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Como Empresas Podem se Adaptar ao Fim da Escala 6×1?

Veja como empresas podem se ajustar ao fim da escala 6x1 e jornada de 36 horas semanais, mantendo produtividade e bem-estar.

Fim da escala 6x1
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Como Empresas Podem se Adaptar ao Fim da Escala 6×1: Estratégias para uma Nova Jornada de Trabalho

A proposta do fim da escala 6×1 de emenda constitucional (PEC) que busca reduzir a jornada semanal de 44 para 36 horas, eliminando a escala de trabalho 6×1, promete uma transformação nas relações trabalhistas brasileiras. A aprovação da PEC exigirá que empresas se adaptem a novos modelos de gestão e operação, e é fundamental entender como se preparar para essa transição.

Abaixo, exploramos as principais estratégias e ajustes que empresas podem adotar para manter a produtividade, garantir a satisfação dos colaboradores e enfrentar os desafios da nova configuração de jornada.

 

Revisão e Reorganização da Jornada de Trabalho com o fim da escala 6×1

O primeiro passo para a adaptação após o fim da escala 6×1 é rever a distribuição das horas semanais de trabalho. A PEC propõe uma jornada de 36 horas, que pode ser organizada em escalas diferentes para respeitar o novo limite.

 

    • Semana de 5 dias: Trabalhar 7h12 de segunda a sexta-feira, mantendo o expediente regular e permitindo que os funcionários desfrutem do fim de semana completo.
    • Semana de 4 dias: Optar por 4 dias de trabalho com 9 horas diárias pode ser uma alternativa viável, concedendo 3 dias de folga por semana. Esse modelo já é utilizado por empresas em países que adotaram a semana de 4 dias.
    • Jornadas mistas: Para empresas que precisam de operação contínua, podem ser criadas escalas que combinem semanas de 4 e 5 dias alternados, ajustando as necessidades das áreas operacionais.

A flexibilidade dessas opções permite que cada empresa encontre a melhor forma de distribuir as horas, respeitando o limite proposto de 36 horas semanais e garantindo a cobertura necessária para atender a demanda.

 

Otimização da Produtividade: Compensando Horas Reduzidas

Com a redução das horas de trabalho da escala 6×1, otimizar a produtividade dos colaboradores se torna essencial para manter a eficiência operacional.

 

    • Automatização de Processos: A automação de tarefas repetitivas e administrativas reduz o tempo dedicado a atividades manuais, permitindo que os colaboradores se concentrem em tarefas de maior valor estratégico.
    • Gestão por Metas e Resultados: Focar no cumprimento de objetivos (como metas de vendas, atendimento e produção) em vez do tempo gasto no trabalho pode ajudar a garantir o desempenho, mesmo com menos horas.
    • Treinamentos de Capacitação: Programas de desenvolvimento e capacitação permitem que os colaboradores trabalhem de maneira mais eficiente, evitando erros e reduzindo o retrabalho, o que aumenta a produtividade.

A adoção dessas práticas garante que, apesar da redução da jornada, a equipe continue produtiva e capaz de entregar resultados sólidos.

 

Tiago EC

Ajustes Logísticos e Continuidade Operacional

Para setores que operam continuamente, como saúde, comércio, hotelaria e alimentação, ajustar a logística será um desafio central. As empresas precisarão encontrar alternativas para cobrir horários de atendimento sem sobrecarregar os colaboradores com o fim da escala 6×1.

 

    • Revezamento de Equipes: Dividir as equipes em turnos ou escalas de revezamento é uma alternativa viável para manter a operação sem exceder as 36 horas semanais.
    • Contratação de Profissionais em Tempo Parcial: A contratação de colaboradores part-time (meio período) ou temporários pode ajudar a preencher as lacunas de horários, principalmente em horários de pico.
    • Escalas de Turnos Curto: Para setores que demandam cobertura constante, como atendimento e operação de lojas, turnos curtos que alternam as equipes podem garantir o atendimento sem ultrapassar o limite de horas da nova jornada.

Essas medidas são fundamentais para evitar lacunas na operação e manter o nível de serviço, especialmente em áreas com maior demanda de atendimento.

5 passos para adaptar sua empresa ao fim da escala 6×1

  1. Revisão das Escalas de Trabalho

    • Analise os atuais modelos de jornada e identifique os ajustes necessários.

  2. Consulta ao Departamento Jurídico

    • Avalie os impactos legais e adéque os contratos de trabalho.

  3. Negociação Coletiva

    • Consulte o sindicato da categoria para formalizar novas escalas permitidas.

  4. Implementação de Novo Regime

    • Ajuste os sistemas de controle de jornada e comunique os colaboradores.

  5. Monitoramento Contínuo

    • Acompanhe a eficácia das novas escalas e mantenha o compliance trabalhista.

 

Adoção de Novos Modelos de Gestão de Equipes e Flexibilidade

A gestão de equipes precisará se adaptar ao novo cenário com o fim da jornada 6×1, com uma abordagem mais flexível e voltada para a eficiência.

 

    • Trabalho Remoto e Híbrido: Para funções que permitem, o modelo híbrido ou remoto reduz custos e melhora a eficiência, já que os colaboradores podem manter o foco em metas de entrega, mesmo em jornadas reduzidas.
    • Gestão por OKRs (Objetivos e Resultados-Chave): A implementação de OKRs pode ser eficaz para monitorar o desempenho de cada colaborador e manter o alinhamento com os objetivos da empresa, independente da quantidade de horas trabalhadas.
    • Feedback Contínuo e Avaliação de Desempenho: Fornecer feedbacks frequentes e monitorar o desempenho das equipes ajuda a identificar pontos de melhoria e ajustar estratégias rapidamente.

