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Improbidade administrativa: atos que podem ser considerados

Entenda o conceito e quais atos podem ser definidos como de improbidade

improbidade administrativa
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Improbidade Administrativa: Conceito, Atos e Consequências

Entenda como a conduta ilegal de agentes públicos pode afetar os cofres públicos e a sociedade

A improbidade administrativa vem ganhando cada vez mais espaço nas discussões jurídicas e políticas do país. Trata-se de uma conduta ilegal, desonesta e imoral praticada por agentes públicos – sejam eles servidores, empregados ou voluntários – que prejudica a administração pública e causa danos não só aos cofres públicos, mas também à sociedade como um todo.

É fundamental que tanto os responsáveis pela gestão pública quanto os cidadãos compreendam o conceito de improbidade administrativa para que possam identificar e prevenir atos que contrariem as normas legais. Neste artigo, iremos explicar de forma clara e objetiva o que é improbidade administrativa, quais atos podem ser enquadrados nessa conduta e quais as consequências jurídicas para os envolvidos.

Conceito de Improbidade Administrativa

Definição e Abrangência do Conceito

A improbidade administrativa consiste em qualquer ato praticado por um agente público que atente contra a moralidade, a legalidade e a eficiência na administração pública. Essa prática pode ser realizada não apenas por servidores públicos, mas também por quaisquer pessoas que exerçam funções públicas, ainda que de forma temporária ou voluntária.

O intuito da lei de improbidade é punir os atos que, por sua natureza, desviam o agente de agir sempre com honestidade e em prol do interesse coletivo. Em outras palavras, ela visa garantir que todos os que trabalham para o poder público se comportem de forma ética, protegendo assim o patrimônio e os recursos públicos.

Quem Pode Cometer Improbidade Administrativa?

Não apenas os servidores concursados estão sujeitos à punição por improbidade, mas qualquer pessoa que exerça função pública – seja por indicação, eleição ou até mesmo de maneira voluntária – pode ser responsabilizada caso pratique atos que desvirtuem suas funções em benefício próprio.

Responsabilidade Civil, Penal e Administrativa

Os atos de improbidade administrativa podem gerar consequências em três esferas distintas:

  • Responsabilidade civil: como a obrigação de indenizar os prejuízos causados;
  • Responsabilidade penal: quando a conduta configura crime;
  • Responsabilidade administrativa: com a imposição de sanções que podem incluir a perda do cargo e a suspensão dos direitos políticos.

Por Que Todos Devem Agir com Ética?

Agir de forma ética na função pública é crucial para preservar a credibilidade das instituições e garantir que os recursos públicos sejam empregados em benefício da sociedade. A improbidade administrativa, ao punir condutas desonestas, busca justamente manter essa integridade.

Principais Atos de Improbidade Administrativa

Atos que Prejudicam o Erário

Um dos aspectos mais graves da improbidade é o prejuízo direto aos cofres públicos. Isso ocorre quando o agente público, por meio de ações ou omissões dolosas, causa perda de patrimônio à administração. Entre os exemplos estão:

  • Desvio ou malbaratamento de recursos: quando há apropriação ou uso indevido dos bens públicos para fins pessoais;
  • Frustração dos processos licitatórios: que prejudicam a celebração de contratos vantajosos para o Estado;
  • Arrecadação ilícita de tributos: obtendo vantagens indevidas.

Enriquecimento Ilícito

O enriquecimento ilícito ocorre quando o agente utiliza seu cargo para obter vantagens econômicas, aumentando indevidamente seu patrimônio às custas do poder público. Isso pode ocorrer, por exemplo, por meio da utilização de bens públicos em benefício próprio ou da negociação de contratos para favorecer interesses pessoais.

Penalidades para Enriquecimento Ilícito

Conforme o artigo 12, inciso I, da lei de improbidade administrativa, as penalidades para tal conduta podem incluir:

  • Perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente;
  • Perda da função pública;
  • Suspensão dos direitos políticos por até 14 anos;
  • Pagamento de multa civil equivalente ao valor do acréscimo patrimonial;
  • Proibição de contratar com o poder público ou de receber benefícios, por até 14 anos.

Desrespeito aos Princípios da Administração Pública

Agir em desconformidade com os princípios que regem a administração pública – como a legalidade, a moralidade, a impessoalidade e a publicidade – é também caracterizado como improbidade administrativa. Essa conduta abrange, por exemplo:

  • Negar publicidade aos atos oficiais: o que impede a transparência e o controle social;
  • Favorecer interesses pessoais: por meio de nomeações e contratações sem critérios objetivos;
  • Revelar informações sigilosas: colocando a segurança do Estado em risco;
  • Fraudar processos licitatórios: garantindo benefícios indevidos a determinados grupos.

Exemplos Práticos

Exemplos como a manipulação de concursos públicos, onde a publicidade e a transparência são comprometidas, ou a prática de favorecimento pessoal em licitações, ilustram bem como o desrespeito aos princípios administrativos pode impactar negativamente a gestão pública.

