Justiça suspende leilão de imóvel da Caixa após negativa de renegociação:
Quando uma família corre o risco de perder sua casa por inadimplência, o desespero é compreensível. Ainda mais quando essa família demonstra boa-fé e tenta, sem sucesso, renegociar sua dívida com o banco. Foi o que ocorreu com M.G.S., que teve o apoio da Reis Advocacia para evitar que o seu único imóvel fosse a leilão por iniciativa da Caixa Econômica Federal.
Neste artigo, você entenderá:
- Como a justiça pode suspender o leilão de um imóvel financiado;
- Os argumentos utilizados para convencer o juízo;
- O papel da boa-fé na defesa do consumidor;
- Como agir para proteger seu patrimônio.
Se você está enfrentando um processo de execução extrajudicial por atraso no financiamento habitacional, essa decisão é um farol de esperança. Continue lendo.
O drama da moradora diante da execução extrajudicial:
M.G.S. financiou seu apartamento no Condomínio Eucalipto, no empreendimento Reserva São Lourenço, em São Lourenço da Mata/PE, por meio da Caixa Econômica Federal. Após pagar 23 parcelas, passou por dificuldades financeiras e deixou de quitar as prestações seguintes.
Buscando uma solução, tentou renegociar com a Caixa, mas teve seu pedido negado. Em vez de dialogar, o banco optou por retomar o imóvel e iniciá-lo em processo de leilão, marcado para 17/08/2023. Sentindo-se injustiçada, a cliente buscou a Reis Advocacia, que rapidamente ajuizou a ação com pedido de urgência.
A proposta da cliente era clara: depositar R$ 8.000,00 em juízo como sinal de boa-fé e tentativa concreta de retomar as negociações.
Fundamentos da decisão judicial que suspendeu o leilão:
A juíza federal Flávia Tavares Dantas analisou o caso sob o prisma dos arts. 300 do CPC e 421 do Código Civil. Em sua decisão, ela destacou que havia indícios de que a autora não teve oportunidade real de negociar e que havia boa-fé.
A magistrada reconheceu:
“Constata-se a presença de probabilidade do direito, uma vez que a autora alega que foi privada da tentativa de negociação com a ré e que tem interesse em regularizar sua situação.”
Ela também ressaltou a função social do contrato e o direito à moradia, previsto no art. 6º da Constituição Federal. Com isso, deferiu a tutela de urgência e suspendeu o leilão do imóvel, ordenando à Caixa que comprovasse a medida em cinco dias, sob pena de multa.
Direito à moradia e renegociação de financiamento habitacional:
A decisão judicial evidencia que o Judiciário está atento às relações de consumo e à boa-fé objetiva nas relações contratuais. A Caixa, ao negar a renegociação, descumpriu o princípio da função social do contrato, que impõe a cooperação entre as partes.
A jurisprudência tem reiterado que o consumidor não pode ser penalizado de forma desproporcional, sobretudo quando se trata de bem de família. Ainda mais quando manifesta interesse e apresenta proposta de quitação parcial para regularização.
Renegociar não é apenas um direito; é um dever das instituições financeiras quando está em jogo a moradia de uma família.
Como agir para evitar o leilão do seu imóvel financiado:
Se você financiou um imóvel e entrou em inadimplência, é fundamental agir rapidamente. Veja o que fazer:
- Verifique o contrato e veja se há cláusula de execução extrajudicial;
- Tente negociar com o banco. Registre todos os contatos e e-mails;
- Se o banco negar a renegociação, busque imediatamente um advogado especializado;
- Avalie a possibilidade de ingressar com ação judicial com pedido de tutela para suspender o leilão;
- Se puder, deposite valor simbólico em juízo para comprovar sua boa-fé.
Na maioria dos casos, é possível suspender a execução e reabrir o diálogo com o banco judicialmente.
Advogado para impedir leilão de imóvel financiado pela Caixa:
A atuação da equipe da Reis Advocacia foi decisiva para a suspensão do leilão do imóvel de M.G.S. Com estratégia, agilidade e base jurídica sólida, foi demonstrada a boa-fé da cliente e a necessidade de proteção do seu direito à moradia.
Se você enfrenta uma situação parecida, não espere até o último momento. Fale com a Reis Advocacia. Podemos evitar que você perca seu lar e garantir que seus direitos sejam respeitados.
Acesse o tribunal e saiba mais sobre o processo: 0036822-35.2023.4.05.8300
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Referências jurídicas:
Superior Tribunal de Justiça (STJ) – Possibilidade de purgação da mora após consolidação da propriedade
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Acesse a decisãoTribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) – Suspensão de leilão extrajudicial diante de ação revisional
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Confira a jurisprudência
Dr. Tiago O. Reis, OAB/PE 34.925, OAB/SP 532.058, OAB/RN 22.557
Advogado há mais de 12 anos e sócio-fundador da Reis Advocacia. Pós-graduado em Direito Constitucional (2013) e Direito Processual (2017), com MBA em Gestão Empresarial e Financeira (2022). Ex-servidor público, fez a escolha consciente de deixar a carreira estatal para se dedicar integralmente à advocacia.
Com ampla experiência prática jurídica, atuou diretamente em mais de 5.242 processos, consolidando expertise em diversas áreas do Direito e oferecendo soluções jurídicas eficazes e personalizadas.
Atualmente, também atua como Autor de Artigos e Editor-Chefe no Blog da Reis Advocacia, onde compartilha conteúdos jurídicos atualizados, orientações práticas e informações confiáveis para auxiliar quem busca justiça e segurança na defesa de seus direitos.