Pensão de maior: Jurisprudência Comentada TJ-GO
Ementa
“APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE EXONERAÇÃO DE PENSÃO ALIMENTÍCIA. MAIORIDADE. FILHO NÃO ESTUDANTE. EXTINÇÃO DA OBRIGAÇÃO ALIMENTÍCIA. Na linha da jurisprudência do STJ, a necessidade do alimentado, na ação de exoneração de alimentos, é fato impeditivo do direito do autor, cabendo àquele a comprovação de que permanece tendo necessidade de receber alimentos.
(REsp 1198105/RJ). No caso em comento, a comprovação da necessidade do recorrente restou comprometida, pois além de ter atingido a maioridade, desistiu de continuar os estudos, fazendo cessar a obrigação alimentar por parte de seu pai, nos moldes do que preceitua o art. 1.694 e seguintes do Código Civil. APELAÇÃO CONHECIDA E DESPROVIDA. ”
A decisão do Tribunal de Justiça de Goiás trouxe um importante precedente sobre o cancelamento da pensão de maior. No caso, o pai entrou com uma ação para encerrar a obrigação alimentar destinada à filha, que já havia atingido a maioridade civil. A justificativa? A jovem não apresentou qualquer documento que comprovasse estar matriculada e frequentando curso superior.
Mesmo intimada pela Justiça, a filha permaneceu inerte, sem apresentar qualquer indício de que continuava os estudos. O TJ-GO, então, confirmou a sentença que extinguiu a obrigação alimentar, com fundamento na ausência de necessidade.
Neste artigo, você vai entender:
- Como funciona a pensão de maior;
- O que a jurisprudência exige para sua continuidade;
- Como evitar a exoneração indevida;
- Quais os direitos e deveres de cada parte.
Essa decisão serve como alerta tanto para quem recebe quanto para quem paga pensão de maior.
Decisão do TJ-GO: Fim da Pensão de Maior por Ausência de Estudos
O caso julgado pelo TJ-GO demonstra claramente a exigência da comprovação de necessidade para a continuidade da pensão de maior. A obrigação alimentar não é eterna, e o simples fato de atingir a maioridade já é, em regra, causa de extinção da pensão.
Entretanto, há exceções previstas em jurisprudência consolidada. A pensão de maior pode ser mantida se o(a) beneficiário(a) estiver:
- Matriculado e frequentando regularmente curso superior;
- Comprovar dependência econômica;
- Demonstrar que está em situação de vulnerabilidade.
No processo analisado (nº 5370089-68.2018.8.09.0118), a filha maior de idade foi intimada judicialmente a apresentar provas da frequência universitária. Como não o fez, a Justiça concluiu que a pensão de maior não mais se justificava.
O relator da apelação destacou: “Havendo ausência de comprovação de frequência em curso superior e inexistência de elementos que comprovem necessidade, impõe-se a exoneração da obrigação alimentar.”
Essa jurisprudência deve ser observada por todos que possuem filhos na maioridade: o simples vínculo familiar não é suficiente para a permanência da pensão de maior.
Quando o Filho Maior de Idade Perde o Direito à Pensão de Maior?
No Brasil, a pensão alimentícia normalmente é devida até os 18 anos, conforme previsto no Código Civil. Contudo, em situações especiais, pode-se estender a pensão de maior, especialmente se o beneficiário está cursando universidade ou não possui condições de se sustentar sozinho.
A extensão da pensão de maior depende de:
- Pedido judicial específico;
- Comprovação de necessidade econômica;
- Comprovação de esforço pessoal para sua formação.
A jurisprudência dos tribunais superiores entende que a maioridade não extingue automaticamente a obrigação, mas exige nova análise do caso concreto.
Mas o que é exigido do filho?
- Comprovar matrícula e frequência em curso superior;
- Apresentar boletins, atestados, declarações da instituição de ensino;
- Mostrar que não há meios de prover o próprio sustento.
Na falta desses elementos, a pensão de maior será cancelada. Como no caso do TJ-GO, a omissão da filha maior de idade foi interpretada como falta de interesse ou necessidade, levando à extinção da pensão.
