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Infidelidade conjugal dá processo? Entenda as consequências

Infidelidade conjugal dá direito à indenização? Descubra as consequências jurídicas da traição, como provar e pedir reparação civil.

infidelidade conjugal
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A infidelidade conjugal pode parecer apenas uma crise íntima, mas a verdade é que ela também pode gerar consequências jurídicas relevantes. E, sim, dependendo do caso, infidelidade conjugal pode, inclusive, levar a processos judiciais com pedidos de indenização por danos morais.

Neste artigo, você vai entender:

  • O que é, de fato, considerado infidelidade conjugal;
  • Quais as consequências jurídicas da traição;
  • Como reunir provas válidas;
  • Em que casos é possível pedir uma indenização;
  • O papel do advogado nesses processos;
  • Perguntas frequentes sobre o tema.

A infidelidade conjugal costuma envolver dor, quebra de confiança e conflitos emocionais intensos. Mas você sabia que essa situação também pode ser vista como um ato ilícito, com repercussões no Direito de Família e no Direito Civil?

Continue a leitura e descubra seus direitos.

O que configura infidelidade conjugal?

Infidelidade conjugal, no sentido jurídico, ocorre quando um dos cônjuges quebra o dever de fidelidade recíproca previsto no artigo 1.566, inciso I, do Código Civil. Esse dever é um dos pilares do casamento e, quando violado, pode gerar não só o fim da união, mas também a responsabilização civil.

A infidelidade pode ser:

  • Física (envolvimento sexual com terceiros);
  • Emocional (relacionamento afetivo extraconjugal);
  • Virtual (envolvimento por meio de redes sociais, aplicativos, etc.);
  • Financeira (quando um cônjuge esconde recursos ou mantém outra família).

Vale lembrar que não é necessário haver relação sexual para configurar infidelidade conjugal. A quebra de confiança e o desrespeito ao pacto matrimonial já são suficientes para sua caracterização jurídica.

Nos tribunais, a infidelidade conjugal é reconhecida como possível causa de separação litigiosa e fundamento para pedido de indenização, principalmente quando expõe o cônjuge traído ao ridículo, humilhação pública ou abalo psíquico comprovado.

Tiago EC

Quais são as consequências jurídicas de infidelidade no casamento?

Infidelidade conjugal não é crime, mas pode ter repercussões civis e familiares. Entre as consequências jurídicas mais comuns estão:

  1. Pedido de separação ou divórcio litigioso: especialmente quando o cônjuge traído não aceita uma separação amigável;
  2. Perda do direito à pensão alimentícia: em alguns casos, o cônjuge infiel pode perder o direito a alimentos;
  3. Indenização por danos morais: é possível pleitear compensação por sofrimento emocional, quando comprovado;
  4. Alteração de regime de guarda ou convivência: em casos onde a infidelidade envolve prejuízo à convivência familiar ou bem-estar dos filhos;
  5. Impacto na partilha de bens: embora a infidelidade não gere punições patrimoniais diretas, pode influenciar decisões judiciais.

A infidelidade conjugal, quando comprovada com dolo e publicidade, pode, sim, gerar responsabilização. Os tribunais brasileiros têm reconhecido que expor o outro ao ridículo ou humilhação social configura ato ilícito passível de reparação civil.

Como provar a infidelidade conjugal para fins de responsabilidade civil?

Provar a infidelidade conjugal é fundamental para fundamentar qualquer pedido de indenização ou para influenciar questões de guarda e separação litigiosa. Para isso, os meios de prova mais utilizados são:

  • Prints de conversas (WhatsApp, redes sociais);
  • Fotografias, vídeos e áudios;
  • Depoimentos de testemunhas;
  • Contratação de detetive particular (desde que lícita);
  • Relatórios técnicos e perícias em dispositivos eletrônicos.

Atenção: o uso de provas obtidas de forma ilícita (como invasão de celular ou gravações sem autorização judicial) pode ser desconsiderado pelo juiz e, inclusive, trazer prejuízo à parte que as apresentou.

Nos casos de infidelidade conjugal, o ideal é reunir provas que demonstrem o impacto psicológico ou o constrangimento causado, aumentando a chance de sucesso numa ação de indenização por danos morais.

É possível receber indenização se passar por uma infidelidade conjugal?

Sim, a infidelidade conjugal pode ensejar o dever de indenizar, desde que preenchidos alguns requisitos:

  1. Ato ilícito (infidelidade + humilhação pública ou dano psicológico);
  2. Nexo de causalidade (a relação entre o ato e o sofrimento causado);
  3. Dano efetivo (abalo emocional, exposição pública, depressão, entre outros).

Jurisprudências recentes reconhecem indenizações por infidelidade quando há publicidade da traição, envolvimento com pessoas próximas (amigos, familiares) ou quando o cônjuge traído sofre prejuízos à sua imagem, saúde emocional ou reputação social.

Um exemplo: uma mulher de São Paulo conseguiu R$ 20 mil de indenização após ser traída publicamente com sua melhor amiga, com quem o marido mantinha um relacionamento há anos. O dano moral foi reconhecido, pois ela ficou exposta em seu círculo familiar e social.

5 passos para tratar de infidelidade na esfera de responsabilidade civil

Se você foi vítima de infidelidade conjugal e deseja buscar seus direitos, siga este roteiro prático:

  1. Mantenha a calma e preserve provas: prints, áudios, e-mails e demais evidências são cruciais;
  2. Procure um advogado especialista em Direito de Família: ele poderá avaliar a viabilidade jurídica do caso;
  3. Avalie os impactos sofridos: danos emocionais, prejuízos à imagem ou exposição pública;
  4. Formalize a separação ou divórcio, se for o caso: evite decisões precipitadas e busque amparo legal;
  5. Considere ingressar com ação de indenização por danos morais: com base em provas e respaldo jurídico.

