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Excludente de Ilicitude: Entenda Seus Direitos e Como se Defender

Excludente de ilicitude: saiba como se defender, seus direitos e os principais tipos na legislação. Consulte um advogado criminal para mais detalhes.

excludente de ilicitude
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Excludente de ilicitude é um conceito central no direito penal brasileiro que pode livrar uma pessoa da responsabilidade criminal em determinadas situações. Compreender este conceito é essencial para defender seus direitos de forma eficaz.

Neste artigo, vamos explorar o que são excludentes de ilicitude, os diferentes tipos previstos na legislação brasileira, os princípios éticos e jurídicos que as fundamentam, e como um advogado criminal pode ajudar na defesa em casos que envolvem estas circunstância

Você Sabe o que é Ilicitude?

Ilicitude refere-se à qualidade de uma ação que viola a lei. Em termos jurídicos, um ato ilícito é aquele que infringe normas legais e, portanto, é passível de punição. No contexto do direito penal, um ato ilícito é aquele que constitui um crime, sujeitando o autor às sanções previstas na legislação.

O que Significa o Termo Excludente de Ilicitude?

Excludente de ilicitude é um termo que se refere a circunstâncias específicas que, embora presentes durante a prática de um ato que seria considerado criminoso, excluem sua ilicitude. Ou seja, são situações em que a lei reconhece que, apesar de o ato tipicamente se enquadrar como um crime, ele não será punível devido a fatores justificadores.

Quais São as Excludentes de Ilicitude Mais Comuns e Como São as Disposições na Legislação?

As excludentes de ilicitude mais comuns no direito penal brasileiro estão previstas no Código Penal e incluem:

1. Legítima Defesa (Art. 25)

A legítima defesa ocorre quando alguém usa meios necessários para repelir uma agressão injusta, atual ou iminente, contra si ou terceiros. Esse conceito está profundamente enraizado no direito penal e é reconhecido universalmente.

Características da Legítima Defesa:

  • Agressão Injusta: A ação deve ser uma resposta a uma agressão injusta, ou seja, uma agressão sem justificativa legal.
  • Atual ou Iminente: A ameaça deve ser atual ou iminente. Não é legítima defesa reagir a uma ameaça passada ou futura.
  • Meios Necessários: A defesa deve ser proporcional à agressão, ou seja, deve-se usar os meios necessários e moderados para repelir a agressão.

2. Estado de Necessidade (Art. 24)

O estado de necessidade configura-se quando alguém pratica um ato para salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir.

📄 5 Fatos sobre Ilicitude no Direito

  1. Contrariedade à lei: ilicitude é a característica de uma conduta que viola o ordenamento jurídico, tornando-a passível de punição;
  2. Elemento do crime: no Direito Penal, para que haja crime, é necessário que a conduta seja típica, ilícita e culpável;
  3. Pode ser afastada: existem causas que excluem a ilicitude, como legítima defesa, estado de necessidade e estrito cumprimento do dever legal;
  4. Difere de injustiça: o ilícito é o que contraria a lei; o injusto é o que contraria o senso comum de justiça, podendo haver condutas ilícitas que não sejam socialmente injustas e vice-versa;
  5. Classificações doutrinárias: a ilicitude pode ser formal (violação da norma) ou material (ofensa ao bem jurídico protegido), embora essa distinção seja debatida na doutrina.

📑 Causas Excludentes de Ilicitude

CausaDescriçãoBase Legal
Legítima defesaReação proporcional a uma agressão injustaArt. 23, I do Código Penal
Estado de necessidadePrática do fato para salvar direito próprio ou alheio de perigo atualArt. 23, I do Código Penal
Estrito cumprimento do dever legalAtuação dentro dos limites da lei, como por policiais em serviçoArt. 23, II do Código Penal
Exercício regular de direitoPrática de ato autorizado por lei, como o médico que realiza cirurgiaArt. 23, III do Código Penal

❓ Perguntas Frequentes (FAQ)

Todo ato ilícito é crime?
Não. Existem atos ilícitos civis e administrativos que não configuram crime, mas geram outras consequências legais.
É possível ser absolvido por ausência de ilicitude?
Sim. Se houver causa excludente de ilicitude, o juiz pode absolver o réu mesmo que o fato tenha ocorrido.
O que é ilicitude presumida?
É quando a conduta é presumida como ilícita por estar descrita como crime, salvo prova em contrário (ex: legítima defesa).
Qual a diferença entre tipicidade e ilicitude?
Tipicidade é o enquadramento da conduta na lei penal; ilicitude é a contrariedade dessa conduta ao ordenamento jurídico.

Características do Estado de Necessidade:

  • Perigo Atual: O perigo deve ser presente e real, não hipotético.
  • Não Provocado: A situação de perigo não deve ter sido provocada intencionalmente pelo agente.
  • Proporcionalidade: O bem jurídico protegido deve ser mais valioso do que o bem sacrificado.

3. Estrito Cumprimento do Dever Legal (Art. 23, II)

O estrito cumprimento do dever legal ocorre quando a prática de um ato é necessária para o cumprimento de um dever imposto pela lei.

Características do Estrito Cumprimento do Dever Legal:

  • Dever Legal: Deve existir um dever legal explícito que justifique a ação.
  • Necessidade: A ação deve ser necessária para cumprir esse dever.
  • Limites da Lei: A ação deve ser realizada dentro dos limites estabelecidos pela lei.

4. Exercício Regular de Direito (Art. 23, III)

O exercício regular de direito se refere à prática de um ato autorizado pela lei, ou seja, o agente age dentro do que lhe é permitido legalmente.

