Entenda a jurisprudência – Pai consegue reverter alienação parental
Ementa
“DUPLA APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE REGULAMENTAÇÃO DE VISITAS. ALIENAÇÃO PARENTAL. APRESENTAÇÃO DE FALSA DENÚNCIA CONTRA O PAI. IMPOSIÇÃO DE ÓBICES À VISITAÇÃO E DENEGRIR A FIGURA PATERNA JUNTO AOS FILHOS. ATOS DE ALIENAÇÃO PARENTAL CONFIGURADOS. INVERSÃO DA GUARDA. MOMENTO PROCESSUAL INOPORTUNO, TENDO EM VISTA O PRINCÍPIO DO MELHOR INTERESSE DO MENOR. ” (TJ-GO, Apelação Cível nº 111874-14.2006.8.09.0079)
Imagine ser impedido de ver seus filhos, ser acusado injustamente e ter sua imagem destruída aos olhos das crianças. Essa é a realidade de muitos pais e mães que enfrentam a dolorosa e, muitas vezes, silenciosa batalha da alienação. A decisão recente do Tribunal de Justiça de Goiás é um marco importante no combate a essa prática abusiva e no fortalecimento da convivência familiar.
Neste artigo, você vai entender:
- O que caracteriza a alienação parental;
- Como a Justiça tem enfrentado esses casos;
- Quais os direitos garantidos aos pais alienados;
- Quais caminhos seguir para restabelecer os vínculos com seus filhos.
Alienação Parental e direito de visitas – Jurisprudência TJ-GO
O caso em análise é impactante. Após a separação, a genitora mudou-se com os filhos para outra cidade, dificultando e, posteriormente, impedindo totalmente a convivência das crianças com o pai. O genitor, inconformado, ingressou com ação judicial requerendo a regulamentação de visitas e denunciando a ocorrência de alienação.
A Justiça reconheceu a prática de alienação, com base em laudos psicológicos, relatórios do Conselho Tutelar e manifestações do Ministério Público. A genitora, além de dificultar o contato, chegou a incutir nas crianças medos infundados em relação ao pai.
Trecho da decisão judicial: “é preciso que a requerida veja os filhos como sujeitos de direitos, entre os quais se inclui o direito à livre convivência familiar integral”.
Como advogado e especialista em Direito de Família, posso afirmar que esse tipo de situação exige intervenção urgente e técnica. A atuação do nosso escritório busca exatamente isso: restaurar o equilíbrio familiar e garantir a saúde emocional das crianças.
Decisão judicial e fundamentos legais da Alienação Parental
A Lei nº 12.318/2010 define a alienação parental como a interferência na formação psicológica da criança ou adolescente promovida por um dos genitores ou familiares, com o intuito de afastar o menor da figura do outro genitor.
Principais fundamentos legais aplicados:
- Art. 227 da Constituição Federal: prioridade absoluta à proteção da criança.
- Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA): direito à convivência familiar.
- Lei da Alienação Parental (12.318/2010): estabelece medidas e sanções.
- Art. 1.589 do Código Civil: regula o direito de visitas.
No caso julgado pelo TJ-GO, ficou comprovado que a mãe dificultava deliberadamente o contato entre os filhos e o pai, inclusive utilizando falsas acusações e mudança de comportamento das crianças após contato com a família materna.
A alienação foi reconhecida judicialmente, e a mãe foi advertida, com possibilidade de inversão da guarda em caso de reiteração dos atos.
Lições para pais alienados e como garantir seus direitos
Se você está vivendo uma situação parecida, saiba que não está sozinho. Muitos pais (e mães) são vítimas de alienação parental, mas há como reagir.
Lembre-se destas lições:
- Documente todas as tentativas de contato negadas;
- Recolha testemunhos, mensagens e provas da obstrução;
- Procure apoio psicológico especializado;
- Acione um advogado de confiança com experiência na área;
- Aja com calma, mas com firmeza.
O TJ-GO demonstrou que é possível sim reverter o cenário. A decisão garantiu visitas regulares, mesmo com supervisão inicial, e destacou que qualquer nova conduta alienadora resultará na perda da guarda.
Como agir passo a passo em caso de Alienação Parental
A luta contra a alienação parental é também um processo de conscientização. Veja os passos mais eficazes:
- Procure um advogado especializado: esse tipo de caso exige atuação técnica e experiente.
- Peça medida judicial urgente: pode ser antecipada a tutela para garantir visitas.
- Requeira acompanhamento profissional: psicólogos e assistentes sociais ajudam a comprovar o quadro.
- Evite confrontos diretos com o alienador: a estratégia precisa ser judicial e não emocional.
- Persista: a Justiça pode demorar, mas não falha.
Neste caso concreto, o pai conseguiu reverter um quadro grave, restabelecendo os vínculos afetivos com seus filhos. Uma vitória que mostra o poder da Justiça aliada à atuação competente.
