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Ação Judicial Não Suspende Desconto de Cartão Consignado? Entenda Seus Direitos

Mesmo com uma ação judicial em andamento, muitos servidores e aposentados continuam sofrendo descontos indevidos por cartões consignados.

Cartao Consignado
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Desconto de Cartão Consignado: Como Suspender com Urgência e Proteger Seu Salário

Desconto de cartão consignado indevido é um drama enfrentado por milhares de servidores públicos. Muitas vezes, o valor é debitado automaticamente da folha de pagamento sem qualquer contrato assinado ou ciência do servidor. Pior: mesmo diante da fraude, o banco segue descontando mês após mês, deixando o servidor sem saída.

Felizmente, o ordenamento jurídico oferece mecanismos eficazes para suspender esse tipo de cobrança imediatamente. A chamada tutela de urgência pode ser a solução rápida para estancar o desconto e proteger seu salário. Neste artigo, você vai entender:

  • Quais são os requisitos legais para pedir a tutela de urgência;
  • Que tipo de prova apresentar para convencer o juiz;
  • Quanto tempo leva para sair a liminar;
  • O que acontece após a decisão e como acompanhar o processo;
  • Quais os riscos de não agir com urgência e como evitá-los.

Se você está passando por isso, continue lendo e saiba como agir com segurança e rapidez.



Reunião de oficiais militares estudando legislação

Quais os requisitos para pedir tutela de urgência na Justiça

A tutela de urgência está prevista no art. 300 do Código de Processo Civil e exige dois elementos centrais: probabilidade do direito e perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo.

No caso do servidor que sofre desconto de cartão consignado sem contrato, a probabilidade do direito está na ausência de vínculo contratual, enquanto o perigo está no comprometimento mensal da renda.

Assim, o pedido de tutela pode ser feito logo na petição inicial. É possível inclusive requerer que o juiz determine, liminarmente, que o banco suspenda o desconto sob pena de multa diária, e que a administração suspenda a consignação no sistema de folha.

O que apresentar como prova de ilegalidade ou fraude

Para conseguir uma decisão favorável com urgência, o servidor deve apresentar provas claras. As mais comuns são:

  1. Contracheques que comprovem os descontos mensais;
  2. Ausência de contrato assinado com o banco (ou negativa do banco em apresentar o documento);
  3. Registros de reclamações anteriores, como ouvidorias, Banco Central ou PROCON;
  4. Declarações de que não houve solicitação do cartão consignado;
  5. Comunicações oficiais com o banco solicitando a suspensão sem resposta.

Com esse conjunto de provas, a tese jurídica se fortalece. Além do CDC (art. 42), a jurisprudência reconhece que é indevida a cobrança sem contrato assinado ou formalizado.

Quanto tempo leva para sair a decisão liminar

O tempo médio para a concessão de uma liminar em casos de desconto indevido em folha gira em torno de 48 horas a 10 dias. O prazo depende da comarca, da complexidade do processo e da organização da vara cível.

Nos casos em que a urgência está muito bem fundamentada e há risco claro ao sustento do servidor, muitos juízes decidem em menos de 72 horas. Uma petição bem redigida, com base legal, provas e jurisprudência, aumenta significativamente a velocidade da decisão.



Oficiais em reunião estratégica de defesa

O que acontece após a liminar: como acompanhar o processo

Após a concessão da liminar, o juiz determina que a instituição bancária seja notificada oficialmente, geralmente por meio de mandado eletrônico. A decisão também pode ser enviada à administração pública ou entidade responsável pela folha de pagamento, exigindo o cancelamento da consignação.

É essencial que o servidor acompanhe os próximos contracheques e avise seu advogado caso o desconto continue, o que pode configurar descumprimento judicial — passível de multa e até bloqueio de valores do banco.

Durante a ação, o advogado pode reforçar o pedido com novas provas, e inclusive transformar a liminar em decisão definitiva.

Riscos se não houver pedido urgente e como evitá-los

O maior risco de não pedir uma liminar de urgência é continuar sofrendo prejuízo financeiro enquanto o processo tramita. A ação judicial pode durar meses, e cada mês de desconto representa mais perdas e endividamento.

Além disso, a ausência de urgência pode levar o juiz a entender que o dano não é imediato, o que enfraquece a tese de risco ao resultado do processo. Por isso, é fundamental demonstrar no início da ação o impacto financeiro do desconto e a urgência da proteção do salário.



Audiência em Conselho de Justiça Militar

Perguntas frequentes sobre o tema

  • O que é tutela de urgência? É uma decisão judicial rápida, concedida antes da sentença final, quando há risco de dano imediato.
  • Quanto tempo leva para parar o desconto? Pode levar de 2 a 10 dias após o pedido da liminar.
  • O banco pode continuar cobrando mesmo após a decisão? Não. Isso configura descumprimento judicial e gera multa.
  • Preciso pagar algo para entrar com essa ação? A maioria dos servidores tem direito à Justiça gratuita. O advogado pode orientar.
  • Posso pedir indenização? Sim. Além de suspender o desconto, você pode pedir devolução em dobro e danos morais.

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Conclusão

Suspender o desconto do cartão consignado com urgência é um direito do servidor público que sofre cobranças indevidas ou fraudulentas. A Justiça tem acolhido cada vez mais pedidos liminares para garantir a proteção do salário e evitar danos maiores.

Na Reis Advocacia, atuamos diariamente com ações desse tipo e já conseguimos liminares em menos de 24 horas para nossos clientes. Contar com um advogado especializado faz toda a diferença nesses casos.

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Referências

⚖️ Por Dr. Tiago Oliveira Reis – OAB/PE 34.925, OAB/SP 532.058, OAB/RN 22.557


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dr tiago militar

Dr. Tiago O. Reis, OAB/PE 34.925, OAB/SP 532.058, OAB/RN 22.557

Advogado especializado em ações que envolvem militares há mais de 12 anos, ex-2º Sargento da Polícia Militar e Diretor do Centro de Apoio aos Policiais e Bombeiros Militares de Pernambuco. Atuou em mais de 3039 processos em defesa da categoria, obtendo absolvições em PADs, processos de licenciamento e conselhos de disciplina.

Criou teses relevantes, como o Ação do Soldo Mínimo, Auxílio-transporte, Promoção Decenal da Guarda e Fluxo Constante de Promoção por Antiguidade.
Foi professor de legislação policial e sindicante em diversos processos administrativos. Pós-graduado em Direito Constitucional e Processual, com MBA em Gestão Empresarial, é referência na luta por melhores condições jurídicas e de trabalho aos militares.

Atualmente, também é autor de artigos e e Editor-Chefe no Blog da Reis Advocacia, onde compartilha conteúdos jurídicos atualizados na área de Direito Criminal, Militar e Processo Administrativo Disciplinar, com foco em auxiliar militares e servidores públicos na defesa de seus direitos.

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