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Reconvenção: O que é? Como Funciona? Novo CPC!

Entenda o que é reconvenção: um instrumento processual que permite ao réu contra-atacar o autor, otimizando tempo e recursos judiciais.

reconvenção

O Que é Reconvenção? e Qual Sua Finalidade?

A reconvenção é uma figura processual que permite ao réu, além de apresentar sua defesa contra as alegações do autor na ação principal, formular um pedido em seu favor contra o próprio autor, desde que haja conexão com o objeto da demanda original.

Em outras palavras, o réu pode, no mesmo processo, “contra-atacar” o autor, buscando seus próprios direitos ou interesses.

A principal finalidade da reconvenção é evitar a propositura de uma nova ação, economizando tempo e recursos judiciais. Ela também contribui para a concentração dos litígios, tornando o processo mais eficiente.

Neste artigo, exploraremos minuciosamente todos os aspectos relacionados a esse instituto, desde o seu significado e finalidade até os procedimentos necessários para a sua correta utilização.

Reconvenção: O que se pode Alegar?

O escopo da reconvenção é vasto, desde que respeitada a conexão com a demanda principal. O réu pode valer-se deste instrumento para trazer à tona direitos ou interesses que possua contra o autor e que se relacionem, direta ou indiretamente, com a ação em curso.

Um exemplo prático seria uma ação de cobrança em que o réu, ao invés de apenas se defender, reconvém alegando possuir um crédito em relação ao autor, solicitando que este valor seja compensado ou deduzido da quantia originalmente cobrada.

Em suma, a reconvenção é uma ferramenta valiosa que garante ao réu a possibilidade de não apenas se defender, mas também de atacar, trazendo maior equilíbrio ao processo e incentivando a solução mais ágil dos litígios.

A Reconvenção pode ser Proposta Contra o Autor e Terceiro?

Sim, a reconvenção pode ser proposta contra o autor da ação original e, em certas circunstâncias, contra um terceiro. No direito processual civil brasileiro, a reconvenção é uma ação apresentada pelo réu em uma ação já existente, em face do autor da ação original. Ela é utilizada quando o réu tem uma reivindicação própria contra o autor, que está relacionada com a ação principal ou decorrente da mesma relação jurídica.

Quanto à inclusão de terceiros na reconvenção, isso é possível nas seguintes situações:

  1. Liticonsórcio Passivo Necessário: Quando a legislação exige que determinadas partes sejam litigadas juntas (como no caso de direitos indivisíveis), o réu pode propor uma reconvenção envolvendo tanto o autor original quanto terceiros que sejam partes necessárias.
  2. Conexão: Em casos onde a reivindicação contra o terceiro está intrinsecamente ligada à causa principal ou ao objeto da reconvenção, o réu pode incluir este terceiro na reconvenção.

É importante notar que a possibilidade de incluir terceiros na reconvenção deve estar em conformidade com as regras processuais e as circunstâncias específicas do caso. Além disso, a prática e a jurisprudência local podem ter particularidades quanto à aplicação dessas regras.

O Que é Reconvenção Trabalhista?

A reconvenção trabalhista é um instituto jurídico aplicado no âmbito do Direito do Trabalho, mas sua utilização é bem mais restrita comparada ao Direito Civil.

Em essência, a reconvenção é uma ação que o réu (geralmente o empregador) apresenta contra o autor (geralmente o empregado) no mesmo processo em que está sendo demandado.

Na prática, a reconvenção trabalhista permitiria que o empregador apresentasse uma reivindicação própria contra o empregado, no contexto de uma ação trabalhista já iniciada pelo empregado. No entanto, é importante destacar algumas peculiaridades:

  1. Limitação pelo Princípio da Proteção ao Trabalhador: O Direito do Trabalho é pautado por princípios que visam proteger a parte mais vulnerável da relação trabalhista, que é o trabalhador. Portanto, a aplicação da reconvenção neste contexto é limitada, de modo a não prejudicar a posição mais frágil do empregado.
  2. Raridade na Prática: Tradicionalmente, a reconvenção é pouco utilizada no processo do trabalho. Muitas das reivindicações que um empregador poderia ter contra um empregado tendem a ser tratadas em processos separados, e não como reconvenção na ação original iniciada pelo empregado.
  3. Jurisprudência e Legislação Específica: A possibilidade e a forma de apresentação de uma reconvenção no âmbito trabalhista podem ser influenciadas pela legislação específica e pela jurisprudência de cada jurisdição. A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e decisões dos Tribunais Regionais do Trabalho e do Tribunal Superior do Trabalho podem oferecer diretrizes específicas sobre esse tema.
  4. Procedimentos Processuais: Se admitida, a reconvenção no processo do trabalho deve seguir os procedimentos processuais estabelecidos, respeitando as normas e os prazos legais.

Qual o prazo da Reconvenção?

Uma ferramenta processual valiosa nas mãos do réu, deve ser exercida em um período específico do processo judicial.

De acordo com o Código de Processo Civil brasileiro, o tempo propício para essa apresentação está intrinsecamente ligado ao prazo determinado para a contestação, que é de 15 (quinze) dias contados a partir do reconhecimento oficial da citação.

Essa janela de tempo não é meramente arbitrária. Ela está estrategicamente posicionada para garantir a eficiência e a ordem na condução dos processos. O réu, ao ser devidamente citado, recebe um prazo para se manifestar sobre as alegações iniciais feitas pelo autor.