Características do Exercício Regular de Direito:

  • Autorização Legal: A ação deve estar explicitamente autorizada pela lei.
  • Finalidade Legal: O ato deve ser realizado com a finalidade para a qual a lei o autoriza.
  • Proporcionalidade: Mesmo autorizado, o ato deve ser proporcional e razoável dentro do contexto legal.

 Quais São os Princípios Éticos e Jurídicos que Embasam as Excludentes de Ilicitude?

As excludentes de ilicitude são baseadas em princípios éticos e jurídicos fundamentais, como:

  • Princípio da Autodefesa: Reflete o direito do indivíduo de proteger a si mesmo e a terceiros de danos injustos.
  • Princípio da Proporcionalidade: As ações justificadas pelas excludentes de ilicitude devem ser proporcionais à ameaça ou necessidade enfrentada.
  • Princípio da Necessidade: As ações devem ser necessárias para evitar um mal maior.
  • Princípio da Legitimação Social: Reconhecimento de que certas ações, embora tipicamente criminosas, são socialmente aceitas e justificadas em determinadas circunstâncias.

Aplicação das Excludentes de Ilicitude no Sistema Jurídico: Quais São os Desafios?

A aplicação das excludentes de ilicitude no sistema jurídico apresenta vários desafios:

  • Interpretação Judicial: Juízes podem ter interpretações diferentes sobre o que constitui legítima defesa ou estado de necessidade, levando a decisões variadas.
  • Prova dos Fatos: Demonstrar que uma excludente de ilicitude é aplicável pode ser complexo e exige uma avaliação detalhada das circunstâncias.
  • Equilíbrio entre Direitos: Garantir que as excludentes não sejam usadas de forma abusiva para justificar crimes reais.

Quais São as 4 Excludentes de Ilicitude?

As quatro principais excludentes de ilicitude, conforme mencionado anteriormente, são:

  1. Legítima Defesa
  2. Estado de Necessidade
  3. Estrito Cumprimento do Dever Legal
  4. Exercício Regular de Direito
 O que Exclui a Ilicitude do Fato?

A ilicitude de um fato é excluída quando a ação do agente está amparada por uma das excludentes previstas na lei. Essas circunstâncias justificam a prática do ato que, em outras condições, seria considerado criminoso, protegendo o agente de punição.

 Como um Advogado Criminal Atua no Caso de Excludentes de Ilicitude?

O papel do advogado criminal é crucial em casos envolvendo excludentes de ilicitude. Ele atua para assegurar que os direitos do acusado sejam respeitados e que todas as circunstâncias relevantes sejam consideradas no julgamento.

Funções do Advogado Criminal:

  • Avaliação Inicial do Caso: O advogado realiza uma análise detalhada dos fatos para identificar se alguma excludente de ilicitude é aplicável.
  • Coleta de Provas: Trabalha para reunir evidências que sustentem a alegação de excludente de ilicitude, como depoimentos, laudos periciais e outras provas documentais.
  • Elaboração de Defesa: Desenvolve uma estratégia de defesa sólida, fundamentada na legislação e na jurisprudência, para demonstrar que o ato praticado se enquadra em uma das excludentes de ilicitude.
  • Representação em Juízo: Representa o acusado durante todo o processo judicial, apresentando argumentos e provas para sustentar a excludente de ilicitude perante o juiz.
  • Negociação com a Acusação: Em alguns casos, o advogado pode negociar com o Ministério Público para buscar uma solução consensual que reconheça a excludente de ilicitude e evite uma condenação injusta.
  • Acompanhamento do Cumprimento das Condições: Se o ato for considerado justificável sob uma excludente de ilicitude, o advogado acompanha o cumprimento das condições impostas pelo tribunal, se houver.

Leia também:


Referências externas:


📞 Precisa entender melhor os limites entre legalidade e ilicitude? Fale com um advogado criminalista para esclarecer dúvidas e garantir seus direitos diante de acusações ou condutas questionadas.

As excludentes de ilicitude são fundamentais para assegurar que a justiça penal seja aplicada de forma justa e equitativa, reconhecendo que nem todos os atos tipicamente criminosos devem ser punidos. Se você precisa de assistência jurídica para entender ou aplicar uma excludente de ilicitude, é essencial buscar a orientação de um advogado especializado em direito penal.

Precisa de orientação jurídica sobre excludentes de ilicitude? Entre em contato com nosso escritório de advocacia para uma consulta e orientação jurídica qualificada.

 

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DR JORGE GUIMARAES NOVO

Sócio e Advogado – OAB/PE 41.203

Advogado criminalista, militar e em processo administrativo disciplinar, especializado em Direito Penal Militar e Disciplinar Militar, com mais de uma década de atuação.

Graduado em Direito pela FDR-UFPE (2015), pós-graduado em Direito Civil e Processual Civil (ESA-OAB/PE) e em Tribunal do Júri e Execução Penal. Professor de Direito Penal Militar no CFOA (2017) e autor do artigo "Crise na Separação dos Três Poderes", publicado na Revista Acadêmica da FDR (2015).

Atuou em mais de 956 processos, sendo 293 processos administrativos disciplinares, com 95% de absolvições. Especialista em sessões do Tribunal do Júri, com mais de 10 sustentações orais e 100% de aproveitamento.

Atualmente, também é autor de artigos jurídicos no Blog da Reis Advocacia, onde compartilha conteúdos jurídicos atualizados na área de Direito Criminal, Militar e Processo Administrativo Disciplinar, com foco em auxiliar militares e servidores públicos na defesa de seus direitos.

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