Como Evitar a Exoneração da Pensão de Maior Após os 18 Anos
Para manter a pensão de maior após a maioridade, o filho (ou a mãe, se representante) deve:
- Acompanhar prazos judiciais: se for intimado, deve apresentar os documentos exigidos;
- Comprovar com regularidade sua vida estudantil: não basta apenas uma matrícula, é necessário mostrar que frequenta e está engajado nos estudos;
- Provar necessidade: mesmo estudando, é necessário provar que depende da pensão para sobreviver;
- Buscar um advogado para representar adequadamente seu direito.
Muitos casos de cancelamento da pensão de maior acontecem pela desorganização do beneficiário. É essencial entender que a pensão de maior depende de atitudes concretas, e o Judiciário não presumirá necessidade sem provas.
Exemplos de provas que ajudam a manter a pensão de maior:
- Declaração de matrícula recente;
- Frequência escolar ou universitária;
- Boletim com notas;
- Comprovantes de despesas (livros, transporte, alimentação).
5 cuidados para evitar a perda da pensão após os 18 anos
- Atualize seus documentos educacionais
Apresente matrícula, boletins e frequência escolar atualizados periodicamente. - Responda prontamente às intimações
Não ignore notificações judiciais. O silêncio pode ser interpretado como desinteresse. - Organize suas finanças e comprovantes
Guarde comprovantes de gastos com educação, transporte e alimentação. - Comprove dependência econômica
Demonstre que não possui renda própria suficiente para custear suas despesas. - Tenha assessoria jurídica especializada
Um advogado pode garantir que seus direitos sejam resguardados corretamente.
Advogado Pensão de Maior: Como Atuamos em Casos de Exoneração
No caso julgado pelo TJ-GO que estamos comentando, ficou claro que a pensão de maior não pode ser presumida, ela precisa ser justificada continuamente. A exoneração foi concedida porque a filha maior, mesmo intimada, não comprovou qualquer vínculo estudantil.
Na Reis Advocacia, atuamos tanto para quem deseja manter a pensão de maior quanto para quem busca a exoneração. Nosso trabalho é:
- Avaliar a situação concreta com base nos documentos;
- Representar judicialmente as partes com estratégia processual adequada;
- Acompanhar cada fase do processo e defender os direitos dos clientes com firmeza e responsabilidade.
A pensão de maior é um tema delicado, que exige análise técnica e sensibilidade. Não se trata apenas de dinheiro, mas de responsabilidade, necessidade e justiça.
Se você tem dúvidas sobre pensão de maior, entre em contato conosco. Atendemos casos em todo o Brasil e oferecemos atendimento personalizado.
Acesse o tribunal e saiba mais sobre o processo: Apelação Cível nº 5370089-68.2018.8.09.0118, TJ-GO.
Perguntas frequentes sobre o tema
Maior de idade tem direito automático à pensão?
Não. É preciso comprovar necessidade e vínculo com curso superior.
A pensão acaba aos 18 anos?
Geralmente sim, mas pode continuar se comprovada necessidade e estudos.
Preciso de advogado para manter a pensão?
Sim, principalmente se for contestada judicialmente.
O que acontece se eu não responder à Justiça?
A pensão pode ser cancelada por falta de provas de necessidade.
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Referências:
STF – Fixação de pensão para filho maior deve ser por prazo determinado para permitir autonomia
Segundo decisões do STF, a pensão de maior idade precisa ter prazo razoável, estimulando a independência do alimentando
Advogada – OAB/PE 48.169
Advogada há mais de 7 anos, pós-graduação em Direito de Família e Sucessões, com destacada atuação na área. Possui especialização em prática de família e sucessões, em Gestão de Escritórios e Departamentos Jurídicos e em Controladoria Jurídica.
Atuou no Ministério Público do Estado de Pernambuco, nas áreas criminal e de família e sucessões, consolidando experiência prática e estratégica. Membro da Comissão de Direito de Família da OAB/PE (2021).
Autora de publicações acadêmicas relevantes sobre unidades familiares e direitos decorrentes de núcleos familiares ilícitos.
Atuou em mais de 789 processos, com foco em agilidade processual e qualidade, com uma expressiva taxa de êxito superior a 92,38%, especialmente em ações de alimentos, pensões, guarda e divórcio.
Atualmente, também é autora de artigos jurídicos no Blog da Reis Advocacia, onde compartilha conteúdos jurídicos atualizados na área de Direito de Família e Sucessões, com foco em auxiliar famílias na resolução de conflitos e em orientar sobre direitos relacionados a alimentos, guarda, pensão e divórcio.

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