Despejo atrasar o pagamento do aluguel é uma situação comum, principalmente em tempos de instabilidade financeira. No entanto, muitos inquilinos não sabem o que fazer quando isso acontece e acabam sendo surpreendidos com notificações de despejo. Mas será que todo atraso leva, de fato, à perda do imóvel?
A verdade é que a legislação brasileira prevê formas de negociação, regularização da dívida e até mesmo prazo para defesa antes que o inquilino tenha que desocupar o imóvel. Por isso, conhecer seus direitos e obrigações é fundamental para agir com segurança e evitar abusos.
Neste artigo, explicamos o que é o despejo por falta de pagamento, como funciona o processo, se é possível evitar a desocupação e qual é o papel do advogado especializado nesses casos. Continue a leitura e proteja o seu direito de moradia.
Despejo por falta de pagamento: O que é?
O despejo por falta de pagamento é a ação judicial proposta pelo proprietário (locador) com o objetivo de retomar a posse do imóvel alugado devido ao inadimplemento do inquilino. Esse tipo de ação está previsto na Lei do Inquilinato (Lei nº 8.245/91).
O locador pode propor a ação assim que houver atraso no pagamento do aluguel ou encargos (como IPTU, condomínio, etc.), mas isso não significa que o inquilino será retirado imediatamente do imóvel. O processo depende de decisão judicial e há oportunidade de defesa e regularização da dívida.
O despejo por falta de pagamento é uma das formas mais comuns de encerramento de contratos de locação, mas o inquilino tem mecanismos legais para evitar a desocupação.
Despejo: Quanto tempo leva para o inquilino ser despejado?
O tempo do processo de despejo pode variar bastante, dependendo da cidade, da vara judicial e da complexidade do caso. Em média, um processo judicial de despejo pode durar de 3 a 12 meses.
Se houver acordo ou pagamento da dívida logo no início, o processo pode ser encerrado em poucas semanas. No entanto, se o inquilino se defender, contestar valores ou recorrer, o prazo pode se estender significativamente.
Além disso, o mandado de despejo só será cumprido após a decisão do juiz e, em regra, o inquilino ainda terá prazo para desocupação voluntária antes da reintegração forçada.
Despejo: Pode ser evitado com o pagamento da dívida?
Sim! A Lei do Inquilinato , em seu artigo 62 , prevê a chamada purgação da mora , que permite ao inquilino evitar o despejo se pagar o valor devido em até 15 dias contados da notificação judicial.
Esse pagamento deve incluir:
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Aluguel em atraso;
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Multa e juros;
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Honorários advocatícios.
Ao quitar integralmente esses valores dentro do prazo, o juiz extingue a ação de despejo. Vale lembrar que esse direito só pode ser exercido uma vez a cada 24 meses, portanto, se você já o utilizou recentemente, o despejo poderá seguir normalmente.
Despejo: O locador pode expulsar do imóvel sem decisão judicial?
Não! Nenhum locador pode simplesmente “colocar o inquilino para fora” do imóvel por conta própria, mesmo que haja atraso no pagamento. Isso seria considerado despejo forçado, prática ilegal e passível de sanções cíveis e criminais.
A retomada do imóvel só pode ocorrer por meio de ordem judicial, expedida após análise do processo pelo juiz. Caso o proprietário tente tomar o imóvel com ameaças, troca de fechaduras ou corte de água/luz, o inquilino pode denunciar o abuso à polícia e entrar com ação judicial por danos morais e materiais.
Despejo: qual a importância do contrato de aluguel ele influência nessa ação?
Sim, o contrato de locação é a base legal para a relação entre locador e inquilino. É nele que devem constar cláusulas sobre prazos, valor do aluguel, reajustes, multa por inadimplência e outras condições importantes.
Um contrato bem redigido e registrado dá maior segurança jurídica às partes e serve como principal elemento de prova em uma eventual ação de despejo. Mesmo na ausência de contrato escrito, é possível ajuizar a ação, mas haverá maior dificuldade na apuração de valores e prazos.
Por isso, o acompanhamento de um advogado especializado na elaboração ou revisão do contrato de aluguel é sempre recomendável.
Existe algum prazo mínimo para desocupação do imóvel?
Sim. Mesmo após a sentença favorável ao locador, o inquilino não é despejado imediatamente. O juiz costuma conceder um prazo entre 15 a 30 dias para a desocupação voluntária.
Caso o inquilino não deixe o imóvel nesse prazo, será expedido mandado de despejo para cumprimento forçado, com auxílio de oficial de justiça. Em situações excepcionais (como risco de depredação), o juiz pode autorizar desocupação imediata, mas é algo raro.
E se eu não tiver para onde ir? O que acontece?
A Justiça entende que o despejo é uma consequência do inadimplemento , mas também considera a função social da moradia . Por isso, em algumas decisões, os juízes têm concedido prazo maior para saída , especialmente em casos que envolvem crianças, idosos ou pessoas doentes .
No entanto, a falta de local para onde ir não impede legalmente o despejo. A recomendação é buscar alternativas de moradia e tentar negociar com o locador durante o processo, preferencialmente com auxílio jurídico, para evitar uma remoção forçada.
Qual a importância de um advogado especializado?
O advogado especializado em Direito Imobiliário e Direito do Inquilino é essencial para:
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Avaliar a legalidade do contrato e da notificação de despejo;
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Verificar se houve abusos ou irregularidades por parte do locador;
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Propor medidas judiciais para garantir seu direito de defesa;
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Tentar suspender ou negociar o despejo com base na lei.
Além disso, em casos mais graves, o advogado pode ingressar com ações de indenização por danos morais, pedido de tutela de urgência e negociações extrajudiciais para garantir um acordo mais humanizado e menos traumático para o inquilino.
Ser despejado é uma situação angustiante, mas a boa notícia é que a lei oferece proteção ao inquilino, inclusive com possibilidades de evitar a desocupação e regularizar a dívida. O mais importante é agir com rapidez, buscar informações corretas e contar com apoio jurídico qualificado.
Neste artigo, explicamos como funciona o processo de despejo por falta de pagamento, quais são seus direitos como inquilino e o que pode ser feito para evitar a perda do imóvel. A prevenção e o diálogo, sempre com base na lei, são os melhores caminhos para resolver esse tipo de conflito
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