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Douglas Costa tem prisão decretada por dívida de pensão

Douglas Costa tem prisão decretada por dívida de quase R$ 500 mil em pensão alimentícia. Entenda os direitos, deveres e o que a lei diz.

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Douglas Costa tem prisão decretada por dívida de pensão

No dia 17 de setembro de 2025, a notícia caiu como uma bomba no noticiário nacional: Douglas Costa, ex-jogador da Seleção Brasileira e com passagens marcantes pelo Grêmio, teve sua prisão decretada pela Justiça do Rio Grande do Sul. O motivo? Uma dívida acumulada de R$ 492.965,29 em pensão alimentícia.

O processo corre em segredo de Justiça, mas o mandado de prisão foi emitido pela 6ª Vara de Família de Porto Alegre, assinado pela Juíza Sonali da Cruz Zluhan. A determinação prevê prisão por 30 dias, podendo ser executada por qualquer autoridade policial ou oficial de Justiça.

A repercussão foi imediata. Douglas Costa, que recentemente havia rescindido seu contrato com o Sydney FC, na Austrália, tornou-se o centro de um debate jurídico e social: quais as conseqüências para quem atrasa o pagamento da pensão alimentícia? A prisão civil é legal? O que a legislação brasileira diz sobre isso?

Este artigo vai explicar detalhadamente o caso, contextualizar os aspectos jurídicos envolvidos e apontar as soluções para quem enfrenta situações semelhantes. Se você tem dúvidas sobre pensão alimentícia, direitos dos filhos e deveres dos pais, leia até o fim.

Tiago CA

Douglas Costa e a dívida de pensão: desenvolvimento do caso e decisão judicial

A decisão judicial contra Douglas Costa tem como base a inadimplência de um valor significativo referente à pensão alimentícia de seus filhos. Segundo informações divulgadas pela CNN Brasil, o valor da dívida ultrapassa R$ 492 mil, acumulado ao longo do tempo. A Justiça determinou a prisão civil do jogador por 30 dias, o que está previsto em lei para esses casos.

A decisão foi emitida pela Juíza Sonali da Cruz Zluhan, da 6ª Vara de Família de Porto Alegre, com base no Código de Processo Civil e na jurisprudência consolidada do Superior Tribunal de Justiça (STJ). A determinação afirma, ipsis litteris:

“Considerando a inadimplência reiterada e a ausência de justificativa plausível para o não pagamento da pensão alimentícia, decreto a prisão civil do executado pelo prazo de 30 (trinta) dias, nos termos do artigo 528, §3º do CPC.”

Douglas Costa, atualmente com 35 anos, não conseguiu retornar à Austrália para cumprir seu contrato com o Sydney FC, que foi encerrado por “mútuo consentimento”. O clube emitiu nota informando que questões legais e pessoais impediram a viagem do atleta. Isso reforça o impacto direto da decisão judicial na vida profissional e pessoal do jogador.

A prisão civil por pensão alimentícia não tem caráter penal, mas coercitivo: seu objetivo é forçar o devedor a cumprir com a obrigação alimentar. A medida, ainda que extrema, é considerada legal e constitucional, sendo frequentemente aplicada quando esgotadas outras alternativas.

Contexto jurídico e fundamentos legais no caso de Douglas Costa

O caso de Douglas Costa nos leva a discutir profundamente o aparato jurídico que sustenta a obrigação alimentar no Brasil. A pensão alimentícia está prevista no artigo 1.694 do Código Civil e regula a prestação de recursos para sustento, educação e bem-estar dos filhos ou ex-cônjuges.

Principais fundamentos legais aplicados no caso de Douglas Costa:

  1. Código Civil, art. 1.694 a 1.710
    Regulamenta o dever de alimentos entre parentes, cônjuges e companheiros.
  2. Código de Processo Civil, art. 528, §3º
    Permite a prisão civil do devedor por até 1 a 3 meses, desde que a dívida se refira às três últimas parcelas.
  3. Súmula 309 do STJ
    “O débito alimentar que autoriza a prisão civil do alimentante é o que compreende até as três prestações anteriores ao ajuizamento da execução e as que se vencerem no curso do processo.”
  4. Constituição Federal, art. 227
    Garante à criança e ao adolescente prioridade absoluta em seus direitos fundamentais, incluindo o sustento.
  5. Pacto de San José da Costa Rica (Convenção Americana de Direitos Humanos)
    Permite prisão civil por dívida em caso de pensão alimentícia, sendo uma exceção à regra da inadmissibilidade de prisão por dívida.

No caso de Douglas Costa, todos esses fundamentos foram considerados. A decisão judicial teve como base o entendimento de que houve inadimplemento contumaz, sem justificativa válida, o que autorizou a aplicação da prisão civil.

Segundo especialistas, a alegação da defesa de que o jogador enfrenta dificuldades financeiras não se sustenta sem a devida comprovação documental, especialmente quando se trata de uma figura pública com histórico de contratos milionários.

A parte autora, que representa os filhos de Douglas Costa, buscou a execução da dívida após diversas tentativas de acordo frustradas.

marcela FA

Douglas Costa: Repercussões legais e soluções jurídicas

A prisão civil de Douglas Costa tem impacto não apenas em sua vida pessoal e profissional, mas também gera reflexões importantes sobre o cumprimento das obrigações parentais e as ferramentas legais à disposição da sociedade para exigir o cumprimento dessas obrigações.

