Morte após lipoaspiração no Rio: família acusa clínica de negligência
O Rio de Janeiro amanheceu abalado com a notícia da morte de uma jovem de 27 anos após um procedimento de lipoaspiração em uma clínica de estética da Zona Oeste. O caso ocorreu no início de setembro de 2025 e ganhou enorme repercussão nacional, não apenas pela tragédia em si, mas pelas acusações de negligência levantadas pela família da vítima.
Segundo relatos, a jovem buscava realizar um sonho estético, mas o que seria um passo em direção à autoestima terminou em dor e luto. A família afirma que houve demora no socorro médico, falhas graves na condução do procedimento e omissões que podem caracterizar responsabilidade direta da clínica e dos profissionais envolvidos.
Em nota oficial, a clínica alegou ter seguido todos os protocolos médicos. No entanto, o inquérito da Polícia Civil e a investigação do Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (Cremerj) irão apurar se houve de fato negligência médica e quais responsabilidades podem ser atribuídas.
Esse caso nos leva a uma reflexão fundamental: até que ponto clínicas estéticas e médicos podem ser responsabilizados por falhas em procedimentos que, embora considerados “simples”, envolvem riscos sérios à vida? Essa é a discussão que ganha força neste momento.
“O atendimento médico deve observar padrões técnicos e éticos, e a falha em agir com a devida diligência pode configurar negligência e gerar responsabilidade civil, penal e ética” — trecho de decisão recente do STJ sobre erro médico.
A seguir, exploraremos o contexto jurídico do caso, as repercussões legais e as soluções possíveis para famílias que enfrentam situações semelhantes.
Responsabilidade civil e penal em casos de negligência médica em cirurgias estéticas
A morte de pacientes em procedimentos estéticos levanta questionamentos importantes sobre os limites da atuação médica e os deveres das clínicas. O Direito brasileiro estabelece uma série de regras que se aplicam nesses casos de negligência. Entre as principais, destacam-se:
- Responsabilidade Civil: prevista no Código Civil (artigos 186 e 927), ela impõe o dever de reparar danos causados por ação ou omissão, incluindo os casos de negligência médica.
- Código de Defesa do Consumidor (CDC): aplica-se às relações entre paciente e clínica, responsabilizando o prestador de serviços pelos danos ocasionados pela má prestação ou falhas de segurança.
- Responsabilidade Penal: médicos e clínicas podem responder criminalmente em situações de homicídio culposo (art. 121, §3º do Código Penal), quando há imprudência, imperícia ou negligência.
- Responsabilidade Ética: o Conselho Regional de Medicina pode instaurar processos disciplinares para apurar condutas contrárias aos princípios éticos da medicina.
A tese central em casos como este é a negligência, que se caracteriza pela omissão ou desatenção em relação a deveres fundamentais do médico, como:
- Não prestar atendimento imediato em situações de urgência;
- Não realizar exames pré-operatórios adequados;
- Omitir informações sobre riscos do procedimento;
- Executar o procedimento sem infraestrutura mínima necessária.
De um lado, a família da jovem aponta falhas graves de conduta, afirmando que a demora no atendimento foi determinante para o desfecho trágico. De outro, a clínica defende que seguiu os protocolos estabelecidos e que complicações são riscos inerentes a qualquer procedimento cirúrgico.
A Justiça, portanto, precisará avaliar provas técnicas, laudos médicos e depoimentos para concluir se houve ou não negligência configurada.
Como a negligência médica impacta pacientes, clínicas e profissionais da saúde
Casos de negligência médica em cirurgias estéticas possuem repercussões jurídicas e sociais relevantes. As consequências se estendem não apenas à família da vítima, mas também a todo o sistema de saúde e à confiança dos pacientes nos procedimentos estéticos. Entre os principais impactos, podemos destacar:
- Para os pacientes e familiares:
- Perda de entes queridos em situações evitáveis;
- Danos morais e materiais, que podem ser objeto de indenização;
- Dificuldades emocionais e psicológicas decorrentes da negligência.
- Para clínicas de estética:
- Ações judiciais de indenização;
- Investigações criminais e administrativas;
- Danos irreversíveis à reputação da clínica.
- Para médicos e profissionais de saúde:
- Risco de suspensão do exercício profissional;
- Processo criminal em caso de comprovação de negligência;
- Responsabilidade civil solidária com a clínica.
Diante dessas repercussões, é essencial compreender as soluções jurídicas que podem ser adotadas:
- Ação de indenização por danos morais e materiais;
- Ação de responsabilidade civil contra a clínica e o médico;
- Denúncia ao Conselho Regional de Medicina;
- Acompanhamento do processo criminal em caso de homicídio culposo.
O escritório Reis Advocacia atua em situações semelhantes, oferecendo apoio jurídico às famílias vítimas de negligência médica, garantindo que seus direitos sejam devidamente resguardados.
Reflexões jurídicas sobre o caso e próximos passos possíveis
A morte da jovem após a lipoaspiração traz uma lição dura: procedimentos estéticos não são isentos de riscos e exigem máxima responsabilidade por parte de clínicas e profissionais. A possível negligência médica envolvida neste caso poderá servir de exemplo para fortalecer a fiscalização e alertar pacientes sobre a importância de escolher clínicas sérias e qualificadas.
