiva. Nesse caso, o cliente pode exigir o ressarcimento integral dos valores pagos indevidamente.
- Precedentes do STJ sobre contratos bancários
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) já decidiu, em regime de recursos repetitivos, que:
- Tarifa de Abertura de Crédito (TAC) e Tarifa de Emissão de Carnê (TEC) só são válidas em contratos firmados até abril de 2008.
- Seguro vinculado sem opção é venda casada.
- O consumidor tem direito à devolução em forma simples (não dobrada), salvo se provar má-fé do banco.
- Prazo de prescrição para ressarcimento
O prazo para pedir devolução de valores cobrados indevidamente em contrato bancário é de 3 anos (art. 206, §3º, IV, do Código Civil). No caso, o juiz considerou que a cobrança não estava prescrita, pois a ação foi ajuizada dentro do prazo.
Lições do caso: como identificar tarifas ilegais do seguro bancário
Muitos consumidores nem percebem que estão pagando valores indevidos todos os meses. As armadilhas mais comuns incluem:
- Seguros embutidos sem opção de escolha.
- Tarifa de cadastro cobrada mais de uma vez.
- Serviços não prestados, mas cobrados no contrato.
- Cláusulas obscuras que impõem taxas de terceiros.
No caso de A.J.S.O., a análise minuciosa do contrato revelou a cobrança indevida do seguro, mas também confirmou que outras tarifas eram legítimas. O juiz reconheceu, por exemplo, a validade da tarifa de avaliação de bem, da tarifa de cadastro inicial e da taxa de registro de contrato, porque houve prestação efetiva do serviço.
Essa decisão mostra que cada detalhe faz diferença: nem tudo é abusivo, mas o que for ilegal deve ser restituído.
Como garantir a repetição do indébito no seguro bancário
Se você suspeita que está pagando por tarifas ou seguros abusivos, siga estes passos:
- Revise o contrato: verifique todas as cláusulas e identifique taxas ou seguros embutidos.
- Guarde comprovantes: boletos, extratos e contratos originais são essenciais.
- Procure orientação especializada: um advogado com experiência em direito bancário e do consumidor sabe onde encontrar as brechas que garantem a devolução.
- Fique atento ao prazo: o tempo para pedir a repetição do indébito é de 3 anos a partir do pagamento indevido.
No caso de A.J.S.O., a sentença determinou a devolução de R$ 698,23, com juros de 1% ao mês e correção monetária desde cada desembolso. Um valor que, somado a outras cobranças recorrentes, faz diferença no bolso de quem luta para manter as contas em dia.
Advogado especialista em cobrança indevida bancária e seguro bancário
Infelizmente, bancos ainda abusam da boa-fé dos clientes, embutindo seguros e tarifas que o consumidor nem sempre percebe. Mas a lei está do seu lado — e a atuação de um advogado especialista é o que transforma frustração em vitória.
Na Reis Advocacia, analisamos cada cláusula do seu contrato, identificamos cobranças abusivas e construímos a estratégia mais sólida para reaver o que é seu por direito.
Resumo: Se o banco incluiu seguro ou tarifas sem transparência, você pode exigir a devolução. A venda casada é ilegal, o contrato deve ser claro e a cobrança, justa. O caso de A.J.S.O. mostra que, mesmo anos depois, é possível virar o jogo.
Quer saber se o seu contrato também tem cobrança indevida? Fale com nossa equipe, envie seus documentos e descubra o que podemos fazer por você.
Acesse o tribunal e saiba mais sobre Processo: nº 0001918-67.2017.8.17.8223
Perguntas frequentes sobre seguro bancário
Como saber se paguei seguro bancário indevido?
Verifique seu contrato de financiamento e identifique cláusulas que impuseram seguros obrigatórios sem alternativa, isso serve principalmente para seguro bancário.
Quanto tempo tenho para pedir devolução do seguro bancário?
O prazo é de 3 anos, contados do pagamento indevido do seguro bancário.
Posso pedir devolução em dobro do seguro bancário?
Somente se ficar comprovada a má-fé do banco na cobrança.
Preciso de advogado para pedir ressarcimento?
Sim, um advogado especialista aumenta suas chances de sucesso.
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Correspondente Bancário: Saiba quem regula essa atividade – Explica como funciona a atuação de correspondentes bancários, incluindo a venda de seguros e a importância da regulação para proteger o consumidor.
Referências:
Informativo TJPE (fev/2025) reconhece venda casada de seguro bancário Imposta sem escolha – O TJPE reconheceu, em 04/02/2025, que consumidores foram obrigados a contratar seguro sem opção, configurando venda casada
Tema 972/STJ – STJ fixa tese: seguro prestamista imposto é venda casada – O STJ definiu que “nos contratos bancários em geral, o consumidor não pode ser compelido a contratar seguro com a instituição financeira ou com seguradora por ela indicada”
Dr. Tiago O. Reis, OAB/PE 34.925, OAB/SP 532.058, OAB/RN 22.557
Advogado há mais de 12 anos e sócio-fundador da Reis Advocacia. Pós-graduado em Direito Constitucional (2013) e Direito Processual (2017), com MBA em Gestão Empresarial e Financeira (2022). Ex-servidor público, fez a escolha consciente de deixar a carreira estatal para se dedicar integralmente à advocacia.
Com ampla experiência prática jurídica, atuou diretamente em mais de 5.242 processos, consolidando expertise em diversas áreas do Direito e oferecendo soluções jurídicas eficazes e personalizadas.
Atualmente, também atua como Autor de Artigos e Editor-Chefe no Blog da Reis Advocacia, onde compartilha conteúdos jurídicos atualizados, orientações práticas e informações confiáveis para auxiliar quem busca justiça e segurança na defesa de seus direitos.

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Tenho um caso de práticas abusiva recorrentes que fizeram de meu pai um endividado, abriram uma conta com tarifa para ele.receber o salário, cartões de crédito com seguro embutido, e seguros de.emprestimos que simando passa de 10k . Gostaria de saber quais os valores do serviço de vocês e como funciona?
Estou juntando as prova ainda, pedi os contatos e os extratos por enquanto
Olá, Deyse.
Pelo que você relatou, seu pai pode ter sido vítima de práticas abusivas bancárias, como abertura de conta com tarifas indevidas, contratação de seguros sem consentimento e venda casada de produtos financeiros. Nesses casos, é possível buscar na Justiça a devolução em dobro dos valores cobrados indevidamente, além de eventual indenização por danos morais, se comprovado o prejuízo.
O ideal é reunir todos os extratos, contratos, comprovantes e registros de atendimento para análise. Sobre valores de honorários, eles variam conforme a complexidade do caso e o tipo de ação necessária, sendo definidos após avaliação detalhada da documentação e do prejuízo.
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