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Tipos de Usucapião: Entenda as Modalidades e os Requisitos

Saiba como garantir seus direitos e regularizar sua posse de forma segura.

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Descubra os diferentes tipos de usucapião existentes, seus requisitos legais e como funcionam essas modalidades de aquisição de propriedade.

O instituto da usucapião é um tema relevante no campo do Direito Imobiliário, e compreender seus tipos e funcionamentos é essencial para advogados e cidadãos.

Neste artigo, abordarei os principais tipos de usucapião, os requisitos legais para sua configuração e como esse mecanismo legal pode permitir a aquisição de propriedade por meio da posse prolongada e pacífica.

Conhecendo essas modalidades, é possível garantir os direitos de quem possui um imóvel sob essa circunstância ou auxiliar clientes que buscam regularizar sua situação de posse.

Usucapião Ordinário

Definição: O usucapião ordinário é uma das modalidades mais conhecidas e aplicadas no Brasil. Ele se aplica a imóveis urbanos ou rurais com posse mansa, pacífica e ininterrupta por um período mínimo de 10 anos.

Requisitos: Para que seja concedido, é necessário preencher alguns requisitos, como a posse contínua, o ânimo de dono (ou seja, agir como proprietário) e a ausência de oposição dos verdadeiros proprietários.

Procedimento: O interessado em requerer o usucapião ordinário deve procurar um advogado para dar início ao processo judicial, que envolverá a demonstração dos requisitos e a apresentação das provas necessárias.

Usucapião Extraordinário

Definição: O usucapião extraordinário também se aplica a imóveis urbanos ou rurais, mas com uma diferença significativa: o prazo de posse exigido é de 15 anos.

Requisitos: Além do tempo de posse, os demais requisitos são semelhantes aos do usucapião ordinário, incluindo a posse contínua e pacífica e o ânimo de dono.

Procedimento: O procedimento para requerer o usucapião extraordinário é judicial, e o interessado deve contar com a assessoria de um advogado para conduzir o processo e apresentar as provas necessárias.

Usucapião Especial Urbano (Constitucional)

Definição: O usucapião especial urbano está previsto no artigo 183 da Constituição Federal e se aplica a imóveis urbanos de até 250m², utilizados como moradia por pessoas de baixa renda, com posse contínua e ininterrupta por 5 anos.

Requisitos: É necessário que o possuidor não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural, e que utilize o imóvel como sua moradia.

Procedimento: O usucapião especial urbano pode ser requerido extrajudicialmente perante o cartório de registro de imóveis, desde que preenchidos os requisitos legais. Caso não seja possível a via extrajudicial, o processo será judicial.

Usucapião Especial Rural (Constitucional)

Definição: O usucapião especial rural está previsto no artigo 191 da Constituição Federal e se aplica a imóveis rurais de até 50 hectares, com posse contínua e ininterrupta por 5 anos.

Requisitos: É necessário que o possuidor não seja proprietário de outro imóvel rural ou urbano, e que utilize o imóvel rural como sua moradia ou de sua família.

Procedimento: O usucapião especial rural pode ser requerido extrajudicialmente perante o cartório de registro de imóveis, seguindo os trâmites legais. Caso não seja possível, o processo será judicial.

Usucapião por Abandono de Lar Conjugal

Definição: O usucapião por abandono de lar conjugal é aplicável quando um dos cônjuges abandona o lar, e o outro permanece no imóvel com posse contínua e ininterrupta por 2 anos.

Requisitos: Além do abandono do lar por um dos cônjuges, é necessário que o cônjuge que permanece no imóvel não seja proprietário de outro bem imóvel.

Procedimento: O procedimento para requerer esse tipo de usucapião é judicial, e o interessado deve buscar a orientação de um advogado para dar entrada no processo.

Usucapião por Abandono de Lar Familiar

Definição: O usucapião por abandono de lar familiar é semelhante ao anterior, mas se aplica a casos em que há um abandono do lar por um membro da família que detinha sua posse, e outro membro permanece no imóvel.

Requisitos: O período de posse ininterrupta exigido é de 2 anos, e o membro que permanece no imóvel não pode ser proprietário de outro bem imóvel.