Como especialista em Direito Médico, ressalta-se que este caso pode abrir caminho para uma discussão mais ampla sobre protocolos de segurança em cirurgias plásticas no Brasil. Se confirmada a negligência, caberá à Justiça determinar as devidas indenizações e sanções, além de reforçar o caráter pedagógico das decisões judiciais.
No campo jurídico, os próximos passos podem incluir:
- Produção de provas periciais para verificar falhas no atendimento;
- Responsabilização solidária da clínica e do médico envolvido;
- Avaliação de eventual crime de homicídio culposo;
- Discussão sobre o valor das indenizações a serem fixadas.
Esse caso reforça a necessidade de que pacientes e familiares conheçam seus direitos e busquem auxílio jurídico imediato ao identificar indícios de negligência.
Atuação do escritório Reis Advocacia em casos de erro médico e negligência
Na Reis Advocacia, acompanhamos de perto casos de erro médico e negligência em procedimentos estéticos. Nosso trabalho é pautado pela defesa dos direitos das vítimas e de suas famílias, buscando reparação justa e responsabilização de clínicas e profissionais que agem de forma indevida.
Acreditamos que cada caso carrega não apenas uma dor humana, mas também a necessidade de uma resposta jurídica firme, que dê voz às vítimas e evite a repetição de tragédias semelhantes.
Se você ou alguém próximo passou por situação parecida, entre em contato conosco. Nossa equipe está preparada para oferecer suporte jurídico especializado e humanizado, atuando com compromisso, ética e dedicação.
Advogado Especialista em Direito Médico
Como advogado atuante em Direito Médico, ressalto que este caso evidencia a importância de rigor nos procedimentos estéticos e a seriedade que deve ser aplicada a cada etapa do processo cirúrgico. A negligência, quando comprovada, não apenas fere a ética profissional, mas também destrói famílias e abala a confiança da sociedade na medicina.
Esse episódio ensina que pacientes devem estar atentos à escolha de clínicas e profissionais, mas também que a Justiça deve ser firme na responsabilização daqueles que falham em seu dever. A lição que fica é a de que a vida e a dignidade humana sempre devem estar em primeiro lugar.
Perguntas Frequentes sobre Negligência Médica em Procedimentos Estéticos
- O que é caracterizado como negligência médica em cirurgias estéticas?
Negligência é a omissão do médico em prestar o devido cuidado, como não realizar exames prévios, não agir diante de sinais de complicação ou falhar no acompanhamento adequado do paciente. - Como a Justiça avalia a responsabilidade de clínicas em casos de negligência?
A Justiça analisa provas técnicas, laudos médicos e testemunhos. Se comprovada a negligência, tanto a clínica quanto o médico podem ser responsabilizados civil, penal e eticamente. - Quais são os direitos da família em casos de morte por erro médico?
A família pode pedir indenização por danos morais e materiais, além de exigir responsabilização criminal e administrativa dos envolvidos. - O paciente pode processar a clínica e o médico ao mesmo tempo?
Sim. O processo pode incluir ambos, uma vez que a responsabilidade costuma ser solidária em casos de negligência. - O que diferencia negligência, imprudência e imperícia na medicina?
Negligência é a omissão do cuidado; imprudência é agir de forma precipitada; imperícia é a falta de conhecimento técnico para realizar o procedimento. - Quais documentos e provas são importantes para abrir um processo de negligência médica?
Prontuários médicos, contratos com a clínica, exames realizados, notas fiscais e testemunhos são fundamentais. - O Conselho Regional de Medicina pode punir médicos acusados de negligência?
Sim. O CRM pode aplicar advertências, suspensões ou até cassar o registro profissional em casos graves. - Qual o prazo para ingressar com ação judicial por negligência médica?
O prazo varia conforme o tipo de ação, mas em regra o prazo para ações de indenização é de 3 anos, contados da ciência do dano. - O que a família pode pedir em termos de indenização?
Podem ser pedidos danos morais, materiais (como despesas médicas e funerárias) e, em alguns casos, pensão vitalícia para dependentes. - Como um advogado especialista pode ajudar em casos de negligência médica?
Um advogado especialista auxilia na análise das provas, na definição da estratégia jurídica e na busca por reparação justa, além de acompanhar processos criminais, cíveis e éticos.
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Referências:
Dr. Tiago O. Reis, OAB/PE 34.925, OAB/SP 532.058, OAB/RN 22.557
Advogado há mais de 12 anos e sócio-fundador da Reis Advocacia. Pós-graduado em Direito Constitucional (2013) e Direito Processual (2017), com MBA em Gestão Empresarial e Financeira (2022). Ex-servidor público, fez a escolha consciente de deixar a carreira estatal para se dedicar integralmente à advocacia.
Com ampla experiência prática jurídica, atuou diretamente em mais de 5.242 processos, consolidando expertise em diversas áreas do Direito e oferecendo soluções jurídicas eficazes e personalizadas.
Atualmente, também atua como Autor de Artigos e Editor-Chefe no Blog da Reis Advocacia, onde compartilha conteúdos jurídicos atualizados, orientações práticas e informações confiáveis para auxiliar quem busca justiça e segurança na defesa de seus direitos.





