Fraudes em Apps de Delivery e Transporte: Quem Responde, o Golpista ou a Plataforma?
A conveniência dos aplicativos de delivery e transporte, como Uber, 99, iFood e Rappi, revolucionou o nosso dia a dia. No entanto, a popularidade dessas plataformas também abriu portas para um problema crescente: as fraudes e os golpes. Seja a falsa cobrança de Pix, a corrida que não existiu ou o produto que nunca chegou, o consumidor é a principal vítima. A pergunta que fica é: quem tem a responsabilidade de arcar com o prejuízo? O golpista, que é difícil de ser encontrado, ou a plataforma, que tem o dever de garantir a segurança do serviço?
A Justiça brasileira tem um entendimento claro sobre o tema. As plataformas, que lucram com o serviço, têm a responsabilidade de garantir a segurança da operação. A teoria do risco do negócio, somada ao Código de Defesa do Consumidor (CDC), garante que o consumidor seja protegido e que a plataforma seja responsabilizada pela falha na prestação do serviço. Neste artigo, vamos desvendar as questões jurídicas das fraudes em aplicativos, a responsabilidade das plataformas e como você pode buscar a indenização na Justiça.
A Responsabilidade Legal da Plataforma
O Código de Defesa do Consumidor (CDC), em seu artigo 14, estabelece que o fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços. Isso significa que a plataforma, que atua como fornecedora, tem o dever de garantir a segurança do serviço. A fraude, o golpe ou qualquer outro problema que cause um prejuízo ao consumidor é considerado uma falha na prestação do serviço.
A Teoria do Risco do Negócio
A teoria do risco do negócio, que é adotada pela Justiça brasileira, estabelece que a empresa que lucra com o serviço tem que arcar com os riscos do negócio. A plataforma, que tem a tecnologia, os dados e o controle da operação, tem a obrigação de garantir a segurança do serviço. O golpe, a fraude e o crime são riscos do negócio, e a empresa não pode transferir a responsabilidade para o consumidor. A empresa, que tem o controle da operação, deve ter mecanismos de segurança para prevenir e para combater os golpes.
Em caso de fraudes em aplicativos de delivery e transporte, a plataforma tem responsabilidade legal, pois a Justiça entende que a empresa, que lucra com o serviço, tem o dever de garantir a segurança da operação e a proteção do consumidor. A falha na segurança é considerada uma falha na prestação do serviço.
- Tirar prints da conversa e da tela do aplicativo.
- Entrar em contato com o suporte da plataforma.
- Fazer um boletim de ocorrência.
- Ajuizar uma ação judicial para a indenização.
Tabela
| Tipo de Fraude | Exemplo | Responsabilidade |
|---|---|---|
| Golpe do Pix | Motorista cobra a corrida no app e pede o Pix. | Plataforma |
| Falsa entrega | Motoboy cobra um valor a mais na entrega. | Plataforma |
Perguntas Frequentes (FAQ)
- O que é a Teoria do Risco do Negócio?
A Teoria do Risco do Negócio, que é adotada pela Justiça brasileira, estabelece que a empresa que lucra com a atividade tem o dever de arcar com os riscos. No caso das plataformas, os riscos são as fraudes e os golpes. A empresa, que lucra com a operação, tem a responsabilidade de garantir a segurança do serviço. - O que devo fazer se for vítima de um golpe?
A primeira coisa a fazer é tirar prints da conversa e da tela do aplicativo. Em seguida, entre em contato com o suporte da plataforma para denunciar o golpe e para pedir o reembolso. Se a empresa se recusar, faça um boletim de ocorrência e procure um advogado para entrar com uma ação judicial. - A plataforma pode alegar que a responsabilidade é do golpista?
Não. A plataforma pode alegar, mas a Justiça entende que a responsabilidade é da empresa, pois ela tem o dever de garantir a segurança do serviço. O golpe é considerado uma falha na prestação do serviço, e a plataforma tem a obrigação de indenizar o consumidor.
O que Fazer em Caso de Fraude?