Infidelidade conjugal pode não ser crime, mas fere o pacto matrimonial e pode gerar obrigações legais significativas.

De que forma um advogado especialista atua nesses casos?

O advogado especialista em Direito de Família é essencial para analisar o caso com precisão, aplicar a jurisprudência atual e construir uma tese jurídica sólida.

Ele pode atuar de diversas formas:

  • Aconselhamento jurídico antes da separação;
  • Elaboração de acordo extrajudicial com cláusulas protetivas;
  • Propositura de ação judicial com pedido de indenização;
  • Acompanhamento em audiências e negociações com a parte adversa;
  • Pedido de guarda ou medidas protetivas em casos de risco emocional.

Nosso escritório já atuou em diversas causas envolvendo infidelidade conjugal, tanto para fins de separação quanto de indenização. A atuação técnica, empática e estratégica é o que diferencia um resultado razoável de uma reparação justa.

A infidelidade conjugal, além da dor emocional, pode gerar reflexos jurídicos relevantes. Ao longo deste artigo, mostramos como ela pode configurar ato ilícito, ensejar indenização por danos morais e afetar decisões no âmbito familiar.

Tiago CA

Na Reis Advocacia, sob a coordenação do Dr. Tiago Oliveira Reis e demais especialistas, já ajudamos inúmeros clientes a buscar reparação e orientação segura em momentos delicados como este. Seja para garantir seus direitos, proteger seu patrimônio ou reconstruir sua vida após uma traição, nosso time está pronto para te ouvir.

Se você se identificou com o conteúdo e deseja saber mais sobre como agir juridicamente diante de uma infidelidade conjugal, fale agora mesmo com um de nossos advogados. Não guarde essa dor sozinho. Seus direitos merecem ser respeitados.

Perguntas frequentes sobre infidelidade conjugal

  1. Infidelidade conjugal é crime?
    Não. Mas pode gerar consequências civis, como indenizações e impacto no processo de divórcio.
  2. Posso pedir pensão mesmo tendo traído meu cônjuge?
    Depende do caso. A infidelidade pode influenciar a decisão judicial, especialmente se houver má-fé.
  3. Traição virtual também é considerada infidelidade?
    Sim, se ficar comprovado o envolvimento afetivo ou sexual, mesmo que sem contato físico.
  4. Quanto tempo demora um processo de indenização por infidelidade?
    Em média de 6 meses a 2 anos, a depender do caso e da complexidade da prova.
  5. Posso perdoar a traição e depois entrar com processo?
    O perdão pode dificultar a ação, pois pode ser interpretado como aceitação da conduta.

Leia também:

  1. Separação por Traição: Direitos no Divórcio – Explica com profundidade como a traição pode levar à separação de corpos ou divórcio, como ela impacta guarda de filhos, pensão, partilha de bens e quando é possível pleitear indenização por danos morais

  2. Divórcio de Virginia e Zé Felipe: aspectos legais revelados! – Estudo de caso concreto sobre exposição pública por infidelidade, com análise de possíveis indenizações e repercussões patrimoniais

  3. Divórcio e Partilha: evite prejuízos e proteja seus bens – Aborda como condutas como infidelidade com impacto econômico podem influenciar a partilha de bens e até reduzir a parte do infiel

  4. Abandono de Lar: Direitos e Recursos Legais – Explora como o abandono motivado por traição pode afetar partilha de bens, guarda dos filhos ou permitir reconhecimento de abandono em juízo

  5. Contrato de Namoro: Por Que Está se Tornando Essencial no Brasil? / Contrato de Namoro: O que é, Como Fazer, qual objetivo – Embora tratado em outro contexto, esses artigos explicam como cláusulas jurídicas podem definir o que se considera traição e prevenir a configuração de união estável ou conflito patrimonial futuro

Referências:

  1. Ex‑cônjuge terá que indenizar mulher por traição (TJSP) – Caso julgado pela 5ª Vara de Família e Sucessões de São Paulo, em que o marido foi condenado a indenizar a ex-esposa em R$ 50.000 por traição pública e humilhante.

  2. Traição em residência do casal gera dever de indenizar por danos (TJSP) – Tribunal reconheceu o dano moral após o cônjuge infiel levar a amante para a casa do casal, violando o respeito ao ambiente familiar.

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Dr tiago Reis

Dr. Tiago O. Reis, OAB/PE 34.925, OAB/SP 532.058, OAB/RN 22.557

Advogado há mais de 12 anos e sócio-fundador da Reis Advocacia. Pós-graduado em Direito Constitucional (2013) e Direito Processual (2017), com MBA em Gestão Empresarial e Financeira (2022). Ex-servidor público, fez a escolha consciente de deixar a carreira estatal para se dedicar integralmente à advocacia.

Com ampla experiência prática jurídica, atuou diretamente em mais de 5.242 processos, consolidando expertise em diversas áreas do Direito e oferecendo soluções jurídicas eficazes e personalizadas.

Atualmente, também atua como Autor de Artigos e Editor-Chefe no Blog da Reis Advocacia, onde compartilha conteúdos jurídicos atualizados, orientações práticas e informações confiáveis para auxiliar quem busca justiça e segurança na defesa de seus direitos.

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