Esses modelos de gestão garantem que a adaptação à nova jornada ocorra de forma organizada, alinhando as expectativas de desempenho com a qualidade de vida dos colaboradores.

 

Investimento em Tecnologia e Ferramentas de Gestão

A tecnologia é uma grande aliada na adaptação à jornada reduzida com o fim da jornada 6×1, ajudando a otimizar operações e reduzir desperdícios de tempo.

 

    • Softwares de Gestão de Equipes: Ferramentas que monitoram a produtividade e o desempenho das equipes em tempo real ajudam a manter o controle e permitem ajustes rápidos na alocação de tarefas.
    • Automação de Atendimento ao Cliente: Para setores que dependem de atendimento, a automação de processos pode reduzir a necessidade de funcionários em turnos contínuos, aliviando a carga sobre a equipe e garantindo agilidade no atendimento.
    • Ferramentas de Colaboração: Plataformas como Slack, Microsoft Teams e Trello permitem que as equipes se comuniquem, troquem informações e acompanhem tarefas em tempo real, aumentando a eficiência no uso das horas trabalhadas.

A adoção de ferramentas tecnológicas facilita a adaptação ao novo modelo de jornada, permitindo que as empresas extraiam o máximo do tempo de trabalho disponível.

 

Retenção de Talentos e Redução da Rotatividade

A adaptação a uma jornada mais curta e flexível depois do final da escala 6×1, pode transformar-se em uma vantagem competitiva para atrair e reter talentos no mercado de trabalho.

 

    • Redução do Turnover: Um ambiente que prioriza o equilíbrio entre vida pessoal e profissional tende a diminuir a rotatividade, pois os colaboradores valorizam a flexibilidade oferecida pela empresa.
    • Retenção de Profissionais Qualificados: A oferta de uma jornada de trabalho mais equilibrada atrai talentos que buscam empresas com políticas de qualidade de vida.
    • Aumento da Satisfação e Engajamento: Colaboradores com mais tempo de descanso são mais satisfeitos e engajados, o que se traduz em maior produtividade e fidelidade à empresa.

Tiago CAEssas práticas ajudam a empresa a construir um ambiente de trabalho atrativo e a reduzir os custos com novas contratações, treinamentos e processos de seleção.

A adaptação ao fim da escala 6×1 e à jornada de 36 horas semanais apresenta desafios, mas também oportunidades para empresas que buscam um ambiente de trabalho mais produtivo e saudável. Reestruturar a jornada, investir em produtividade, revisar a logística e adotar novas práticas de gestão são passos fundamentais para garantir que a transição seja bem-sucedida.

Empresas que se anteciparem a essas mudanças estarão em posição de aproveitar o novo modelo como um diferencial competitivo, promovendo um ambiente de trabalho que prioriza o bem-estar e, ao mesmo tempo, mantém a eficiência operacional.

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Perguntas frequentes sobre o fim da escala 6×1

O que mudou com o fim da escala 6×1?
Agora, as empresas devem garantir no mínimo duas folgas por semana, sendo obrigatória a adequação das jornadas conforme decisão do TST.

Quem deve fazer a adequação da escala com o fim da escala 6×1?
A responsabilidade é do empregador, que precisa revisar contratos, consultar o sindicato e ajustar os horários de trabalho.

Há risco de multa por descumprimento?
Sim. A manutenção da antiga escala sem adaptação pode gerar multas e ações trabalhistas.

É possível negociar outra escala com o sindicato?
Sim, desde que respeite a nova determinação legal e seja formalizada por acordo coletivo.

Leia também:

  1. Passivo Trabalhista: Principais causas e como reduzir
    Aborda as principais origens de passivo trabalhista e apresenta estratégias para evitá-lo. 

  2. Prós e Contras da Proposta de Fim da Escala 6×1
    Análise equilibrada sobre os benefícios e os desafios de eliminar a escala 6×1. 

  3. Semana de 4 dias de trabalho: funciona no Brasil?
    Explica o modelo de 4 dias por semana, seus impactos e aplicação no contexto brasileiro. 

  4. Jornada de Trabalho e Flexibilização: Entenda as novas regras
    Esclarece a flexibilização da jornada, negociada em acordos coletivos, incluindo trabalho em domingos e feriados. 

  5. Compensação e Banco de Horas: Entenda como fazer gestão!
    Orientações para aplicar compensação de jornada e banco de horas garantindo segurança jurídica.

 

Referências:

  1. STF – Repercussão geral sobre a obrigatoriedade de folga após 6 dias 
    Jurisprudência que reforça a interpretação do descanso após seis dias de trabalho.

  2. STJ – Informativo de Jurisprudência: interpretação da regra do descanso semanal
    Traz precedentes sobre intervalos obrigatórios, ajudando a compor a argumentação jurídica das empresas.

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Dr tiago Reis

Dr. Tiago O. Reis, OAB/PE 34.925, OAB/SP 532.058, OAB/RN 22.557

Advogado há mais de 12 anos e sócio-fundador da Reis Advocacia. Pós-graduado em Direito Constitucional (2013) e Direito Processual (2017), com MBA em Gestão Empresarial e Financeira (2022). Ex-servidor público, fez a escolha consciente de deixar a carreira estatal para se dedicar integralmente à advocacia.

Com ampla experiência prática jurídica, atuou diretamente em mais de 5.242 processos, consolidando expertise em diversas áreas do Direito e oferecendo soluções jurídicas eficazes e personalizadas.

Atualmente, também atua como Autor de Artigos e Editor-Chefe no Blog da Reis Advocacia, onde compartilha conteúdos jurídicos atualizados, orientações práticas e informações confiáveis para auxiliar quem busca justiça e segurança na defesa de seus direitos.

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