Impacto dos Atos Ilícitos na Sociedade

Os atos de improbidade administrativa têm efeitos devastadores, pois além de causarem prejuízo financeiro direto aos cofres públicos, minam a confiança da população na administração e comprometem o ambiente de integridade e justiça que o Estado deve promover.

Consequências e Importância do Combate à Improbidade Administrativa

Consequências Jurídicas e Punições

A prática de atos de improbidade administrativa gera consequências severas para os envolvidos. Do ponto de vista jurídico, além da responsabilização civil e penal, os agentes podem sofrer sanções administrativas bastante rigorosas, como a perda do cargo, suspensão dos direitos políticos e pagamento de multas significativas.

Medidas Punitivas Previstas em Lei

As penalidades são definidas de acordo com a gravidade do ato, e a lei de improbidade administrativa (atualizada – inclusive com as inovações da Lei nº 14.230/21) determina que:

  • Para atos que causam prejuízo ao erário, as sanções podem incluir a perda dos bens acrescidos ilicitamente, a perda da função pública, suspensão dos direitos políticos por até 12 anos e multa civil equivalente ao dano causado;
  • Para casos de enriquecimento ilícito, as penalidades são ainda mais rigorosas, podendo chegar à suspensão dos direitos políticos por até 14 anos, além de multas e restrição de participação em licitações.

Relevância das Sanções para a Transparência e a Moralidade

Essas punições têm o papel de desestimular comportamentos desonestos e assegurar que os recursos públicos sejam geridos com responsabilidade e integridade. Assim, a aplicação efetiva dessas penalidades reforça a confiança da sociedade na administração pública.

Importância Social do Combate à Improbidade Administrativa

A imposição de sanções para práticas de improbidade não só protege o erário, mas também garante a manutenção dos princípios éticos e morais na gestão pública, essencial para a democracia e a justiça social.

Fortalecimento das Instituições Públicas

Quando atos de improbidade são efetivamente combatidos, as instituições públicas se fortalecem, pois a confiança da sociedade é restaurada. Isso permite uma gestão mais eficiente, transparente e alinhada com o interesse coletivo.

Prevenção e Educação: A Chave para uma Administração Mais Justa

Investir em educação e na conscientização dos agentes públicos sobre os riscos e as consequências da improbidade administrativa é fundamental para prevenir futuras infrações e promover uma cultura de integridade na esfera pública.

Conscientização dos Servidores Públicos

É imprescindível que todos os servidores estejam cientes de que qualquer ato que desvirtue a finalidade pública ou que prejudique o erário pode ser considerado improbidade administrativa. Essa consciência protege tanto o agente quanto a sociedade, garantindo a correta aplicação dos recursos públicos.

Investimento em Educação e Treinamento

Programas de capacitação continuada e treinamentos éticos são essenciais para que os servidores entendam as normas e os princípios que regem sua atuação, evitando que práticas ilegais ou desonestas sejam incorporadas ao dia a dia do serviço público.

Cultivando uma Cultura de Transparência

Uma cultura de transparência passa pela correta divulgação das normas e pelo acompanhamento rigoroso das atividades administrativas. Isso não só previne a improbidade, como também gera um ambiente de confiança e respeito entre o poder público e a sociedade.

Considerações Finais e Ação Coletiva

A improbidade administrativa é um dos maiores desafios enfrentados pela administração pública e, por consequência, pela sociedade. O combate a esses atos desonestos e a aplicação de sanções rigorosas são medidas indispensáveis para manter a probidade, a transparência e a eficiência na gestão pública.

Portanto, conhecer profundamente o conceito e as consequências da improbidade administrativa é essencial. Isso permite que os cidadãos cobrem uma atuação ética das instituições, e que os próprios agentes públicos trabalhem para prevenir que tais práticas ocorram, contribuindo para um ambiente de administração mais justo e eficaz.

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Referências:

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Consideração Final

A improbidade administrativa é um tema que exige constante vigilância e educação. Ao fortalecer a transparência e promover a ética na administração pública, contribuímos para a construção de um Estado mais justo e eficiente. Esteja sempre atento, informe-se e lute por seus direitos. A prevenção e a conscientização são os melhores instrumentos contra atos ilícitos que prejudiquem o patrimônio e a confiança da sociedade.

Dr. Tiago Oliveira Reis
OAB/PE 34.925 · OAB/SP 532.058 · OAB/RN 22.557

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dra larissa gonzaga
Dra. Larissa Gonzaga

Advogada graduada em Direito pela Universidade Católica de Pernambuco (2020). Pós-graduada em Direito Processual pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais.

Reis Advocacia Sociedade de Advogados é um escritório com atuação nas diversas área do Direito, com especialistas preparados para melhor atende-lo, com sua atividade pautada na honestidade, ética, celeridade e eficiência.

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