A fraude em aplicativos de delivery e transporte é um problema sério, mas o consumidor tem o direito de ser ressarcido. A primeira coisa a fazer é documentar o ocorrido. Tire prints da conversa, da tela do aplicativo e do comprovante de pagamento. Em seguida, entre em contato com o suporte da plataforma para denunciar o golpe e para pedir o reembolso. A plataforma tem a obrigação de investigar o caso e de te dar uma resposta. Se a plataforma se recusar a te reembolsar, você pode procurar a Justiça para entrar com uma ação judicial.
A Ação Judicial para a Restituição
A ação judicial é a forma de garantir que os seus direitos sejam respeitados. A ação pode ser de restituição do valor pago e de indenização por danos morais. A indenização por danos morais é uma forma de compensar o dano moral que você sofreu com o golpe. O valor da indenização é calculado com base na gravidade do ato, na capacidade econômica da empresa e no prejuízo que você sofreu. O advogado especialista em Direito do Consumidor é o profissional que irá te orientar e te representar na Justiça, garantindo que seus direitos sejam respeitados.
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Referências
Código de Defesa do Consumidor (Lei 8.078/1990) — responsabilidade objetiva do fornecedor e cláusulas abusivas
Marco Civil da Internet (Lei 12.965/2014) — diretrizes e responsabilidade de provedores (art. 19)
STF — Parâmetros (2025) para responsabilização de plataformas por conteúdos/condutas de terceiros
LGPD (Lei 13.709/2018) — segurança, incidentes e dever de proteger dados (arts. 46 e segs.)
STJ — OLX sem responsabilidade quando a fraude ocorre fora do ambiente da plataforma (REsp, 2023)
A Importância da Assistência de um Advogado
A assistência de um advogado especialista em Direito do Consumidor é fundamental para a resolução de problemas em fraudes em aplicativos. O advogado irá te orientar sobre os seus direitos, te ajudar a reunir as provas de cobrança abusiva e te representar na Justiça. O advogado irá lutar para que a sua dignidade seja respeitada e para que a empresa seja responsabilizada pelos seus atos ilegais. Não aceite a cobrança abusiva. Procure um advogado para garantir os seus direitos.
A Responsabilidade é da Plataforma
As fraudes em aplicativos de delivery e transporte são um problema crescente, mas a responsabilidade é da plataforma. A Justiça entende que a empresa, que lucra com o serviço, tem o dever de garantir a segurança da operação. O consumidor tem o direito de ser ressarcido pelo prejuízo, e a empresa tem a obrigação de indenizar. Se você for vítima de um golpe, não hesite em procurar a Justiça para garantir os seus direitos. A sua segurança é a nossa prioridade.
Dr. Tiago Oliveira Reis
OAB/PE 34.925, OAB/SP 532.058, OAB/RN 22.557
Dr. Tiago O. Reis, OAB/PE 34.925, OAB/SP 532.058, OAB/RN 22.557
Advogado especializado em ações que envolvem militares há mais de 12 anos, ex-2º Sargento da Polícia Militar e Diretor do Centro de Apoio aos Policiais e Bombeiros Militares de Pernambuco. Atuou em mais de 3039 processos em defesa da categoria, obtendo absolvições em PADs, processos de licenciamento e conselhos de disciplina.
Criou teses relevantes, como o Ação do Soldo Mínimo, Auxílio-transporte, Promoção Decenal da Guarda e Fluxo Constante de Promoção por Antiguidade.
Foi professor de legislação policial e sindicante em diversos processos administrativos. Pós-graduado em Direito Constitucional e Processual, com MBA em Gestão Empresarial, é referência na luta por melhores condições jurídicas e de trabalho aos militares.
Atualmente, também é autor de artigos e e Editor-Chefe no Blog da Reis Advocacia, onde compartilha conteúdos jurídicos atualizados na área de Direito Criminal, Militar e Processo Administrativo Disciplinar, com foco em auxiliar militares e servidores públicos na defesa de seus direitos.