Como a decisão afeta a sociedade e outras pessoas:

  1. Conscientiza sobre a importância da pensão
    Mostra que a Justiça está atenta e atua de forma eficaz para garantir os direitos das crianças.
  2. Reforça a efetividade das medidas judiciais
    Demonstra que a prisão civil é uma medida coercitiva eficaz.
  3. Alerta para o risco legal de inadimplência
    Mesmo pessoas públicas, com visibilidade e recursos, estão sujeitas às penalidades.

Soluções jurídicas disponíveis:

  • Revisão de pensão alimentícia caso comprovada alteração na capacidade financeira.
  • Acordos extrajudiciais homologados no Tribunal.
  • Execução judicial da dívida com bloqueio de bens, contas bancárias e rendimentos.
  • Pedido de parcelamento da dívida no curso do processo.
  • Pedido de justificação e apresentação de provas para evitar prisão.

Como o nosso escritório pode ajudar:

  • Elaboração de estratégia de defesa em casos de inadimplência.
  • Ajuizamento de pedidos de revisão de pensão.
  • Representação em execuções de alimentos.
  • Mediação e conciliação com foco em soluções humanizadas.

Advogado para casos de Direito de Família

A decisão envolvendo Douglas Costa deixa lições jurídicas e humanas valiosas. Como advogado atuante em Direito de Família, é evidente que o Judiciário está disposto a garantir os direitos dos filhos acima de qualquer status social. A prisão civil, embora extrema, é legal e visa assegurar a dignidade dos menores.

Douglas Costa, como qualquer cidadão, deve responder pelas suas obrigações legais. Caso sua defesa consiga comprovar dificuldades reais, poderá buscar revisão judicial. Do contrário, a prisão é uma medida adequada.

As famílias devem estar atentas aos seus direitos. O direito à pensão alimentícia é imprescritível e garantido por lei.

No Escritório Reis Advocacia, somos especializados em Direito de Família. Atuamos com ética, empatia e estratégia para garantir os direitos dos nossos clientes.

Se você está enfrentando problemas com pensão alimentícia, não espere a situação se agravar. Entre em contato com nossa equipe. Temos experiência comprovada e centenas de clientes satisfeitos. Acesse nosso site, leia outros artigos, e fale com um dos nossos advogados especialistas.

Tiago CA

Perguntas Frequentes sobre o tema

  1. O que acontece se eu não pagar a pensão alimentícia?
    Você pode ter bens penhorados, conta bloqueada e até mesmo ser preso civilmente.
  2. Quanto tempo dura a prisão por pensão?
    De 1 a 3 meses, podendo ser prorrogada em novo pedido judicial.
  3. É possível evitar a prisão?
    Sim, mediante pagamento da dívida ou apresentação de justificativa aceita pelo juiz.
  4. Como é calculado o valor da pensão?
    Com base nas necessidades de quem recebe e na capacidade financeira de quem paga.
  5. Posso pedir revisão da pensão?
    Sim, sempre que houver mudança na situação financeira.
  6. O processo de pensão é público?
    Em geral, tramita em segredo de Justiça para proteger os envolvidos.
  7. A mãe também pode ser presa?
    Sim, se for a devedora da pensão determinada judicialmente.
  8. Como denunciar não pagamento da pensão?
    Através de advogado ou diretamente no Juizado de Família.
  9. Quem tem guarda compartilhada paga pensão?
    Sim, pois a guarda não isenta da obrigação alimentar.
  10. Qual o papel do advogado nesses casos?
    Representar judicialmente, buscar acordos e proteger os direitos do cliente.

Leia também:

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  4. Pensão alimentícia: Seu Guia Completo 2024 – Guia completo sobre revisão, exoneração, execução e retroatividade do valor da pensão

  5. Pensão alimentícia: 3 fatos que você precisa saber – Traz informações essenciais sobre direitos, deveres, revisão e possibilidade de aumento ou redução da pensão

Referências:

  1. TJMG – Apelação nº 1.0000.22.124787-7/001 – Acórdão de 02/03/2023, no qual o TJMG ampliou a base de cálculo da pensão para incluir a participação nos lucros (PLR), reafirmando a aplicação do binômio necessidade-possibilidade

  2. TJDFT – PLR pode integrar a base da pensão quando fixada em percentual – Jurisprudência consolidada de 25/02/2021, reconhecendo que a “participação nos lucros configura rendimento para fins de apuração do quantum devido”

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DRA MARCELA NOVO

Advogada – OAB/PE 48.169

Advogada há mais de 7 anos, pós-graduação em Direito de Família e Sucessões, com destacada atuação na área. Possui especialização em prática de família e sucessões, em Gestão de Escritórios e Departamentos Jurídicos e em Controladoria Jurídica.

Atuou no Ministério Público do Estado de Pernambuco, nas áreas criminal e de família e sucessões, consolidando experiência prática e estratégica. Membro da Comissão de Direito de Família da OAB/PE (2021).
Autora de publicações acadêmicas relevantes sobre unidades familiares e direitos decorrentes de núcleos familiares ilícitos.

Atuou em mais de 789 processos, com foco em agilidade processual e qualidade, com uma expressiva taxa de êxito superior a 92,38%, especialmente em ações de alimentos, pensões, guarda e divórcio.

Atualmente, também é autora de artigos jurídicos no Blog da Reis Advocacia, onde compartilha conteúdos jurídicos atualizados na área de Direito de Família e Sucessões, com foco em auxiliar famílias na resolução de conflitos e em orientar sobre direitos relacionados a alimentos, guarda, pensão e divórcio.

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