ACONTECEU NA JUSTIÇA
Racismo institucional a discriminação racial no ambiente de trabalho continua a ser um desafio significativo na sociedade contemporânea. Recentemente, um caso julgado pela Justiça do Trabalho destacou a gravidade da discriminação baseada na aparência, especificamente o uso de tranças estilo “black power”, e reafirmou o compromisso do judiciário com a luta contra o racismo.
Um empregado que optou por usar tranças foi alvo de comentários discriminatórios no trabalho, sendo informado de que seu estilo de cabelo poderia “assustar” os clientes. Esta alegação foi destacada pela desembargadora como “degradante” e “nitidamente racista”, e foi usada para argumentar que tais atitudes não podem ser toleradas, especialmente no ambiente de trabalho.
Racismo institucional: Detalhes da decisão judicial
A desembargadora ressaltou que, embora não houvesse repetição do ato discriminatório suficiente para configurar assédio moral continuado, um único evento já é capaz de causar danos à honra e à dignidade do trabalhador. Ela destacou que a Constituição Federal de 1988 repudia qualquer forma de discriminação, fortalecendo a posição de que a conduta da gerente feriu gravemente a dignidade da trabalhadora.
Racismo institucional: Indenização e Justificativa
O tribunal decidiu que a trabalhadora deveria receber uma indenização de R$ 5 mil, levando em consideração a gravidade da ofensa, a capacidade econômica da empresa, e o efeito pedagógico da decisão. Foi enfatizado que a empresa não pode utilizar a alegação de que a atendente falhou em usar canais internos de denúncia para justificar ou diminuir a responsabilidade pelo ocorrido.
Racismo Institucional: O que é?
Racismo institucional refere-se a práticas, políticas ou procedimentos discriminatórios que são incorporados nas rotinas de instituições públicas ou privadas, levando a desigualdades raciais. Este tipo de racismo está frequentemente enraizado na cultura de uma organização e pode ocorrer sem intenção direta de prejudicar indivíduos de certas raças.
Racismo Institucional: Pode gerar danos morais?
A legislação brasileira reconhece que o racismo institucional pode causar danos morais significativos. No caso mencionado, a vítima foi indenizada por danos morais devido ao impacto psicológico e emocional causado pela discriminação enfrentada.
O impacto do racismo institucional vai além das barreiras físicas ou econômicas; ele também afeta profundamente a saúde mental e emocional das vítimas. O estresse crônico causado pela discriminação racial pode levar a condições como ansiedade, depressão e outros problemas de saúde mental. Além disso, a exposição contínua a ambientes discriminatórios pode diminuir a autoestima e o senso de valor próprio dos indivíduos.
A legislação brasileira, ao reconhecer os danos morais causados pelo racismo institucional, permite que vítimas busquem reparação legal. As indenizações por danos morais servem não apenas para compensar o sofrimento emocional, mas também como uma ferramenta para punir e dissuadir práticas discriminatórias, incentivando as instituições a reformarem suas políticas e práticas
Racismo Institucional: Quais penas para quem comete esse crime?
No Brasil, a prática de racismo é considerada crime inafiançável e imprescritível, com penas que podem incluir reclusão de dois a cinco anos e multa, conforme estabelecido pela Lei nº 7.716/1989. Tais penas visam desencorajar o racismo e garantir que casos graves sejam tratados com a devida severidade.
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