5 atitudes eficazes para combater a alienação parental
- Formalize suas tentativas de contato
- Envie mensagens com registro, protocole e-mails e mantenha prints para usar como prova da obstrução.
- Solicite intervenção do Conselho Tutelar
- A atuação imediata desse órgão pode servir como prova técnica do comportamento alienador.
- Busque um laudo psicológico independente
- Avaliações particulares complementam os laudos judiciais e dão mais robustez à sua argumentação.
- Registre boletins de ocorrência por descumprimento de visitas
- Isso mostra que há desrespeito à ordem judicial, reforçando a urgência da medida.
- Peça a aplicação progressiva das sanções da Lei 12.318/2010
- Advertência, acompanhamento psicológico, visitas assistidas ou até a inversão da guarda são medidas possíveis.
Advogado especialista em Alienação Parental
Nessa jurisprudêmncia que estamos comentando, mostra como a alienação parental é uma violência silenciosa que atinge não apenas os pais, mas principalmente os filhos.
Nós, do Escritório Advocacia Reis, atuamos com dedicação em casos como essse para combater essa prática e proteger o direito à convivência familiar. Se você está enfrentando uma situação parecida, entre em contato conosco. Já ajudamos dezenas de famílias a restabelecer seus laços e podemos ajudar a sua também.
Acesse outros artigos em nosso blog e aprofunde seu conhecimento. A informação é o primeiro passo para a justiça.
Acesse o tribunal e saiba mais sobre o processo: Apelação Cível nº 111874-14.2006.8.09.0079
Perguntas frequentes sobre o tema
O que é alienação parental?
É qualquer ato que prejudique a relação da criança com o outro genitor, como impedir visitas, mentir ou difamar.
A alienação parental pode ser praticada por avós ou tios?
Sim. Qualquer membro da família pode ser autor de atos alienadores, conforme a Lei 12.318/2010.
Se a criança não quer ver o outro genitor, isso já é alienação?
Não necessariamente. É preciso investigar a origem desse afastamento, pois pode ter sido influenciado.
É possível mudar a guarda por alienação parental?
Sim. A inversão da guarda é uma medida judicial prevista quando o alienador insiste na prática.
Leia também:
Alienação Parental é Crime? O que é? Entenda!
Esclarece se a alienação parental é considerada crime no Brasil, os tipos de práticas envolvidas e as possíveis consequências jurídicas, conforme a Lei nº 12.318/2010O que é Alienação Parental? Como denunciar esse Crime?
Explica o conceito de alienação parental como abuso psicológico e orienta sobre como formalizar a denúncia e reunir provas eficazesAlienação Parental: saiba identificar e agir!
Apresenta os tipos, os estágios (leve, moderado, grave), sinais de manipulação e os impactos emocionais em crianças e adolescentesAlienação Parental e Guarda Unilateral: Impactos, Prevenção e Soluções
Analisa como a alienação parental se relaciona com disputas de guarda unilateral e oferece medidas de prevenção e estratégias legaisDano moral In RE IPSA: Como ocorre em alienação parental
Discute a possibilidade de indenização por danos morais em casos de alienação parental, mesmo quando não há prova direta do prejuízo
Referências:
STF rejeita ação contra lei da alienação parental
O Supremo Tribunal Federal considerou inviável a ação que questionava dispositivos da lei da alienação parental, reafirmando sua constitucionalidade e resistência à contestação partidária.PSB contesta trechos da lei em discussão no STF
O Partido Socialista Brasileiro questionou trechos da legislação, alegando possíveis impactos na denúncia de abusos, mas o STF rejeitou o recurso
Advogada – OAB/PE 48.169
Advogada há mais de 7 anos, pós-graduação em Direito de Família e Sucessões, com destacada atuação na área. Possui especialização em prática de família e sucessões, em Gestão de Escritórios e Departamentos Jurídicos e em Controladoria Jurídica.
Atuou no Ministério Público do Estado de Pernambuco, nas áreas criminal e de família e sucessões, consolidando experiência prática e estratégica. Membro da Comissão de Direito de Família da OAB/PE (2021).
Autora de publicações acadêmicas relevantes sobre unidades familiares e direitos decorrentes de núcleos familiares ilícitos.
Atuou em mais de 789 processos, com foco em agilidade processual e qualidade, com uma expressiva taxa de êxito superior a 92,38%, especialmente em ações de alimentos, pensões, guarda e divórcio.
Atualmente, também é autora de artigos jurídicos no Blog da Reis Advocacia, onde compartilha conteúdos jurídicos atualizados na área de Direito de Família e Sucessões, com foco em auxiliar famílias na resolução de conflitos e em orientar sobre direitos relacionados a alimentos, guarda, pensão e divórcio.