É dentro desse mesmo intervalo que ele tem a oportunidade de não apenas defender-se das alegações, mas também de contra-atacar, trazendo à baila suas próprias demandas contra o autor, desde que conexadas ao objeto inicial da ação.

Diferença entre Contestação e Reconvenção

A contestação e a reconvenção são institutos jurídicos presentes no processo civil que permitem ao réu manifestar-se no processo. Ambos têm suas peculiaridades e importâncias, mas desempenham funções distintas. Para compreender melhor, é essencial analisar cada uma delas individualmente e em comparação:

Contestação

  • Natureza: A contestação é a resposta do réu às alegações trazidas pelo autor na petição inicial. É, portanto, um momento processual de defesa.
  • Objetivo: Seu principal objetivo é contrapor-se aos argumentos e pedidos apresentados pelo autor, refutando-os ou atenuando a responsabilidade do réu. O réu pode negar os fatos, argumentar sobre a inexistência do direito reclamado pelo autor ou apresentar exceções processuais.

Limites: Em sua contestação, o réu não pode formular um pedido próprio contra o autor, mas apenas defender-se das acusações e argumentos que lhe foram imputados. Seu escopo é essencialmente reativo e defensivo.

Reconvenção

  • Natureza: A reconvenção, ao contrário da contestação, é uma demanda autônoma, uma nova ação que o réu propõe contra o autor no mesmo processo em que está sendo demandado.
  • Objetivo: Seu propósito é permitir que o réu formule uma reivindicação contra o autor, visando a obtenção de algum direito ou interesse próprio, desde que conexo com a ação principal. É uma forma de o réu “contra-atacar”, trazendo ao processo um novo objeto litigioso.
  • Limites: Embora seja uma nova demanda, a reconvenção deve estar ligada, de alguma forma, ao objeto da ação principal. Esta conexão é essencial para garantir a economia processual e evitar a multiplicação desnecessária de processos.

Contestação com Reconvenção: Como Funciona?

Para apresentar uma contestação com reconvenção, o réu deve seguir um conjunto específico de procedimentos. A contestação é a resposta às alegações iniciais do autor, enquanto a reconvenção é a ação que o réu propõe contra o autor na mesma demanda. É importante ressaltar que a reconvenção deve estar relacionada ao objeto da demanda original.

Ao elaborar a contestação com reconvenção, é vital que o réu esteja ciente das implicações e responsabilidades que este instrumento carrega. A qualidade e precisão da redação podem determinar o sucesso ou fracasso da estratégia.

Reconvenção no Novo CPC

É um elemento crucial no direito processual civil brasileiro, com impacto significativo no desenrolar dos processos judiciais. Com a entrada em vigor do Novo Código de Processo Civil (CPC), em 2015, houve alterações relevantes no que diz respeito à reconvenção.

É essencial compreender as nuances e particularidades trazidas pelo Novo CPC para que os advogados e partes envolvidas possam se beneficiar ao máximo deste instrumento e fazer uso correto dele.

Com a promulgação do Novo CPC, a reconvenção sofreu algumas alterações importantes em relação ao código anterior. Antes, era necessária a presença de um terceiro juiz para a análise da reconvenção, o que atrasava o processo. O novo código eliminou essa exigência, tornando o procedimento mais ágil.

Além disso, o Novo CPC trouxe a possibilidade de reconvenção em casos de litisconsórcio passivo, ou seja, quando há mais de um autor ou réu na demanda original. Essa mudança amplia as situações em que a reconvenção pode ser utilizada.

A adaptação à nova legislação requer uma reavaliação das estratégias processuais por parte dos advogados. Compreender as mudanças e se atualizar é fundamental para garantir uma defesa eficaz e aproveitar todas as oportunidades que o Novo CPC oferece.

Impugnação à Reconvenção: Quando e Como?

Assim como a reconvenção pode ser apresentada pelo réu, o autor também pode impugná-la, caso discorde dos fatos alegados ou do pedido formulado pelo réu na reconvenção. A impugnação à reconvenção é um instrumento processual que permite ao autor contestar os argumentos apresentados pelo réu na reconvenção.

Esse instrumento é vital para garantir que ambas as partes tenham uma oportunidade justa de apresentar suas alegações e argumentos, contribuindo para um processo mais equilibrado e transparente.

Reconvenção Trabalhista: O que é? Como Funciona?

Ela também pode ser aplicada no contexto trabalhista, embora suas regras e procedimentos tenham particularidades em relação ao processo civil comum.

Nos casos trabalhistas, a reconvenção pode ser utilizada quando o empregador ou empregado deseja formular um pedido em resposta à ação movida pela outra parte.

O ambiente trabalhista é repleto de nuances e especificidades, o que torna essencial a compreensão detalhada dos procedimentos da reconvenção neste contexto. Muitas vezes, são as particularidades que determinam o sucesso ou fracasso de uma estratégia.

A Reis Advocacia pode te auxiliar!

Se você está enfrentando um processo e acredita que a reconvenção pode ser uma estratégia útil para sua defesa, ou se simplesmente deseja compreender melhor este e outros instrumentos processuais, nosso escritório está à disposição para ajudar.

Contamos com uma equipe de advogados especializados em direito processual, com vasta experiência em casos de reconvenção e outros procedimentos judiciais.

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