Procedimento: O requerimento do usucapião por abandono de lar familiar é feito por meio de um processo judicial, com a devida assistência de um advogado.

Usucapião Coletivo (Especial Urbano por Ação de Grupo)

Definição: O usucapião coletivo, previsto no Estatuto da Cidade, é aplicável a áreas urbanas com posse de populações de baixa renda, que utilizem essas áreas para sua moradia por 5 anos, de forma ininterrupta.

Requisitos: Para que seja concedido, é necessário que a área seja destinada à moradia de população de baixa renda e que seja ocupada por um grupo de pessoas que atendam aos requisitos legais.

Procedimento: O usucapião coletivo é requerido por meio de uma ação judicial, e é fundamental que as provas e documentos necessários sejam apresentados, com o auxílio de um advogado.

Usucapião por Benfeitorias ou Benfeitorias Necessárias

Definição: O usucapião por benfeitorias é aplicável quando uma pessoa realiza benfeitorias ou obras significativas em imóvel de outrem, sem autorização, e possui o bem melhorado de forma ininterrupta.

Requisitos: O período de posse ininterrupta exigido é de 5 anos, e é necessário que as benfeitorias realizadas sejam relevantes para a valorização do imóvel.

Procedimento: O procedimento é judicial, e o requerente deve apresentar as provas que comprovem a realização das benfeitorias e o tempo de posse exigido, mediante a assessoria de um advogado.

Usucapião por Lapso Temporal (Usucapião Extraordinário Simplificado)

Definição: O usucapião por lapso temporal, também conhecido como usucapião extraordinário simplificado, é aplicável quando um possuidor exerce a posse ininterrupta de um imóvel por 15 anos, independentemente de justo título ou boa-fé.

Requisitos: O único requisito é o prazo de posse ininterrupta de 15 anos, sem necessidade de comprovar justo título ou boa-fé.

Procedimento: O procedimento pode ser extrajudicial, perante o cartório de registro de imóveis, desde que cumpridos os requisitos legais. Caso contrário, será necessário ingressar com ação judicial, com o auxílio de um advogado.

Usucapião por Acessão ou Formação de Ilhas

Definição: O usucapião por acessão é aplicável quando uma área de terra se forma ou se destaca do imóvel original, e alguém exerce a posse ininterrupta sobre essa área por 5 anos.

Requisitos: Além do período de posse, é necessário que a área se forme ou se destaque do imóvel principal de forma natural, ou seja, por ação da natureza.

Procedimento: O procedimento é judicial, e o requerente deve comprovar o período de posse e a formação ou destaque da área, com a assistência de um advogado.

Usucapião por Servidão ou Passagem Forçada

Definição: O usucapião por servidão é aplicável quando alguém exerce a posse ininterrupta de uma passagem ou caminho sobre imóvel alheio, sem oposição do proprietário, por um período mínimo de 5 anos.

Requisitos: Além do tempo de posse, é necessário que a passagem seja utilizada de forma contínua e ininterrupta durante o período exigido.

Procedimento: O procedimento é judicial, e o interessado deve buscar o auxílio de um advogado para demonstrar os requisitos e dar entrada na ação.

Usucapião por Abandono de Móvel

Definição: O usucapião por abandono de móvel é aplicável a bens móveis deixados ou abandonados em propriedades alheias, como veículos e maquinários, quando o possuidor exerce a posse ininterrupta por 3 anos.

Requisitos: O período de posse ininterrupta de 3 anos é o único requisito para esse tipo de usucapião.

Procedimento: O procedimento é judicial, e o interessado deve buscar a orientação de um advogado para requerer o usucapião.

O instituto da usucapião possui diversas modalidades, cada uma aplicável a diferentes situações e com requisitos específicos.

Advogados e cidadãos precisam conhecer essas modalidades para garantir seus direitos de propriedade ou auxiliar clientes em busca de regularização fundiária.

É importante ressaltar que o processo de usucapião, seja extrajudicial ou judicial, exige o acompanhamento de um profissional especializado para garantir sua efetividade e segurança jurídica.

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